Entrevista com Doutor Renard Queenston

A transmissão é feita por todo o território da Aliança, após uma semana tendo vários pacientes que foram curados do PAX-12 entrevistados e muito sendo discutido sobre o uso de implantes tecnológicos por conta do peculiar médico. Finalmente é transmitida uma entrevista com o próprio Iomarshiano, o qual ficou conhecido por salvar a vida de centenas de pessoas após uma arriscada transfusão de sangue depois do terrível ataque da Datsu contra Gradopolis, sede da Aliança.

O programa se inicia, e um homem kroyvisiano e moreno na faixa dos 35 anos está sentado numa cadeira vermelha à frente do médico Renard Queenston, estando separados apenas por uma mesa de vidro onde seus braços estão apoiados e há um pequeno tablet ao centro. Além disso, duas canecas de água também estão presentes em cima do móvel, uma próxima ao convidado, e outra ao apresentador. Ao fundo deles, há uma parede de vidro que mostra os enormes e iluminados prédios da enorme metrópole que estão do lado de fora do estúdio. O homem sorri para a câmera e dá inicio à entrevista animadamente.

— Boa noite! Estamos aqui hoje para realizar finalmente a tão esperada entrevista com o Doutor Renard Queenston, o médico que se arriscou para conseguir encontrar uma cura e assim salvar centenas de pessoas da substância usada no ataque da Datsu contra os cidadãos de Gradopolis. Doutor, há quantos anos você trabalha como médico?

A raposa tomou ar com aquela pergunta, uma questão básica que aparentemente conhecimento de todos.

— Faz aproximadamente 6 anos terrestres, comecei pois minha família havia sido meu maior exemplo, não quis findar essa hereditariedade... — Findou sorriso; a voz era andrógina, mas firme.

— Muito tem sido discutido sobre a colocação de implantes tecnológicos e no que isso implica ultimamente, por conta da repercussão de seu caso. Inclusive, muitos dizem que se não fossem seus implantes, provavelmente todos os pacientes não teriam sido curados. O que acha disso? E se não se importar de responder, por que decidiu colocar os seus? Tem relação direta com a carreira médica?

— Sim tem.. — Sorria fino — A questão tecnológica ainda é temido por todos, mas não usado corretamente, o que se vê hoje em dia são pessoas preparadas para a guerra, mas nunca preparadas para a união e do bem-estar do próximo. Preocupamos com nossas moradas mas não vemos que não é só você que vive junto dele. Somos todos um, e por isso, o trabalho em equipe é importante... —Moveu a mão para pegar a caneca de porcelana com a logo da empresa televisiva.. — O uso deste implante. — Aponta para o próprio olho esquerdo. — É para a observação intramolecular da matéria, só assim pude descobrir que a doença azul nomeada PAX-12 é de origem vegetal, as pesquisas sobre sua origem estão firmes, e precisamos ir a fundo. — Molhou os lábios na caneca para prosseguir. — O motivo da instalação deste, foi para aprimorar qualquer ação visual do paciente, assim sabendo qual é a doença e a composição dela fica fácil de resolver, assim não existe uma demora na resposta da pesquisa. — Voltou a beber mais da água.

— Ah, sim. Mas certamente todos sabemos que a ajuda dos implantes não tiram seus créditos por salvar tantas pessoas, doutor Queenston. Então foi assim que começaram os testes para descobrir o tratamento da substância chamada pelo senhor de PAX-12? Poderia nos explicar melhor quais foram os passos de seu trabalho para conseguir o grande feito de salvar tantas pessoas de uma só vez? E, claro, como chegou à conclusão de que a transfusão em massa, mesmo que muito arriscada, seria a melhor opção para todos?

Um breve suspiro deixando fazia-o relembrar toda a ação ocorrida no hospital fazendo o sorriso aumentar eu seu rosto.

— Claro que foi... Tendo em mente que a sua ação era de forma simbiótica - pois sempre procurava um hospedeiro para se manter vivo -,eu usei a visão para descobrir sua composição. Vendo que era celulose tive noção para deduzir que se tratava de uma especie de fungo, mas não podia afirmar isso com exatidão, mesmo sendo uma celulose não tinha traços biológicos para ser um fungo. Descartando essa possibilidade vi que a PAX-12 não comia as células do anfitrião biológico, mas tirava suas capacidades de viver, e assim sugando a vida de quem possuía; isto vinha junto de dores fortes devido ao contado. — Parou para molhar o lábios com a água na caneca. — Então,  Após ser parado pelas fugitivas de cabelos brancos, elas deixaram-me um corpo, eu realmente constatei óbito, mas chegando no necrotério ela voltou a vida, essa senhorita chamada Bhailin... — Fez uma pausa para balançar a mão como se cumprimentasse Bhailin. — Ela ajudou-me dentro do hospital, acalmando as pessoas e evitando problemas... A partir disso eu já havia feito a retirada de uma amostra de sangue de alguns feridos e eles vinham com uma coloração azul, e pensando nisso todos os afetados deveriam ter essa mudança... Admito, era um tiro no escuro, porém... Coloquei a vida de muitas pessoas nas costas para lidar com essa situação, arrisquei minha vida, minha reputação e tudo o que conquistei até hoje para salva-los... Mas se falhasse... Não creio que a morte deveria ser a escolha mais viável... Só que todos estão vivos... Fico agraciado com tal dádiva concedida a mim para conquistar tal proeza... — Nesse instante sentou-se igual uma mulher que cruza as pernas, mas não só isso, seus atos transmitiam uma feminilidade tão viva que se não olhassem seu rosto confundiriam com uma mulher.

— Como foi o seu encontro com essas garotas fugitivas as quais mencionou? E ouvimos muito pouco sobre o caso da oficial Bhailin, poderia nos explicar o que aconteceu com ela com mais precisão? O que quer dizer com "voltou a vida"? Seria algo como uma EQM (Experiência de Quase Morte)?

— Não foi o mais amistoso, andava eu indo para casa quando uma moto parou do meu lado, as duas desceram junto do corpo e perguntaram se eu sabia sobre a cura. Nos meus conhecimentos atuais neguei, não tinha conhecimento de tal e muito menos pensei que voltaria para o hospital. Seguindo o que elas proporam eu temia minha vida e foi quando Dhake e sua companheira apareceram, as duas correram, os policiais seguiram-nas e deixaram-me com o corpo. — Tomou ar e bebeu um pouco da água. — Já havia confirmado o óbito de Bhailin, e como não podia deixa-la jogada levei ao hospital. — Levantou o dedo pedindo um minuto para tomar mais água. —Com Bhailin em óbito decidi fazer uma autópsia, foi um erro de conduta, assumo, porém precisava achar a cura o mais rápido que podia. Quando iria começar o procedimento ela desperta... — Suspira. — Até eu quero saber dessa resposta... Não tenho certeza se é ação da simbiose ou se houve um choque em seu corpo, ainda preciso estudar mais a fundo tal ocorrido,pois a única coisa decifrada é que, a PAX-12 age conforme o hospedeiro está vivo,então o retorno pode ser uma ação concluída da doença, e, o que vai contra tudo isso é que Bhailin foi a única registrada com isso, por isso deduzi que a mesma seja - em um caso isolado - a paciente zero.

— Imagino que deva ter sido desesperador  toda a pressão por saber que o PAX-12 crescia no corpo dos pacientes e o senhor precisaria encontrar logo uma solução para salvar a vida de centenas de pessoas. Agora que tudo isso já passou, mas continua com dúvidas sobre alguns efeitos da substância como os que levaram a oficial Bhailin a "voltar a vida", pretende continuar estudando-a?

— Claro que pretendo, nas circunstâncias atuais quanto mais entendermos suas ações fora e dentro do corpo dos seres melhor será para curar todos que receberem-na novamente. Preciso de foco é como ainda tem muitos mistérios a seu respeito temos que sana-lo... E sim  foi, não esperava ser perseguido, estranhei a forma como foi rápido.

— Muito obrigado pela entrevista, doutor Renard Queenston. Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar sobre sua experiência com o PAX-12?

— De nada... tenho sim. Quando encontrar vestidos da PAX-12, evite contato direto, permaneça um metro de distância e use fogo para dispersar o efeito do simbiote. Caso seja pego pela a mesma procure as unidades de saúde imediatamente, sua vida estará em risco... E, viva a Aliança! — Findou com a saudação da aliança.

— Obrigado também a quem nos assiste, e nos vemos na próxima! Viva a Aliança!

Com a saudação de ambos, uma música toca enquanto a transmissão se encerra.