Pulsares - Renard

Um cumprimento formal comum entre os militares da Aliança é feito pela kroyvisiana, direcionado ao androide. Ela não sorri, provavelmente por conta da preocupação sentida com todas as pessoas dentro do hospital, mas mostra-se respeitosa.

— É um prazer, Cody. Sou a oficial Bhailin, e agradeço por ter nos ajudado contra o PAX-12. Infelizmente, parece que agora temos novos problemas...

Ela suspira, voltando sua atenção à Renard mais uma vez para ouvir a opinião do médico quanto aos mais novos problemas enfrentados dentro daquele hospital. A expressão centrada é mantida, mas o brilho de seus olhos revela o temor que sente diante da ideia de estarem todos infectados, mesmo após todo o trabalho para tratar todos aqueles pacientes.

— Não é possível... Mas foi tirado todos os resquícios da substância do corpo de todos, certo? Isso não deveria acontecer. Será que não existe cura, na verdade? — Seu olhar parece um pouco perdido agora, olhando brevemente para as paredes do corredor onde estão. — Posso te ajudar nos testes novos, se for nossa melhor opção. Doutor... Será que o que está acontecendo com eles é semelhante ao que ocorreu comigo?

*Ao ouvir o nome daquela mulher, Cody acabou se lembrando do noticiário que reportava que aquela mulher havia morrido e sido levada pela criança de nome ainda desconhecido, nesse mesmo programada também foi reportado a morte do pai de Sirius e desaparecimento de sua amiga. Com essas informações vindas a memoria o androide acabou estranhando*

-Oficial Bhailin? A que foi morta em serviço por duas garotas albinas próximo do gerador de energia da cidade? *Pelo desenrolar da conversa, possivelmente aquela mulher era a tal morta-viva que Renard mencionou logo que o robô chegou, mas seria possível? Será que o Pax-12 é apenas uma substancia que assusta causando uma morte provisória em seus alvos? Não seria algo tão fantasioso já que existiam substancias assim no século 21, quem dirá agora em uma época tão avançada*

-Aconteceu com você? Você foi infectada pelo Pax-12 e se curou sem tratamento? Muito estranho, a substancia se trata de uma espécie de simbionte, apesar de que... *Recordou-se do homem nu sobre a mesa da nave de Melroa, um cadaver que levantou suspeitas contra ela... Aquela figura pelada então estava viva? A substancia azul havia sumido de seu corpo, ou será que tudo tinha haver com temperatura? O frio em excesso do corpo de Bhalin molhado pela forte chuva a fez resistir muito mais tempo que o comum?*

-Seu corpo foi levado sem roupas debaixo de uma forte tempestade e agora você está intacta, sem resquício nem mesmo de gripe apesar de ter passado por uma tormenta, é como se tivesse algum tipo de fator de cura, você por algum acaso é algum tipo de ciborgue, oficial Bhailin? Você estranhou a situação do hospital e não chamou nenhum outro agente sendo que temia um ataque da Reconquista? E mesmo sendo dada como morta e procurada por amigos, não buscou nem mesmo dar um sinal de vida aos demais Aliados?... Você é mesmo a oficial Bhailin? *Se fosse de fato um simbionte, talvez ele já tenha tomado todo o corpo do hospedeiro se fundindo a ele, ou talvez tenha morrido dado os N fatores ja citados como o frio em excesso que retardada o multiplicar das molecas, logo a propagação da substancia a impedindo de ficar totalmente azul como no caso do Aliado que estava na nave da atual desaparecida*

A ruiva aceita a explicação do doutor, ainda que confusa e apreensiva. Afinal, se ela sobreviveu, eles provavelmente sobreviveriam também. Mas o simples fato de não haver garantia alguma de que retornariam faz com que o coração da oficial se aperte.

— Você tem certeza de que é seguro esperar, doutor Queenston? Não seria bom ao menos examiná-los? Definitivamente não podemos correr o risco de perder todas essas pessoas.


A mulher mostra-se emocionada com a situação, embora esteja visivelmente tentando esconder seus sentimentos à flor da pele. Ela volta seu olhar a Cody quando ele se dirige à ela, e sua expressão torna-se mais confusa do que nunca.

— Não me lembro de estar com duas garotas albinas, tampouco estive morta. Posso ter passado algum tempo inconsciente, mas... — Ela suspira e balança a cabeça. — Eu não faço a menor ideia do que aconteceu. Nem me lembro de quando fui atingida pela agulha com o tal do PAX-12. Eu apenas estava patrulhando o sistema de energia, e desde então não me recordo de mais nada. E então eu acordei em uma maca no necrotério deste hospital e assim encontrei o doutor Queenston.

Ela massageia as próprias têmporas, incomodada com a falta de tantas memórias recentes. É como se tivesse perdido uma parte de sua vida, afinal. E nesse meio tempo, as coisas ficaram mais estranhas do que nunca. Com as desconfianças levantadas por Cody, ela parece chocada por algum tempo. E então, assim que o choque passa, apenas balança a cabeça e permite-se rir como não fazia há muito tempo, como se tivesse ouvido uma grande piada absurda. Assim que percebe que ele está falando sério, ela para.

— Sei tanto quanto vocês sobre isso, como já disse. Vocês não fazem ideia de como isso tudo é ainda mais estranho pra mim, certo? Não sou uma ciborgue, também. Sou uma pessoa comum. — Ela dá de ombros. — Além disso, não faz tanto tempo assim que saí da sala do doutor Queenston. Desde que descobri o ocorrido, fiquei investigando uma possível causa pra não causar tanto alarde. Caso descobrisse que a Reconquista tem parte nesse ataque, acionaria os outros agentes. E eu já contatei alguns companheiros de trabalho mais próximos através do tablet do hospital que o doutor generosamente me cedeu para lhe dar notícias. — A mulher então ergue a mão que carrega o pequeno aparelho e aponta para o mesmo.

*Acompanhando aqueles seres dentro daquela sala, Cody observou bem os movimentos de Renard e ao ver que ele não fazia mal algum a aquele que dormia, viu que não precisava fazer nada. A seguir era a vez de ouvir todo o depoimento da agente da Aliança e depois de ouvir tudo ele apenas fez sair de seus olhos uma luz que formou um quadro holográfico a sua frente mostrando os videos vazados da dupla de garotas que não apenas a levou por ai como um saco de batatas, como também derrubaram um agente de certo renome sem suposto esforço*

-Está é você, não é? *Depois de expor alguns videos e noticias sobre o caso em particular dela, um em especifico ele pausou e deu zoom. Na mesma tela haviam outras menores expondo outras imagens que dessa vez não vieram meramente das interwebs e sim de dados coletados pelo visor usado por Wilhelm e lentes do elmo de Heylel Fahrenheit*

-Esse ataque não tem nada a ver com a Reconquista e sim com um golpe de estado vindo de dentro da própria Aliança, é simplesmente genial, observe os fatos oficial Bhailin. *Depois de expor ela a ela mesma, Cody se policiou para não elogiar o corpo nu daquela ruiva, isso iria cagar seu disfarce como um mero androide 100% programado para fazer e dizer tudo aquilo. Enfim, após mostrar o necessário para esta ver com seus próprios olhos seu próprio cadáver, o robô começou a mostrar videos da negociação de Soren e Wilhelm com os membros da Aliança*

-O plano inicia com o embaixador Soren, como podem ver seu filho Wilhelm foi acusado de terrorismo e ligação com a Reconquista, suposta responsável do atentado, todavia, Wilhelm foi absolvido das acusações devido a forte influencia de seu pai, Soren, assim a culpa segue sendo da Reconquista onde de acordo com provas mostradas pelo próprio garoto, apenas o socorreram quando este também foi afetado pelo Pax-12, provavelmente uma jogada estratégica já que ao que parece, pelo seu caso, o simbionte não é verdadeiramente mortal, e o que sustenta a tese de tudo ser um teatro armado por Soren é isso, as duas albinas, suas algozes.... *Da perspectiva do elmo de Heylel, agora mostrava Amelie buscando a dupla de garotas com seu mecha em cima de um prédio rodeado por membros da Aliança que faziam seu monitoramento. Não havia como saber de onde Cody tirou todas aquelas gravações, seria preciso questiona-lo a respeito*

-Não sabemos a ligação das duas com Amelie, a mulher que aparece na gravação que por sua vez é a criadora dos mecha que, por coincidência, Soren também possui um em posse, mas é claro como o dia que existe essa ligação, três jovens acusados do atentado contra Gradopolis estando debaixo das asas de um embaixador e uma empresária e também engenheira responsável pela construção de mechas que por sua vez são armas para uso militar. *Desligou a tela holográfica e ficou apenas parado encarando a mulher enquanto seguia a falar. Aquele era o momento de desviar a culpa falsa que a Reconquista tinha daquele atentado voltando para alguém que era inimigo de seu mestre*

-Oficial Bhailin, se você fosse uma jovem empresária e engenheira técnica que enriquece vendendo armas militares, o que faria a venda de suas armas alavancarem em tempos de guerra fria? A resposta é obvia, Guerra. *Seu rosto se virou para o Iormashiano para verificar o que ele fazia, um fluxograma detalhado do Pax-12? Precisava registrar aquilo e por isso seguiu com a observação*

-O atentado; os acusados serem absolvidos por influencia de um nobre embaixador que por acaso possui um mecha feito por essa mesma empresária; uma substancia toxica que atravessa os trajes convencionais, algo que não aconteceria caso os agentes estivessem pilotando mechas que apenas uma unica empresa fabrica, acho que podemos concluir que a guerra entre a Aliança e a Reconquista é perfeita para os negócios armamentistas de Amelie e sua família e nada mais conveniente do que jogar a culpa na facção rival enquanto se esconde debaixo da patente de um embaixador de renome; eu não duvidaria que os mecha devam ter sido vendidos e que Amelie e Soren tenham um caso, o que só iria confirmar definitivamente tudo o que eu disse. *Fez então uma pausa para ver e analisar as reações de Bhailin para tudo aquilo já que era uma acusação grave que significava que a Aliança tinha traidores dentro de si que estavam usando a Reconquista como bodes expiatórios. A partir desse ponto poderia fazer seu próximo movimento para justificar o porque disse tudo aquilo "do nada", só precisava aguardar para ver o que seria mais viável a dizer na aproxima oportunidade*

Bhailin segue Renard e mostra-se perplexa diante da maneira com a qual ele joga o garoto que antes estava sentado na cadeira. Preocupada, ela se abaixa perto do menino inconsciente para verificar seus sinais vitais e arrumar seu corpo para que ele fique em uma posição mais confortável. Após verificar que ele está bem, ela posiciona-se em pé ao lado da cadeira onde o médico está sentado. Ela assente e aperta os lábios, apenas observando o que o Iomarshiano faz na grande tela.

Quando sua atenção é chamada por Cody mais uma vez, por enquanto, ela desvia seu olhar para o mesmo e seus olhos se prendem nas provas visuais apresentadas pelo androide. Ela engole em seco e assente, em resposta à pergunta. Seu rosto revela o quanto está surpresa com o que vê, além de claramente confusa. Ela escuta a explicação sobre o atentado, parecendo mais convencida com as afirmações a cada frase.

Não teve informações sobre o ataque anteriormente, e mesmo sendo difícil acreditar que alguém tão importante quanto o embaixador Soren pudesse estar envolvido em um ataque contra a própria Aliança, a quantidade de provas contra ele é esmagadora. Então, tudo parece se conectar. Ela permanece parada por alguns minutos, provavelmente processando as informações recebidas.

— Entendi... Mas o embaixador Soren sempre pareceu ser um homem tão honesto. E aquelas garotinhas... tentaram me matar? — A oficial suspira, balançando a cabeça. — O pior é que faz sentido,  ainda mais com todas essas provas. Droga, não esperava por essa. Então quem nos atacou foram todas pessoas de dentro. — Ela para pra pensar um pouco, alternando o olhar entre o androide e médico. — Vocês acham que isso que aconteceu com as pessoas no hospital foi obra de Amëlie também? Além disso... Por que apenas nós não fomos afetados, doutor Queenston?

*Conseguindo convencer, Cody começava a se orgulhar de si mesmo por ter inventado uma história tão convincente, todavia, realmente, onde diabos estava o visor de Heylel numa hora daquelas? Será que Wilhelm ainda estava o usando? Se não, onde teria deixado? Em casa? Sendo o objeto também um comunicador e diversas outras funções, o androide poderia localiza-lo, só que bem, agora não era a hora*

-Justamente por essa fachada de bom e honesto que fica mais simples para ele seguir movendo seus planos fazendo todos como seus peões, algo tipico de um manipulador. *Sua falta de humanidade ao falar entregava uma maior sinceridade aos ditos, afinal, ele era uma maquina então não gaguejava ou tinha expressões que denunciassem qualquer possível mentira, o que não era o caso, androides não mentem, no máximo dissimulam, só que essa capacidade é exclusiva daquele sintético por ser o unico dentro todos a ser treinado, incentivado para isso o tornando muito mais humano*

-Sim, e tentaram se livrar do seu corpo, o que não deu muito certo tendo em vista que Gradopolis não possui muitas zonas florestais ou terrenos baldios, a opção mais viável para se livrar de você seria a encaminhando para um necrotério. *Pela conduta de Bhailin, Cody percebeu que não tinha como incrimina-la, fazer parecer que ela estava junto a Soren e sua trupe atrás de Renard, o único que sabia um tratamento efetivo do Pax-12, assim sendo, deixou isso de lado e apenas seguiu reforçando seus ditos anteriores*

-Você estava de vigia em uma área fundamental que foi usada para apagar as luzes da cidade e permitir o atentado, mas não se culpe por isso, como pode ver no vídeo as habilidades da albina mais alta são bastante afiadas a ponto de derrubar um Aliado de renome sem esforço, então derrubar você furtivamente não seria problema para ela. *Cody notava a ligeira obsessão que Renard tinha para com seu mestre querendo a todo o custo saber quem o mesmo era antes de encontra-lo, então, muito provavelmente ele o evita por receio de encontrar alguém e quem sabe se dar muito mal com isso... Compreensível*

-Um ciborgue com xenofobia em relação a maquinas? Interessante, sei que deve estar com medo, mas garanto que não irei tomar seu lugar como médico chefe, estou aqui apenas para ajudar e não para provar que robôs são melhores que humanos. *Abordou o bom e velho fato divisor de aguas, homem vs maquina onde muitos humanos condenavam essa tecnologia por medo da mesma, afinal, mais vale um androide incansável que faz de tudo o que for programado com perfeição do que um humano que se cansa e pode falhar, logo, basicamente Cody insinuou que Renard estava o temendo por isso, medo de ser substituído por um robô mais eficiente que ele*

-Não precisa ter medo a ponto de não ler nem mesmo uma linha de manual de um androide, afinal, como oficial, a agente Bhailin no minimo ve televisão ou leu o minimo de engenharia robótica, qualquer idiota sabe que a memoria de um androide não pode ser modificada por danificar a I.A podendo causar perca total. *Aquilo era sem duvida o básico do básico em engenharia robótica, possivelmente até mesmo Bhailin saberia disso por ser parte de um grupo que usa de uma I.A poderosa que como qualquer outra pode ser hackeada sim para fazer coisas fora de sua programação, mas não pode ser para ter sua memoria alterada, isso é algo extremamente complexo como a memoria humana, só que diferente do homem, a maquina possui todos seus arquivos de áudio e imagem perfeitos, imaculados, só que para isso uma coisa é vinculada a outra onde no menor toque, na menor edição, tudo se destrói, não sendo atoa então que os androides podem ser usados em provas frente a jures, e a ruiva sendo uma oficial, provavelmente já testemunhou situações onde os robôs eram usados para isso, expor a verdade através de sua memoria digital*

-Mas eu vou relevar isso porque você deve ser um medico focado apenas em medicina e por isso não sabe como nós androides funcionamos, é impossível modificarmos nossos arquivos sem fritar nossos sistemas, ah, você quer o nome do meu mestre? Ele é um ciborgue como você, então provavelmente seu nome não está nas grandes mídias apesar de seus feitos, achei que você fosse mais antenado doutor Queenston, mas vocês devem conhece-lo como senhor Silver, Daniel Silver. *Se um dos dois fosse antenado, aquele nome viria a mente, o nome do empresário que inventou os androides, não os mais simples e sim os mais modernos com aspecto humano como o Cody embora esse sintético atual em si seja um modelo ultrapassado, inclusive, na mente viria os tipos Cody e os tipo Veronica, androides feitos para as mais diversas tarefas que facilitam a vida da humanidade enquanto a joga ladeira abaixo no mundo do sedentarismo, afinal, pra que levantar a bunda do sofá para fazer almoço quando uma Veronica empregada está lá para esse fim?*

-Agora se puder, peço que tenha mais respeito e zelo em suas palavras, afinal, senão fosse pelo estudo de meu mestre sobre o Pax-12 muitos aqui teriam morrido já que a informação que eu o entreguei foi a responsável por esse milagre que salvou tantas pessoas, claro, você parece o tipo de sujeitinho que vai dissimular tudo e tomar todo o credito para si, mas tudo bem, meu mestre não precisa de reconhecimento, se as pessoas estiverem a salvo graças a tecnologia que ele inventou, já basta para ele, então numa próxima acusação sobre calunia e difamação, pense duas, três, quinhentas vezes, senão fosse por meu mestre minha presença não se faria aqui e então você seguiria comendo pelas beiradas sem solução enquanto seus pacientes seguiriam morrendo, baixe seu ego pois seu tratamento, seu modo de solução se provou simplesmente insuficiente demonstrando sua incompetência se comparado ao meu mestre, então não precisa deixar a inveja exalar e falar mais alto do que provas concretas apresentadas, ninguém aqui veio roubar seus holofotes, Queenston. *Provavelmente aquilo faria o Iormashiano fazer uma birra gigante e não querer ir mais encontrar com o tal empresário, mas estaria tudo bem, Cody já havia notado que Renard seria um inútil nos planos de Z'entrax já que o doutor biruta traumatizado com encanadores negros parecia saber muito mais que aquele androgeno que caso descobrisse a cura, era indiferente, ninguém iria usar aquela porra de Garesiano para nada mais mesmo. Essa foi a conclusão que Cody teve*

Spoiler:

*Aquilo era uma verdade irredutível, maquinas seriam sempre maquinas por mais que evoluíssem e tentassem espelhar o comportamento humano que é natural e não segue programações, assim sendo, um robô pode simular ser humano, chorar como um humano e até mesmo sofrer como tal, só que no fundo, ele é apenas um monte de circuitos que formam uma I.A programada justamente para aquilo, nada é de fato natural, real, androides apenas falham se de alguma forma são programados para isso [Vide Detroit Become Human]*

-Corpos encontrados em lugares como esse são crimes passionais, doutor Queenston, crimes feitos sem um plano elaborado, afinal, essas localidades são lugares péssimos para se deixar corpos por serem de fácil encontro e basta alguns minutos com peritos policiais para se descobrir o criminoso, é inviável. *Complementou o raciocínio do médico sobre aquilo com fatos que até mesmo um modelo como ele teria acesso, afinal, são basicamente conhecimentos básicos para auxilio em múltiplas questões, algo como conhecimentos gerais, só que para maquinas que são feitas para ajudar o máximo possível em todos os ramos todo e qualquer tipo de pessoa, embora claro, alguns tenham foco em algumas áreas e outros em outras diversificando assim os modelos*

-Todo androide possui uma Personalidade Integrada ao qual nos diferencia um dos outros, assim sendo, eu sou diferente da Sida que é diferente da Verônica que é diferente de mim por mais que todos nós possamos seguir a mesma linha de programação; maquinas não erram, humanos que mentem e dissimulam tentando burlar o sistema e infelizmente mesmo nós robôs não somos imunes a trapaças. justamente por isso que abordou doutor Queenston, somos sapientes e não sencientes, nosso conhecimento vem com base em analise de dados e não de emoções nos quais facilitam no raciocínio logico, por isso não existem androides psicólogos, é preciso mais do que entender doenças e sinais do corpo, é preciso entender o emocional e para isso é necessário sentir emoções dos quais não somos providos, então sim, você está certo, eu não posso compreender filosofia por ser um conhecimento senciente. *Poderia com um tempo entender as emoções humanas já que as demonstrava como a empatia que o fez querer salvar os pacientes daquele hospital em vez de só cumprir sua missão que seria apagar Renard e leva-lo embora, suas emoções o fizeram agir dessa forma, mas quem o garante que isso não é apenas parte de sua programação? Algo que seu criador colocou em si e não algo que adquiriu com o tempo ao lado de Heylel? Não tinha como saber por mais que refletisse sobre o assunto*

-Sim, por mais que seja ilegal, maquinas podem ser criadas para esses fins, por isso existe a Sida, se alguma maquina como eu tentar enganar ou mentir para conseguir dados por exemplo, ela automaticamente perceberia isso, todos nós somos ligados a uma unidade mãe, digamos que é como você e seu deus se é que acredita em um, só que diferente dos humanos, nós androides somos de fato vigiados e punidos por nossas ações, felizmente para nós nenhum tipo de crime compensa, pois se cometemos um nossa mãe, Sida, irá nos punir e não queremos saber o quão criativa ela pode ser com isso. *De fato Cody falava a mais pura verdade com o unico detalhe diferente, sua "mãe" não era a SIDA e sim ARIETE a I.A da Reconquista, bem, só trocou os nomes e não os fatos, por isso sua fala era legitima*

-Adicionar informações novas como um HD é possível, é um processo de upgrade, mas infelizmente, por mais que tentemos emular senciência, esta não é efetiva por ser algo natural dos humanos com base nas suas mais diversas substancias dos quais não possuímos, então por mais que o senhor esteja com certa razão em suas suspeitas, mesmo estando em época tão avançada, ainda não é possível para uma maquina sentir, mentir, dissimular ou inventar, esse tipo de talento é totalmente... Humano. *Fato, apenas aquela unidade em especifico tinha esses talentos que fogem do padrão entrando novamente na questão de, Cody sente por ter aprendido a sentir ou Cody sente por ter sido programado desde sempre para sentir? Esse impasse seguirá em sua mente por um longo tempo*

-Então como um ser sapiente e não senciente como qualquer outra maquina, meus julgamentos são feitos com base em cálculos e analises e analisando seu perfil eu constatei a xenofobia em relação as maquinas começando pelo fato de que você usa a palavra "difamar" como se eu estivesse mentindo desde o começo, ou seja, em nenhum momento você visualizou as provas, as imagens, os videos, você simplesmente constatou ser uma falacia por ter sido uma maquina a apresentar os fatos, se fosse a oficial Bhailin, você teria acreditado sem questionamentos tal como em nenhum momento você a questionou sobre suas atitudes como eu fiz, ao menos não em minha presença, e com base nesses mesmos cálculos e analises eu conferi os videos e conclui meu raciocínio totalmente logico e imparcial, então se você ou Bhailin fossem peritos no assunto, poderiam notar com sua senciência oque eu não notei com sapiência e por esse motivo humanos não foram totalmente substitutos por maquinas, suas emoções fazem toda a diferença no final para decidir o que está devidamente correto. *Olhou para Bhailin como se aquela ultima frase tivesse sido para ela, afinal, dos dois ali, era parecia a mais sensata, não por ser a mais esperta, a mais sabia ou sagaz, e sim por meramente pensar com senciência, com suas emoções, não sendo tão logica a ponto de tornar aliados em inimigos por questões de raciocínio distintos, sem duvida aquela ruiva era a pacificadora, o elo perdido entre humano e maquina naquele momento estando numa espécie de meio-termo. Cody então se afastou como se tivesse recebido devidamente o comando de Renard ficando no mais repleto silencio esperando a oficial digerir todo aquele conteúdo e decidir-se entre a loucura do Iormashiano ou a razão do Androide*

Embora permaneça pensativa durante todo o tempo, com o andamento da discussão Bhailin parece começar a se irritar. Talvez não exatamente com os dois presentes, mas também consigo mesma. Por ter caído tão fácil enquanto exercia sua função em um dia importante não só para a cidade, como também para toda a galáxia. Foi vencida facilmente sem nem mesmo poder perceber o ataque, não lutou, não protegeu seu povo do ataque. Além disso, quase foi morta e pouquíssimo sabe sobre o ataque. Culpa-se por sua impotência, e as informações borbulham em seu cérebro a ponto de fazê-la pensar que ele poderá explodir a qualquer momento.

Ambos parecem ter fundamentos no que dizem e provas até então bem claras foram-lhe apresentadas, mas seu conhecimento mínimo sobre o ataque a torna incapaz de comprar o lado de qualquer um. Por um lado está um médico que a ajudou e iniciou uma insaciável busca pela cura da substância usada pelo culpado do ataque para afetar a população sem nem se permitir descansar até ter tratado a todos, além de, segundo ele, salvá-la das mãos das meninas que a sequestraram. Por outro, está um androide que ela acabou de conhecer, mas ajudou no tratamento das dezenas de pessoas no hospital e apresentou diversas provas convincentes contra a dona da empresa de mechas.

— Caralho, fiquem quietos um pouco! — Ela exclama indignada para interromper a discussão e deixarem-a pensar, mas arrepende-se pela grosseria em seguida.

Não poderia escolher um lado tão facilmente, não sem um mínimo de investigação, sem verificar as informações que cada um deles lhe deu, ou parar para pensar por algum tempo. Ela então suspira e balança a cabeça, decidindo manter-se neutra e tentar fazer com que eles foquem em descobrir o que afetou os pacientes. Ainda é difícil para a mulher desconfiar de pessoas tão influentes dentro de sua própria facção, a mesma onde cresceu e a qual sempre foi fiel, assim como sua família. Tampouco tem motivos suficientes para desconfiar de qualquer um dos dois, que tiveram papéis essenciais no tratamento da população afetada.

— Desculpem... Não posso decidir nada agora. As provas são convincentes, mas verificarei as informações dadas pelo doutor Queenston e farei investigações sobre o assunto, assim tirarei minhas próprias conclusões sobre isso. — Ela suspira, acariciando o próprio pescoço buscando aliviar a tensão instalada ali. — Não sei quem está certo, mas essa discussão já parece ter se tornado pessoal há algum tempo. Peço para que isso fique entre vocês e que deixem isso para depois, em respeito a todos os pacientes que estão vulneráveis e precisam de nossa ajuda. Eles podem estar em perigo, e isso não pode ser deixado para depois. Preciso que vocês foquem nisso, por hora. — Seu rosto mantem-se sério típico de uma soldado, apesar de não mostrar-se agressiva com os companheiros como seus superiores certamente fariam.

*Se estivesse em seu normal não simulando ser apenas um androide qualquer, Cody certamente deixaria um "ui" memistico escapar, digno de levantar as mãos para com a resposta de Bhailin que só mandou mandar os dois ali irem se fuder, mas compreensível, era informação demais para ela naquele momento e a mesma tinha razão, precisavam ver os pacientes*

-Pessoal? Androides não possuem emoções reais para escolher lados, apenas pensamos logicamente, então só posso lamentar pelo doutor Queenston ser tão passional devido sua xenofobia, mas eu consigo compreende-lo embora eu ache que ele deveria analisar as provas que tenho tal como você fez, tirar uma conclusão simplesmente por preconceito ignorando todas as imagens e textos é simplesmente o ápice da ignorância, afinal, ele questiona as filmagens, mas sugeriu para que você consultasse câmeras de segurança para provar que ele de fato te salvou e de fato falou com o outro oficial, ou seja, se as imagens são em prol dele, confira, se são em prol para a logica de um robô do qual não pode alterar nada sem auto-destruir a própria mente, desconfie. *Fato consumado, o Iormashiano sequer olhou para as provas apresentadas, apenas julgou tudo como falacias com a premissa de "tudo pode ser editado" enquanto ao mesmo tempo sugeria que Bhailin conferisse câmeras para confiar em seus ditos de resgate, nada conveniente esse andrógeno. Cody então simulou o som do que parecia ser um suspiro, simular porque ele é uma maquina, então não respira podendo no máximo imitar o som e a ação de um suspirar*

-O preconceito é um dos maiores inimigos de todos, senão fosse por ele não haveriam Aliados ou Reconquistadores, e sim apenas pessoas e maquinas vivendo em harmonia numa sociedade mais justa, é realmente uma pena esse tipo de comportamento... Lamentável. *Balançou a cabeça negativamente enquanto olhava para baixo, por mais que fosse um sintético era possível perceber uma certa tristeza em Cody, um ar de lamentação mesmo como se aquela situação fosse realmente bem triste*

-Você tem razão agente, precisamos descobrir se o que houve é um efeito do Pax-12 onde provavelmente você e o doutor não foram afetados por terem resistência a substancia por excesso de exposição, ela que pode ter sido espalhada pelo ar por causa da queima feita na mesma para retardar seu efeito de ação gerando então um possível gás que afetou os mais vulneráveis como médicos e enfermeiros não infectados por sua versão solida, ou seja, todos estão passando pelo mesmo que você oficial Bhailin só que em escala mais segura e isso associado a fadiga de todos apenas confirma isso, a imunidade estava baixa e pouco resistiu ao efeito mortífero do Pax-12 em sua forma de gás. *Ouviu então o que o Queenston tinha a dizer e então pensou em apenas complementar aquilo, ver o sangue poderia ser inútil, o resultado mesmo naquelas epocas era ligeiramente demorado, questão talvez de horas, todavia, não buscou questionar nem nada*

-Entendo, boa sorte, bem, meu trabalho aqui é ajudar os pacientes, então irei verificar o pessoal para ver se nenhum tem risco de vida, depois irei me retirar pois a missão estará cumprida; doutor Queenston, a oferta já foi feita para ver meu mestre, infelizmente não posso ficar esperando por muito mais tempo, preciso repor as baterias e informar sobre o caso daqui do hospital. *Mentiu, não precisava recuperar merda nenhuma, mas estava de fato preocupado, Heylel não o respondia a horas, sequer dava sinal de vida, pensou em mandar uma nova mensagem para a Reconquista, mas de novo? Não podia ficar manchando a imagem de seu mestre com dois pedidos de socorro em seguida, então ele mesmo iria agir e dar um jeito na situação... Sabe sei lá como, tinha que salvar aquele que um dia também o salvou a vida*

*Aquilo estava certo ou entendeu errado? Renard desconfiava que ele era mesmo uma maquina e estava tentando testa-lo? Bem, estavam mesmo no seculo 23, algo bem avançado, mas não ao ponto de um humano simular ser uma maquina... Ou será que sim? Já viu um caso semelhante a 8 anos atrás, mas a figura se tratava de um robô cujo cérebro era de fato humano, uma bizarrice que só, mas que fazia sentido com aquilo de um humano simular ser uma maquina embora não fosse uma*

-É uma honra que queira me ter por perto apesar das acusações, mas você deveria descansar, você está começando a entrar em um quadro forte de delírio e isso está evidente em seus ditos e em suas feições, você está sorrindo como um psicopata frente um alvo, seu preconceito está exalando e beirando a loucura, sua falta de sono está perturbando seu juízo a ponto de realmente achar que uma maquina pode agir como um ser humano, inconcebível, recomendo que cesse suas atividades antes que prejudique algum paciente com alguma manobra indevida, do contrário eu e a oficial Bhailin teremos que seda-lo para o seu bem e o deles, atualmente você está sendo um perigo aos pacientes após mais de 42 horas acordado, mesmo você precisa descansar, doutor. *Não abordou muito a questão sobre sua bateria poder ser recarregada daquela forma, claro, a bateria duraria mais em ambientes mais quentes, mas ela certamente ainda descarregaria,sem contar outros fatores... Mas deixa pra lá, isso não é tão importante agora*

A mulher evita demonstrar seus sentimentos, mantendo sua feição séria apesar de estar se perguntando internamente onde ela se encaixa naquela confusão. Ela respira fundo, buscando manter a calma. Não entende realmente sobre tecnologia, não por falta de oportunidade, mas simplesmente não é o que a toca. Bhailin sempre foi movida pelo impulso de ajudar as pessoas e por isso escolheu ser policial, para proteger seu povo.

Sendo assim, as discussões dos dois não realmente lhe afeta, enquanto em sua cabeça ela continua preocupada com todos que estão no hospital, simplesmente querendo fazer qualquer coisa a respeito o quanto antes. Ainda assim, nota que o androide é realmente muito mais bem articulado do que qualquer robô que ela já viu.

— E vocês estão começando de novo... Por favor, mantenham-me fora disso. — Ela balança a cabeça negativamente, frustrada com a discussão. — Pode ir, doutor Queenston. Poderei ajudá-lo em qualquer coisa, mas caso não haja nada em meu alcance, poderei patrulhar o hospital para me certificar de que todos estão seguros. Posso pedir para que uma patrulha seja acionada para virem me ajudar a qualquer momento, também.

A mulher então dirige-se à porta da sala, voltando-se para ouvir as palavras de Cody sobre o médico. Realmente, o psicológico do doutor não parece para ela em perfeitas condições após tanto trabalho direto. Normalmente ela mandaria-o descansar, mas não pode permitir que isso aconteça. Não enquanto todas as pessoas dentro do hospital estão adormecidas e o motivo permanece desconhecido. Qualquer coisa pode ter acontecido a elas, afinal.

— Não podemos sedá-lo, Cody. Tenho certeza de que o doutor cumprirá sua função e descobrirá o que aconteceu com essas pessoas e como poderá tratá-las. Caso seja necessário contê-lo, eu tenho treinamento para isso. — Ela alterna o olhar entre os dois presentes, tentando reduzir a tensão instalada na sala. — Assim que eu tiver certeza que essas pessoas não correm riscos, ele poderá descansar. Precisamos do doutor Queenston nesse momento. Mas você pode se recarregar se precisar, eu cuidarei para manter todos a salvo. — Assegura, parecendo realmente confiante quanto ao que diz.

*Ao que parecia todos haviam entrado num consenso ali, então poderia enfim resolver as pendencias seguindo com as informações que tinha mesmo, afinal, acima daquele que o enviou naquela missão a segurança de seu verdadeiro mestre era primordial já que como já dito o mesmo havia salvo sua vida e quem sabe havia chego o dia de retribuir isso devidamente*

-Bom, oficial Bhailin, a responsabilidade será sua... Como o doutor irá verificar os pacientes que caso estejam mortos eu nada poderei fazer e você ira chamar ajuda, meus serviços estão dispensados, porém, caso tome um tempo livre, me comunique para que eu o leve até meu mestre, caso queira, a oficial pode ir junto sem problema nenhum, eu acredito que ele gostaria de ter uma presença feminina de tão bom grado consigo, sobre minhas baterias, sou um androide e não um celular, então eu não recarrego em tomadas e mesmo o calor me mantendo acesso, não é um recurso inesgotável, do contrário as demais fontes de energia seriam desnecessárias, e sobre meu contato, estará no tablete. *Moveu o dedo adicionando seu contato a uma agenda no aparato que Bhailin tinha consigo, em seguida caminhou então para sair dali com a sensação de dever cumprido, por mais que não tivesse concluído o capturar de Renard de fato, isso já não importava tanto já que suas causas eram pessoas e se aquilo não iria trazer vantagem a Heylel que nesse momento estava em perigo, preferiu deixar para lá, mesmo ele, uma maquina, tinha suas prioridades do qual o impediam de seguir perdendo tempo*

A mulher assente, absorvendo os pedidos do doutor. Ela parece particularmente ansiosa, embora satisfeita por finalmente interromper a briga entre os dois. A preocupação cresce cada vez mais por trás de sua fachada séria, principalmente após ouvir a expressão "óbito coletivo" sair da boca do médico.

— Entendido, doutor. Me comunicarei com meus colegas e estarei por perto caso precise de mim. — Ela afirma, parecendo segura quanto ao que diz.

Bhailin então volta-se para Cody e sorri brevemente, agradecida por ajudar a salvar a vida de tantas pessoas, mesmo com o clima tenso instalado na sala anteriormente. Ela permanece parada próximo a porta, mas abre espaço para que o androide possa passar.

— Muito obrigada pela ajuda, Cody. Desculpe por qualquer coisa, e pelo doutor Queenston. Ele parece... Estressado depois de tantas horas trabalhando. — Ela abaixa o tom de voz para falar sobre o doutor, evitando que o mesmo ouça. — Se ele desejar ir, poderei acompanhá-lo, sim. E você será bem vindo aqui quando quiser voltar, espero que resolvamos isso tudo logo e que todas essas pobres pessoas possam voltar às suas vidas normais. — Suspira profundamente, passando os dedos pela própria nuca.

*A maquina cessava seus passos para ouvir a oficial, se pudesse sorrir com certeza estaria fazendo isso aquele momento. Ao ouvir toda aquela gratidão, realmente pensou em confessar de que pertencia a Reconquistar e tudo mais, todavia, do jeito que Renard estava conspirador poderia distorcer todo o feito heroico do qual fez ali associando a todo um "movimento placebo" onde você mesmo causa um mal para depois resolve-lo si próprio, logo, para evitar essa fadiga apenas decidiu fazer como ela mantendo uma certa imparcialidade*

-Pedido de desculpas, para uma maquina? Você é realmente gentil oficial Bhailin. *Até se sentiu mal por tentar engana-la desviando a culpa da Datsu para Amelie e sua companhia e com esse arrependimento decidiu não seguir insistindo alimentando suspeitas na mente daquela ruiva, era melhor assim. Aceitou seu capuz e tratou de seguir para sair dali*

-Elas irão... Ahn.. Acabei de lembrar, você consegue me arranjar uma nave para eu sair do planeta? *Levou a mão até atrás da cabeça e voltou o olhar para a mulher, se tivesse expressões agora estaria sem graça embora mesmo com ausencia de expressões, sua voz sinalizou bem esse momento "constrangedor"*

A mulher sorri sem graça, balançando a cabeça negativamente. Na sua concepção, ela não está nem perto de ser gentil. Apenas quer, no fundo, ajudar as pessoas até onde é possível, dentro de suas limitações. Ela parece pensativa com a pergunta do androide, mas esse estado não dura muito tempo. A solução não é lá muito difícil.

— Eu tento tratar bem a todos os meus companheiros, embora nem sempre consiga. Afinal, eu me tornei policial para ajudar todas as pessoas, sem restrição... Mas é foda, não acredito que eu me encaixe na categoria "gentil" exatamente. — Ela ri, mas é visível que continua tensa. — Bom... Conseguir uma nave é relativamente fácil, Cody. Digo, não uma nave mesmo. Mas uma carona, né? Pra onde precisa ir?

Ela verifica algo no tablet que lhe foi cedido por Renard quando o mesmo se aproxima para dar-lhes notícias. A primeira palavra do médico já faz com que ela grude seus olhos nele e engula em seco, absorvendo cada palavra. Ela parece mais em choque do que nunca, principalmente ao final da frase do Iomarshiano. Seus olhos então se apertam e ela passa a alternar seu olhar entre ambos os presentes.

— Desculpe doutor, mas... Como isso poderia ter acontecido? — Com toda a tensão e desconfiança no ar, a oficial mal pode notar o alívio por todos estarem bem. Talvez não estejam tão seguros assim, afinal. — Está dizendo que alguém... ou algo, poderia ter sedado todas essas pessoas? — A expressão em seu rosto denuncia o quão abismada está com a revelação e, claro, ainda mais angustiada. — E Cody... Quem você disse que é seu mestre mesmo?

*Ao ouvir aquela mulher ele percebia que havia um certo conflito interno nela que era dócil, mas aparentemente não queria aceitar isso por quem sabe em sua profissão, em seu cargo, isso ser confundido com moleza e ela então ser subestimada e tudo mais, bem, era o que supunha já que os ditos dela eram o de uma pessoa gentil que se fosse o contrário, nem sequer se esforçaria para tratar ninguém bem, mesmo companheiros*

-Acreditamos naquilo que queremos e não não que pode ser de fato real, não é mesmo oficial? Se você acha isso, então provavelmente deve ser, tire Renard e suas paranoias de exemplo. *Não podia evitar de alfinetar aquele doutor maluco que testava sua paciencia, e olha que ele era uma maquina, se fosse uma pessoa provavelmente já tinha metido bala na fuça daquele bandicoot*

-Carona seria uma boa, mas não quero arriscar ninguém na viagem, eu preciso ir para... *Foi então interrompido pelo dito cujo que muito provavelmente não havia feito seu trabalho adequadamente, afinal, nem a pau, mesmo no século 23 um exame de sangue feito em tantas pessoas demoraria menos de 5 minutos que foi o tempo que ele saiu de sua vista, mas tudo bem, faz parte*

-Oi para você também, Queenston. *Se tivesse uma expressão ela naquele momento seria um perfeito "Ta, mas e o foda-se?", só que como não tinha permanecia estoico como sempre, não na voz, essa deixou evidente o desdém do androide*

-Está debochando de nós, doutor? Você sabe que um sedativo usado em larga escala dessa forma provocaria inúmeras mortes de parada cardíaca, a quantidade teria que ser muito alta para afetar a tantas pessoas de uma só vez em tantos andares e cômodos, e se fosse mesmo um sedativo, supondo que exista um que possa afetar tantos alvos sem mata-los nessa quantidade absurda, porque você e Bhailin também não apagaram? Eu sou uma maquina, enquanto a vocês? Você realmente fez o exame de sangue para verificar se isso não foi um efeito a mais do Pax-12 em gás como já havíamos entrado em consenso? *Voltou seu olhar para o Iormashiano e cruzou os braços esperando uma resposta que fizesse sentido, e tinha, o pessoal apagou porque já estavam cansados, do contrário o sedativo nem teria feito cocegas, Bhailin mesmo é a prova, ela provavelmente está de pé porque já estava devidamente descansada, diferente dos outros que estavam virados a mais de 2 noites, 3 e um pouco mais para o caso de Renard que por ser médico teria essa noção, mas como citar o fator cansaço ignorando seu próprio quadro? O robo estava a espera disso, do outro ali dar a resposta certa e ter que acabar denunciando o como diabo segue acordado por tanto tempo*

"-Xeque, seu bandicoot de merda, agora vamos ver o que você vai falar..." -Hm, meu mestre? Silver, industrias Silver, por que? *Retirou então seu capuz mostrando todo seu cranio que sabe sei lá porque diabos tinha um chifre apontado pro alto no centro da testa, em seguida se virou para Bhailin mostrando a logo da empresa que estava bem apagada mesmo, um sinal forte de que já fazia um bom tempo que aquela maquina havia sido construída e seguindo a lei de obsolência dessa época, estava mais do que ultrapassada*