Buraco negro - Vumihe Boik

*Cody seguia correndo para encontrar logo com seu irmão para que pudesse fazer as compras a pedido de seu mestre e durante o trajeto ele seguia pensando, sim, pensando na situação e do que estaria por vir apesar de ser uma maquina, uma maquina que temia a guerra que destruiria de vez aqueles dias ligeiramente pacíficos que tinha*

-Voltei! Irmãozinho, vou querer munições de sniper e alguns micro-foguetes, vou pegar também umas seringas de saúde eeeee a pimenta em pó que o Big Boss enviou, você ta com ela ai né? *Ao entrar na nave onde o outro androide estava, o Familiar via que ele estava sentado na cadeira do capitão usando sua tela de navegação para ver uma novela bem antiga, Avenida Brasil que estava em sua abertura que soava ao famoso ritmo da Dança Kuduro*


-Ah, é você irmãozão? Seja bem vindo, e sim, eu trouxe a encomenda e ela vai custar 100 créditos, as demais coisas custaram o preço padrão com 15% de desconto, oferta imperdível. *Seguia sentado vendo novela confortavelmente enquanto o outro parecia que ia ter um piripaque indo até seu irmão mais novo batendo a mão com tudo no painel*

-100 fuckin créditos num punhado de pimenta em pó?! Ta me tirando?! Não, você só pode estar zoando com a minha cara, que porra cara é essa bicho? Inflação Intergalática?! *Por ser uma programação gravada, o robo que assistia conseguia voltar para a cena anterior antes de seu semelhante começar a espernear o impedindo de ouvir o programa e tudo isso sem se mover, aparentemente já tinha sua I.A conectada ao televisor*

-Não é apenas um punhado de pó, é um punhado de uma iguaria encontrada apenas na terra natal de nosso criador, uma especiaria de extrema qualidade e raridade que muitos matariam para obter, você na verdade tem muita sorte de comprar algo deste nível a um preço tão acessível, deveria me agradecer. *Cody emitia um ruido muito similar a um rosnado irritadiço e largou um "Ta! Me da logo essa porcaria!" então o outro apenas ergueu o vidrinho lacrado próprio para se temperar, assim sendo, era algo tipico para salpicar sobre os alimentos*

-Ei, esqueceu as outras coisas. *Em passos pesados pela raiva e frustração que sentia por pagar tão caro por algo que iria usar por "banalidade", Cody voltava e ia pegando as demais coisas que havia pedido para compra*

-Vai uma sacolinha? Essa é de graça. *Depois de largar um "vai se fude" e dar o dedo do meio para seu semelhante o arrancando um breve riso, o androide recebeu dois cartões roxos que tinham escritos em seu conteúdo algo como "Memory Card"*

-Use esse cartão em modelos semelhantes ao meu para conseguir os descontos de 15%, estamos por toda a parte e esse cartão vai servir para baixar minhas memorias nos outros modelos para que saibamos de onde paramos nos upgrades de suas armas por exemplo, e claro, saber também das encomendas feitas como essa da pimenta em pó. *Ainda irritadinho, seguia colocando tudo no saco que lhe foi oferecido, pegou os cards e saiu andando recebendo um casual e bem humorado "Obrigado pela preferencia". Retornando, Cody se deparava com uma cena meio engraçada para si onde seu mestre, Alcatraz, estava mostrando diversos dos vários videos promocionais de quem era o tal Big Boss, Z'entrax*

-Ve? Você muito provavelmente o conhece, Big Boss é só a forma como Cody chama aquele que o criou, meu padrinho, Daniel Silver, ou para nós, Z'entrax. *Realmente era muita coisa, o esperado de um empresário milionário, ainda mais que Heylel expos até mesmo coletivas de empresa onde o Silver respondia diversas questões sobre si, sua empresa, suas criações, ligações com outras empresas e tudo mais, quase um documentário da vida daquele genio, rico, playboy e filantropo... Quem diria que haveria uma figura daquela ao lado dos rebeldes*

Spoiler:

— Você acha que ele pode conseguir uma nave própria para conduzir alguém em coma? Isso seria bom, mas arriscado. Imagino que alguém em seu posto não queira ser descoberto, e estamos no radar da Aliança. 

Jubo mal acabou de falar e uma mensagem é exibida no lugar daquelas que estavam no dispositivo de Heylel. Nela, um alerta ousado e importante é compartilhado em diversos canais da causa rebelde.

??? escreveu:

"Avisando a todos os soldados: A segurança de Vumihe foi comprometida. A aliança está enviando tropas especiais para o local. Quem tiver puder prestar seu auxilio, o faça. Toda ajuda é bem vinda. Viva a reconquista!"

— É, eu acho que é isso. —  Murmura ele enquanto força um pouco a vista para ver do que se trata. —  Só me resta esperar aqui enquanto os idiotas que escolheram lutar se matam na linha de frente. Não sei se há tempo para a criança ser resgatada, mas eu prometo mantê-la segura caso não seja possível evacuá-la de qualquer jeito.

*Cody chegou entrando indo até seu mestre oferecendo a ele a sacola com as coisas dentro. O Rebelde então olhava o que tinha dentro, não era bem tudo o que ele queria mas já era o suficiente para conseguir seguir dali em diante, isso até receber aquela mensagem e le-la com certa atenção*

-Sim, ele é um dos homens mais ricos e poderosos da atualidade, é mais fácil tentar achar o que ele não poderia fazer. *Levantou-se de onde estava e seguiu até Jubo pegando forte onde estava o suporte que um dia pertenceu a Mora e começou a aperta-lo com toda força que começava a danifica-lo*

-Vocês querem liberdade sem lutar por ela, vocês querem igualdade enquanto outros e não vocês se sacrificam por ela, vocês pacificistas desfrutam do conforto de áreas seguras enquanto pessoas como eu estão na linha de frente tomando tiros para que a área onde vocês estão permaneça segura e vocês possam seguir com sua politicagem. *Pressionou a ponto de praticamente esfarelar o objeto e depois bateu com tudo o vidrinho com pimenta em pó no peito daquele metamorfo em um gesto rude que doeria, mas não machucaria*

-Mora morreu como uma criança infame que agiu de má fé deixando a todos nós desprotegidos, se estivéssemos com os recursos que Bastião havia conseguido poderíamos nos defender dessa invasão, mas veja, a querida mãe de todos deixou seus filhos vulneráveis a um ataque onde ou lutam ou se rendem e passam o resto de suas vidas dentro de uma cela em Nasod, acha isso justo? Espero que se divirta com esse punhado de pó. *Seguiu com uma forte ombrada que quase ou até mesmo derrubaria Jubo e assim seguiria para sair dali para reunir o pessoal que iria enfrentar o perigo que estava vindo e claro, torcia para que Bastião não tivesse ido embora, a ajuda dele seria muito boa. Enquanto isso, Cody se aproximou do médico*

-Olha, eu sei que você está numa situação difícil, ok? Todos nós estamos, mas sabe, isso não é justo sabe? Com ninguém, olha pra mim, acha que fui feito para lutar? Eu só sirvo para serviços de conhecimento e diplomacia, talvez um oficio ou dois, mas nada além disso, então sabe man, se você tem um pingo de amor por seus irmãos da Reconquista, você vai lutar junto a eles, mas do seu jeito porque lutar não é só pegar numa arma e atirar, é fazer o que é certo da forma que se pode e a forma que você pode lutar, sendo você um médico, é ajudar os feridos pois esse é o juramento que se faz quando segue a profissão de medicina, que caso não a siga, faça pelos seus irmãos, por aqueles que estarão la na linha de frente enquanto você está aqui esperando com uma menina que precisa de proteção mais do que você, ou você acha mesmo que eles vão cuidar bem de uma criança filha de dois procurados da Aliança desaparecidos por anos? Ela só será um bode expiatório e isso não será sua culpa ou minha culpa, será nossa, então mova-se, você não precisa pegar numa arma ou matar para lutar, o mesmo vale para mim, nós precisamos fazer nossa parte que é manter os passaros livres para que todos possam rumar na mesma direção, rumo nossa liberdade que vamos reconquistar, entendeu? Reconquista? Essa é o verdadeiro espirito, seja ele da paz, seja ele da guerra, todos lutam para voar numa mesma direção, para um mesmo amanhã melhor, cada um do seu jeito, eles do jeito deles, nós do nosso jeito. *Moveu a capa mostrando alguns medicamentos que roubou na confusão do hospital em Gradopólis, iria usar eles para sedar Renard das mais diversas formas, só que bem, não funcionou, ele inclusive tinha um cassetete hightech para usar se necessário, só que sabendo que não seria util em suas mãos desengonçadas, acabou o oferecendo ao doutor dizendo para o mesmo "Só em ultimo caso, ok?"*

Jubo observa com os olhos marejados enquanto o símbolo da confiança de sua colega mais querida partie-se diante de seus olhos. Seu sofrimento não é físico com a força empregada, e sim emocional. Heylel não estava satisfeito em provocar a morte de Mora, estava determinado a ruir a causa de uma parte sonhadora e benigna da Reconquista, ainda que seu maior propósito seja não incomodar ninguém.

Uma pontada de ira se forma em seu coração, mas ele engole-a junto com o choro. Depois de tantos anos sendo nada mais do que um assistente de Mora, ele era enfim o líder honorário da base onde cresceu - e iria comportar-se como tal. Assim como Mora, defenderia seu ideal ainda que pudesse provocar sua morte.

A esse ponto, ele não têm mais a paciência necessária para ouvir as palavras de Cody. Discretamente, apanha seu dispositivo móvel e, desviando algumas vezes os olhos para este, utiliza do controle da base que é seu por direito. Em um clique, a porta do quarto se fecha em um metal rígido e imponente, bem em frente ao ciborgue.

— V-Você não é melhor do que aqueles que enfrentamos. D-Desculpe, mas não vai sair daqui para incitar mais violência.

Sua voz não carrega controle, mas carrega firmeza. Ele está certo do que está fazendo, mas não é determinado como Mora a ponto de encarar seu algoz de frente. Temeroso, desvia o olhar diversas vezes, mas não recua em momento algum.

O aviso de Celes adianta a evacuação de Vumihe Boik diante de uma ameaça praticamente anunciada. Com Jubo (diretor substituto daquela base) preso em um quarto junto com Heylel, a encriptação dos dados é impossível, mas os civis estão determinados a sair dali. Por ter sido convencido a partir ainda que a contragosto, Bastião embarca junto com estes, deixando a zona de batalha para lutar num momento mais oportuno.

A nave parte, e agora a única coisa que preenche a garagem é o veículo de Heylel e o breu absoluto. Dentro das instalações de Vumihe Boik, um pequeno grupo de guerrilheiros que resolveu ficar tenta buscar estratégias para conter a invasão. Os pacifistas que não queriam deixar Vumihe Boik convenceram-se com o alerta no canal da reconquista e partiram junto, deixando a grande base quase que deserta. 

Se aproximando rapidamente, já no sistema de Khast, uma nave negra em formato de vespa demonstra toda a sua imponência ao investir em direção àquela que há pouco tempo atrás era uma das bases mais populosas da reconquista. Agora, com mais de 70% de seus habitantes partindo, seu destino está praticamente decidido.

*Era impressionante, mesmo com o dispositivo de comando da base destruído ainda foi possível fazer algo daquele porte, isso senão havia sido feito com outra coisa, outro item que pudesse fazer um feito similar ao usado por Mora. Alcatraz voltou seu olhar por cima do ombro provocando o silencio de seu Familiar*

-Carcere privado também é um tipo de violência, condenado por lei tanto quanto agressão ou assassinato, o que você está fazendo nada mais é do que ser violento impondo sua vontade sobre a minha, ou seja, você é como nós.*Comentou fazendo seu elmo se desfragmentar expondo enfim seu rosto para Jubo, inclusive, até mesmo apertou o botão do modulador que usava sobre seu pescoço para que sua voz pudesse voltar ao normal, assim, aquele ali reconheceria o amigo de Mora, o ultimo nome que ela mencionou antes de morrer... Bryphis*

-Boss, aparentemente toda a base foi evacuada e só resta nós e pouquíssimos homens que pretendem lutar, se a Aliança vier não teremos condições de vencer, todos serão destruídos... O que vamos fazer? Você é o único com patente mais elevada por aqui. *O olhar severo e rubro do albino voltou para seu Familiar e depois para frente, ele então sacou sua manopla começando a mandar mensagem no canal da Reconquista mesmo advertindo aqueles que ainda estavam ali*

"-Para aqueles que evacuaram de Vumihe, até logo, para aqueles que continuaram, sigam fortes lembrando-se de que poder não está no numero e sim na forma de lutar, todos nós estamos em casa e conhecemos cada canto desse lugar com a palma de nossas mãos, então o foco agora é aproveitar que estamos com o numero reduzido para pega-los de surpresa com armadilhas e emboscadas, não se arrisquem num combate de frente, sejam prudentes, eles não conhecem a area como nós então temos a vantagem, dividam-se em grupos menores, consultem o mapa em seus HUDs." *Ao perceber que seu mestre não chamava reforço como por exemplo Bastião, Cody o olhava sem entender, o que Heylel estava planejando e porque tinha que ser praticamente sozinho? Ele estava querendo se matar? Aparentemente sim. O Kroyvisiano então seguia digitando em sua manopla esperando a resposta do médico*

Assim que cheguei em Vumihe, usei o mesmo código de quando fui lá pela primeira vez. ㅡ Agente Melroa pedindo permissão para pousar.

A Umbra, ainda que seja um protótipo, conta com um visual bem arrojado. Isso porque seu idealizador - o jovem aspirante a piloto Drodag - é um grande perfeccionista e tratou de deixar cada canto do seu sonho ser como ele imaginou, mesmo que tenha gastado boa parte dos fundos de sua família nisso. 

A nave conta com dois andares, sendo que o de baixo oculpa um espaço bem maior. Nele estão dois quartos individuais para viagens longas, um hall que dá acesso a uma dispensa improvisada e duas portas convergentes que ligam tudo isso a grande garagem onde Hoeu, Ale'ek e Amy agora estão.

O andar de cima é para as funcionalidades vitais da Umbra. Logo na frente há o deck do comandante, que conta com duas cabines (uma para piloto e outra para copiloto) e uma porta bem fechada. Já atrás, existe uma sala de conferência holográfica com alta tecnologia e no final do corredor há o salão de engenharia, vital para que a nave funcione. Os dois andares são conectados por um único elevador.



O piloto da nave deixa-a em piloto automático durante a tranquila travessia pelo sistema de Khast, provavelmente a última coisa tranquila nas próximas horas, para abordar o grupo de ataque.

— B-Bom... chegaremos em Vumihe Boik em três minutos. Vocês não estão nervosos? Digo... eu sou só um piloto, não vou sair daqui, mas me preocupo por vocês. Dizem que os terroristas têm armas que sequer conhecemos!

O comandante da missão é um homem enigmático e calado chamado Hoeu, que mesmo tendo passado algumas horas com o grupo, não dirigiu-se a eles por um segundo se quer. Na verdade, deixou a sua cabine particular há apenas poucos segundos para se juntar a eles na área de desembarque. Como de praxe, ele não responde a pergunta do piloto.

Demoram alguns segundos, mas a resposta para Celes chega.

— O que diabos está fazendo aqui, garota? Estaremos sob ataque em segundos e você não quer ser pega no fogo cruzado.

A voz é feminina, mas ríspida. Há uma certa dificuldade em entender o que ela diz, aparentemente está mascando algo.

Revirei os olhos. — Eu sei. Eu mandei o alerta. Por que você ainda está ai? Tenho assuntos a resolver, abra isso logo!

— N-Não, eu não sou. — Respondeu prontamente, certamente sem surpresa quanto a identidade de Heylel. — Você iria fazer deixar todos nós mortos. Eu vou fazer deixar todos nós vivos.

Ele dá as costas para o ciborgue e cruza a sala, apenas para sentar-se sobre uma confortável poltrona e descansar.

— Você nunca entendeu o verdadeiro significado, mas não precisa entender. Não se preocupe - não vamos responder a sua violência com mais violência.

— Abro sim, mas vou querer te ver de joelhos quando estiver aqui dentro. Eu tô organizando essa porra aqui e não quero ouvir vaca me tratando desse jeito não, ainda mais na frente dos soldados que estou liderando.

A resposta é ríspida, mas a porta de fato se abre.

Entrei com a nave, desligando o canal sem esperar resposta. — Miyano, vou deixar a nave em piloto automático, qualquer coisa já sabe. Pode usar o seu comunicador pra falar comigo. Eu já volto. — Disse enquanto deixava a nave junta a algumas outras, camuflando-a.

Me levantei, ativando o escudo e equipando minhas armas. Assim que sai da nave, mexi na minha manopla, já tentando assumir o controle das maquinas de Vumihe. Ao ver que não tive sucesso, apenas soltei um suspiro e segui até a sala de comando. Então tentei ter acesso aos canais de comunicação geral da estação assim que cheguei ali.

*Se o plano daquele médico era o mesmo de Mora, de se renderem se entregando as autoridades, então não restava a Heylel muita escolha sobre o que fazer. Jubo era o que tinha o controle de toda a Vumihe em mãos e teria que tomar isso dele e se tornar o novo "comandante" dali na base da força*

-Viver dentro de uma gaiola é o mesmo que estar morto, acha mesmo que se render, se entregar a eles é a saída mais propicia? Moleque... *Ergueu o punho direito que era aquele de fato organico feito de pele, ossos e sangue e moveu os dedos devagar os estalando junto do pescoço que se moveu acompanhando o ritmo. O albino se virou e começou a caminhar até o médico*

-Não seja convencido, Mora não está aqui para te proteger de mim! *Avançou então erguendo o punho para acertar o médico no centro de sua face, porém, o androide que estava ali juntou um punhado de pimenta em pó na mão e jogou nos dois os cegando por alguns segundos, o bastante para ele avançar, sendo um robo, sem se afetar pela poeira pegando o dispositivo móvel alheio em meio a tosse e ardencia dos olhos e nariz*

-Fiquem os dois paradinhos ai senão eu quebro essa merda e ninguém mais sai daqui! *Esfregando os olhos, Heylel tentava encarar Cody com certa dificuldade por causa daquilo, claro que não havia sido tudo, mas aquele punhadinho já tinha dado um efeito bastante forte naquela dupla ali*

-Seu maldito, de que lado você está?! *Graças a seus Ultra Genes, seu organismo ia se recuperando mais rápido a ponto dele já começar a demonstrar sinais de melhora muito mais rápido do que Jubo por exemplo. Nisso Cody se afastou*

-Do nosso lado! Vocês são burros por acaso?! Tão aqui brincando de quem pode mais chora menos enquanto TODOS os pacifistas foram evacuados e TODOS os guerreiros foram juntos, tudo o que resta são vocês dois e um bando de gente louca que ainda quer lutar sem medir consequências, vocês são os dois lideres, os dois de maior patente dessa merda e enquanto ficam se encrencando tem gente lá fora precisando do comando de vocês dois para sobreviver! Isso não é brincadeira galera! São vidas em risco, então ou se ajeitam ou eu quebro esse controle e explodo todas as granadas daquela sacola e quero ver vocês discutindo no fundo do inferno! Tem um jeito de fazer os dois ao mesmo tempo, é só lutar sem matar, mas para isso vocês dois precisam chegar num consenso e fazer o pessoal lá de fora não usar força letal, podemos vencer sem derramar uma gota de sangue, mas precisamos de vocês dois pensando juntos, não somos inimigos cacete! *Recuperado do que havia passado, o Kroyvisiano olhou para seu aliado que tinha a dita sacola aos seus pés e realmente, no primeiro movimento brusco e os três, sim, incluindo Maya iriam pelos ares sem chance de fuga por estarem trancados, já Cody, ele era um robo com I.A conectada a outros sistemas, iria sobreviver ileso aquilo*

Apesar dos reflexos involuntários fazerem Jubo tentar se defender, ele já está conformado de que não será fácil ficar ali. Sabe do que Heylel é capaz e ainda assim não o teme, afinal já pensou que estaria morto àquele ponto.

— Viu só? Você está disposto a machucar o único médico da estação que daqui a pouco vai se tornar uma pilha de corpos. O único que pode manter a garota viva e tirar você daqui. Está completamente cego.

Seu tom é quase que de alguém que se vangloria enquanto ele tenta se livrar da pimenta que cobre seus olhos.

— Você acha que eu não tentei conversar? É inútil. Os pacifistas deixaram a base, e os que ficaram são orgulhosos demais para tentar a paz. Não me resta alternativa senão cuidar para que essa garota viva e torcer para que eles sobrevivam.

Quando Celes passa pela ponte principal, encontra uma penumbra iluminada apenas pelos laser vermelhos de mira que vasculham seu corpo. Aparentemente, os atiradores de tocaia têm uma emboscada pronta e ela já está montada.

Do centro de todos, uma garota se revela. Ela ostenta orgulhosamente um rifle e um distintivo alterado pelo samurai que liderou-os temporariamente, e pelo jeito mudou completamente aquele pequeno grupo resistente.

— Olá, princesa. O que uma garota magra como você pretende fazer aqui? Isso é uma zona de guerra e não um baile real. — Ela desdenha, apoiando o rifle no ombro enquanto se aproxima alguns passos. — Deveria ir para casa enquanto ainda dá tempo. Ninguém quer enfrentar uma Sombra, ninguém vai vir nos ajudar.

Sua roupa marca o nome Drika, e um símbolo que indica algum prestígio. Provavelmente conferido por Bastião.

*Aquela fala... Aquela bendita fala... Aquilo sobre a pilha de corpos, então ele sabia, sabia que iriam lutar, sabia que irmãos iam pro campo de batalha e decidiu se trancar numa sala enquanto todos morrem sendo pilhados pelo inimigo, aquilo sem duvida mexeu com o albino. A aura azul se mostrou sobre seu corpo, as marcas estranhas surgiam em branco em seus antebraços e seus olhos tomaram um aspecto vermelho na iris muito mais vibrante*

-Você sabia... Você sabia que eles vão lutar e morrer e se trancou nessa sala largando todos para morrer! NOSSOS IRMÃOS! *Cody tentou impedir seu mestre, mas bastou um mover de braço para o androide ser jogado contra a porta trancada batendo as costas ali fazendo um tremendo barulho. O punho canhoto e mecanizado foi até a face do médico para atingi-lo em cheio o lançando contra a outra parede*

-TORCER PARA QUE SOBREVIVAM? EU VOU MATAR VOCÊ!!!!!!*E partiu para agarra-lo no pescoço dando outro soco no rosto dele seguindo com muitos outros, agora sim ele de fato estava cego por sua raiva, sua energia mistica começava até mesmo a ficar vermelha*

Torci o nariz ao ver o simbolo, mas não queria discutir. Não agora que precisamos de todos os aliados possíveis. Mas minha expressão assumiu uma forma tensa, mais sombria ou ouvir sobre a invasão. — Acho tão fofo quando uma mulher julga a outra pela aparência. É parte do ABC da Datsu? Bem considerando o que já conheço, deve ser. Mas pelo visto vocês não deveriam estar escolhendo aliados estando nessa situação deplorável. E eu tenho informações sobre a sombra.

Dito isso, apenas voltei a me concentrar na manopla. — Tripulantes ou... moradores? De Vumihe Boik. Aqui quem fala é a agente Melroa. Prazer em conhece-los e tal. Bem, serei breve. A força que está vindo nos enfrentar não é algo animador. Eu sinceramente esperava mais soldados quando enviei o alerta, mas quantidade nem sempre é qualidade. Se pensam que estão mortos, estão enganados. Vumihe é a casa de vocês, sua extensão por não sei quanto tempo. Use-a a seu favor, eles não esperam isso. Não subestimem o inimigo, mas também não desistam! Não se trata de manter a base, não. Se trata de mostrar para eles que não saíremos de nossas casas quando eles quiserem! Vamos defender a estação, e só vamos sair depois que os chutarmos pra fora! E Jubo.... Se ainda estiver ai, espero que esteja, venha até a sala de comando, estou com a maldita pimenta!

A poltrona não é suficiente para sustentar o peso dos golpes e desaba junto com o corpo estranho do Kaarteoniano. Talvez tenha perdido brevemente a consciência ou talvez simplesmente não esteja disposto a lutar, mas não mostra qualquer reação.

— C-Cada um escolhe seu destino. — Ele balbucia com dificuldades enquanto sente o gosto do sangue subir para a boca. — Alguns escolheram morrer lá embaixo sem propósito algum. Eu escolhi morrer aqui para que os outros que evacuaram não morressem em vão por sua culpa. Mora morreu para evitar a guerra, e o destino que eu escolho é o mesmo.

Ele parece resoluto, e já não faz questão de manter os olhos abertos ou lutar contra Heylel. Não o faria nem mesmo se tivesse chances contra ele. Não pode evitar de sentir uma angústia ao ouvir a voz de Melroa, afinal esperava que ela não se envolvesse naquilo tudo. Ainda assim, será ao menos um sentimento pacífico se for a última coisa que ele ouvir, afinal já não pode respondê-la.

Drika responderia com outra provocação nesse ciclo vicioso e irritante, mas é detida por um companheiro que quer ouvir o que Celes têm a dizer.

Ao seu redor, os tripulantes mal-equipados e mal-treinados parecem animar-se. Incertezas convertem-se em determinação à medida que sentem-se ao menos nutridos pelo sentimento nobre de proteger sua casa de uma invasão impossível de se deter. Se morressem ali, ao menos morreriam unidos e com honra.

Suas mãos apoiam-se mais firmemente nas armas, seus olhares se apertam e seus corações aceleram. Celes soa como uma verdadeira líder, complementando o estilo ríspido de Drika. Se a soldado os dera força, Celes os dera coragem.

— Hum, bonito. Você luta tão bem quanto fala? — Diz ela com um sorriso de canto enquanto oferece um rifle para a garota.

*Heylel subia no corpo de Jubo, segurava com a direita suas roupas e erguia seu punho esquerdo que era o mais forte para soca-lo, estava visivel a raiva intensa em seu olhar que ardia como em chamas pronto para matar ali mesmo*

-BOSS! PARA! *O albino erguia o outro do chão e o batia na parede, o jogava no teto, chutava, voltava a esmurrar até praticamente mata-lo, mas quase, aquele médico ainda parecia estar com vida. O segurando pelo colarinho ensanguentado, o rebelde preparava seu punho até ouvir aquela voz que o fez encarar o lugar de onde ela saia*

-MEU DEUS, PUTA MERDA! EU NUNCA ESTIVE TÃO FELIZ DE OUVIR ESSA VOZ DE MERDA!*A mão soltou o corpo devastado pela surra o deixando cair no chão ainda com vida, mas praticamente por 1 fio, a furia daquele rapaz tinha sido imensa a ponto dele atacar como um animal selvagem sem dar ouvidos aos ditos do outro direito*

-Ela disse praticamente o mesmo que você na mensagem, é, querendo ou não vocês fazem estratégias parecidas, tem um pensamento semelhante, é o amor. *O olhar rubro voltou-se para o androide que com certeza se fosse humano teria suado frio e fechado o cu ali mesmo, seu mestre realmente estava no apice de sua ira*

-ABRE A PORTA!*O sintetico apavorado apenas respondeu um "sim sim" e usou o dispositivo móvel de Jubo para libertar Heylel pelos corredores escuros da atual Vumihe carregando tudo o que comprou, chegou até mesmo a cair no chão quase catatonico*

-Que deus ajude e faça ninguém mexer com ele de novo, por favor... *Comentou e seguiu até o homem ferido para ajuda-lo a se levantar dali o levando de volta para a cadeira. A sala estava revirada, parecia que um furacão tinha passado por ali*

-Você tava querendo morrer seu louco? Nunca mais faça isso, ouviu? Nem Mora seria tão imprudente! Você precisa aprender a falar direito com os outros se quiser ser um bom lider no lugar dela, ta ok? Seu maluco. *Olhou para Maya e depois para aquela porta aberta do qual voltou a trancar, aquela era a unica forma deles se manterem seguros já que ele não tinha mais certeza se seu mestre ainda era um Aliado ou se havia se tornando um inimigo também por ter sido tomado por sua raiva e por consequência seu poder destrutivo*

Ao pegar o rifle, sinto mais uma parte de mim quebrar. Como uma espelho estilhaçado, cujo os pedaços vão um por um caindo. Dei de ombros, apenas soltando um suspiro. — Eu sou uma Hacker, mas como eu disse antes, não podemos nos dar ao luxo. Agora se me der acesso ao terminal todo eu posso ser mais bem aproveitada. E também acesso ao canal da reconquista. Sei que consigo mais reforços.

Coloquei o rifle pendurado, cruzando o corpo enquanto erguia a manopla, equipada com minha I.A. — Eu disse antes, tenho uma arma contra a SHADOW. Vocês podem se concentrar em eliminar os demais soldados. Eu não estava brincando, vocês conhecem Vumihe, eles não. E qualquer coisa pode se tornar uma arma, até mesmo uma estação espacial. Sincronizem seus comunicadores com o meu, vou guiando vocês daqui ao mesmo que vou tentar chamar a atenção do grupo.

*Seguindo quase que espreitando pelos corredores que se iluminavam com sua energia vermelha que ia se enfraquecendo, Heylel pouco a pouco ia se acalmando como se a liberdade de poder fazer o que achava certo fosse o aquietando a ponto de enfim voltar ao normal. Já havia caminhando um bocado e toda aquela adrenalina que se esvaiu acabou cansando seu corpo o deixando ofegante*

-Malditos pacificistas... *Lembrou-se do treino com a Sacerdotisa e ficou confuso, ele não havia visto as almas de Melroa e Mora? Senão, havia sido o que? Um mero reflexo de sua mente? Mas Celes havia dito que ela estava morta, havia mentido ou alguém estava se passando por ela? Mas logo ela? Parou de pensar tanto a apenas se focou em avaliar suas armas*

-Está tudo aqui, preciso me reunir com o time, ninguém além de Aliados vão morrer essa noite. *Ajeitou sua pistola comum na cintura, as granadas, os explosivos e a bandoleira do rifle que tinha algo talhado que poderia ser compreendido como "Rhast" seu antigo dono, o famigerado 14 da Gutaro do qual matou junto a seu time e agora tinha consigo sua arma. Sacou as armas dadas por si por Centurião ao qual reagiam as marcas de seus antebraços expostas pela Sacerdotisa*

-Esse é o momento de testar todo esse poder, preciso ser prudente, essa vitória será importante para o orgulho da Reconquista. *Apertou os armamentos, suspirou pesadamente e os colocou de volta em seus coldres. Abriu e fechou a mão de sua prótese nova e seguiu em frente rumo o lugar onde Melroa devia se encontrar com Jubo, havia ido em seu lugar. Caso encontrasse com a garota, ela poderia notar os rastros de sangue em suas roupas, então usou da nanotecnologia para apaga-los ficando limpo dos sinais de sua agressão anterior a chegada*

— Infelizmente o "terminal todo" controla só a porta principal e algumas câmeras. O resto das funções está no braço de um bicho escroto e chato pra porra que eu nem sei aonde enfiou aquela cara horrorosa dele. — Ela dá de ombros enquanto recosta-se na parede atrás de si. — De um jeito ou de outro, pode usar o que quiser daí. Já tentamos pedir reforços, e só aconselharam que evacuássemos. Fácil dizer quando não se cresceu aqui.

Ela indica com um aceno de cabeça os painéis de controles aos quais têm acesso, agora dando-se melhor com Melroa ainda que mantendo sua postura de falsa autoridade.

Ao mesmo tempo, Jubo está ao chão e sangrando no chão gélido do quarto. Ele sabe que não vai poder deter o banho de sangue, mas ao menos foi capaz de impedir que Heylel mantivesse mais pessoas ali. Em meio a tantas responsabilidades delegadas a alguém frágil, a única coisa que ele consegue fazer é tentar esvaziar sua mente enquanto o resto do quarto se apaga junto com sua consciência. Ele está desmaiado.