Buraco negro - Vumihe Boik

Após a nave ser finalmente estabilizada, todos sentem-se um pouco tontos. Os mais desacostumados com aquele tipo de viagem podem sentir fortes vertigens e ânsia de vômito. No final das contas, todos estão são e salvos graças a colaboração de Miyano, Heylel, Wilhelm e Melroa. Uma garota desacordada, ainda assim, está sangrando bastante.

A nave-mãe sobrevoa Vumihe Boik, uma das luas de Marmihn. Wilhelm sabe que ela é povoada por foras-da-lei ou por pessoas que se rebelam contra as organizações estatais kroyvisianas, que contam com uma segurança excelente e garantem que eles não habitem mais o solo de Kasna (maior capital de planeta). Pessoas assim identificam-se muito com a ordem rebelde, e cedem sua base para um pequeno quartel general da Reconquista.

O comandante da nave foi de fato levado. Além de Llyani, existem outros feridos na nave e estes precisam de primeiros socorros. O maior dos mistérios, porém, é por quê Miyano e Maya estão sozinhas na nave. Não há sinal algum de Melroa e nem da nave de carga que estava estacionada ao lado.

*Depois de dar o comando manual para a nave seguir até o destino já de conhecimento do piloto, Heylel olhava para cima visualizando tudo se encaixar perfeitamente graças ao ótimo trabalho feito por Wilhelm, ação que fazia o albino agradecer por ter encontrado aquele moreno e ter poupado sua vida, aquilo acabava gerando algo vantajoso que agora o havia salvo a vida junto a de todos os outros naquela nave, aquele menino tinha sem duvida alguma ajudado toda sua Família*

-Ariete como sempre um amor para todos nós, pessoal, eu diria para botarem e apertarem os cintos, mas isso não será necessário. *O alerta do sistema de estabilização soava e com ele era possível ouvir as vozes dos soldados que decidiram sair dali o mais rápido que puderam para não serem levados a um lugar longe de seu conhecimento, um risco eminente. Com a dobra espacial, o rebelde não sentia nada por puro costume de viagens como aquela, só que não podia saber se o mesmo se aplicava ao garoto que o acompanhava já que não sabia muito sobre o mesmo além do nome e façanhas mais atuais*

-Garoto, está tudo bem? Como está se sentindo? *Colocou a mão no ombro do menor e buscou visualizar melhor suas feições para ver se tal estava passando bem após aquela viagem ultra-veloz da nave-mãe. Com o sequestro do Comandante restaria provavelmente ao vice coordenar tudo, porém, pelo visto, por questões de segurança envolvendo planos obscuros do próprio Ghil, esse vice não existia ou pelo menos não se fazia presente e por isso não foi mencionado, tão pouco poderia ser capturado, restando então a possível responsabilidade de tudo para Heylel por ser um membro de um grupo de elite, logo, possivelmente o mais indicado a isso, o que não significa o mais adequado*

-Parece que boa parte dos soldados evadiram da nave antes da ativação da dobra, Cody, consegue leva-la? *Olhou para o familiar que se lembrava de que ele e Wilhelm haviam deixado dois membros da Aliança pressos dentro de um contêiner sem nenhum meio de saída ou comunicação, logo, tinham que voltar lá para busca-los*

-Na verdade, Boss, você pode fazer isso por mim? Nos fizemos dois membros da Aliança de refém, então eu e o Wilhelm precisamos voltar lá para falar com eles, sem contar que o senhor é mais forte, vai conseguir carrega-la melhor, por favor? *Ao que parecia aquele sintético havia andado demais com Melroa a ponto de virar um frouxo tal como ela, mas tudo bem, apenas suspirou e seguiu até a mestiça a pegando no colo para então sair dali deixando ambos para trás pensando em alguma maneira de conseguir agradecer o moreno por seu serviço naquela nave*

-Esperem por auxilio, não façam mais nada sozinhos, ok? Estamos em território aliado, mas nada impede seus reféns de fazerem alguma besteira, vou pedir ajuda para vocês nisso então aguardem... Ariete. *Novamente sincronizou com aquela I.A para começar a caminhar com tudo como o serviço medico para Llyani e os demais feridos, soldados para buscarem os soldados residuais da Aliança e etc, e com tudo pronto e encaminhado seguiu até a nave de Melroa onde entrou e percebeu que ela não estava ali*

-...? *Procurou por ali e apenas achou Miyano sentada em sua cadeira. Sorriu de forma confortante para a pequena mesmo que estivesse visivelmente cansado e todo fodido já que passou o dia lutando e correndo pra lá e pra ca igual um filho de uma puta*

-Miyano, está tudo bem? Você viu a Melroa? *Afagou o topo da cabeça da menina como sempre costumava fazer para buscar conforta-la de alguma maneira. Enquanto isso, Cody olhava para Wilhelm buscando saber o que ele faria a seguir*

-Ainda bem que deu tudo certo né? Você é foda garoto, ai sim, você bem que podia fazer parte da nossa tripulação né? Precisamos de gente como você nas nossas aventuras, seria divertido, a proposito, vai reparar o coelhozord ou vamos la ver o pessoal do contêiner, os tadinhos devem estar morrendo de calor. *Ainda preocupado com Llyani, o androide não demonstrava tanta euforia como de costume, só que suas palavras seguiam sinceras e isso era bem nítido por mais que ele fosse uma maquina*

Apesar de não ter sofrido nenhum impacto contra as paredes da nave durante a dobra espacial, devido ao costume com estas, uma vez que ele viajava frequentemente no navio estelar de sua mãe, ele ainda assim tinha a façanha de sentir enjoo com estas viagens.

Quando Heylel parava para checar o seu estado, o jovem ciborgue encontrava-se visivelmente nauseado, com um líquido levemente transparente escorrendo de suas narinas. Demorou um tempo para se recompor, levantando-se com cuidado e pondo a mão sobre a cabeça tonteante.

À frente de Wilhelm, Eisen parecia encarar diretamente a sua face nauseada. Depois de um breve "flash" saindo da face do robô, provavelmente todos os presentes naquela sala perceberam o que ele estava fazendo; tirando uma foto. Mas o tecnopata nem ao menos pôde contestar, uma vez que estava tonto demais para bater na sua bolinha metálica.

— Tudo certo. — Pausou a fala um pouco para se recompor mais — Por enquanto... sim. — Quieto, ele apenas ouviu a conversa entre Cody e seu dono que ocorreu a seguir. Quando foi deixado sozinho com o androide, no entanto, Wil pareceu disposto a conversar mais.

— Olha — Disse, novamente inexpressivo como o habitual — se a minha mãe ouvisse essa proposta, ela provavelmente ia comer seu cu. Ou fazer um novo, caso você não o tenha. — Dito aquilo, ele manteve as duas mãos abertas à frente do corpo e próximas uma da outra. — E o caralho dela é enoooooooorme. — Suas palmas separavam-se cada vez mais enquanto ele terminava a sua frase. Apesar de aparentemente dizer coisas hilárias, ele falava aquilo com a face mais séria o possível.

— Mas enfim, vamos checar os recrutas. Estão pelados e provavelmente tontos. Vou aproveitar e procurar mais alguma coisa no arsenal, pra reparar e atualizar o Hase.

*Notando que Wilhelm ia melhorando conforme ia passando o tempo, Cody sacou de um lencinho aleatório e limpou o nariz dele antes de pegar esse mesmo paninho e jogar fora sabe sei lá onde, após isso ele dava ouvidos para o garoto que gesticulava falando sobre a jeba colossal de sua amada mãe arrancando um riso do robo*

-Ai sim hein, olha, se ela for gostosa eu deixo ela fazer um furo em mim com todo o prazer! *Falou obviamente na zoeira, isso era explicito em sua voz e como não era do tipo que recebia respostas pacificas, vide Melroa e Ariete que vivem o xingando e esnobando, não segurou a lingua mesmo que o Kroyvisiano pudesse se ofender com seu dito*

-Falando nela, eae, se tu não fosse filho dela, daria um caldo? O Boss ta precisando de uma namoradinha melhor, aquela Melroa, oh, ta com nada e dizem que as milfs são as melhores e que mulher já é bom, com rola então, hmmmmm sem contar que elas tem mais experiencia e taus... PUTA MERDA, EU ESQUECI! *Falando de mãe ele acabou lembrando de pai e consequentemente de filha, ou seja, esqueceu de que havia visto o retrato falado da suposta filha de seu mestre*

-Ah, Hase é o nome do coelho? E o do Fuleco? E sim, vamos rapidinho, não queremos que eles percam mais o folego, digo mais porque eles com certeza devem ter sabe, feito ligações um com o outro, ao menos eu faria se estivesse nu trancado com uma mulher linda por horas a fio, inclusive, enquanto vamos para lá, se liga nisso aqui, eu já tinha até esquecido, mas olha só... *O androide então expôs um quadro holográfico onde mostrava para o moreno o retrato falado de duas garotas albinas, uma nitidamente mais velha que a outra e eram fotos desenhadas como naqueles bons e velhos cartazes de procura-se do velho-oeste, unica diferença é que estavam no futuro distante então a pintura era feita muito bem com direito a estar colorida como se fosse uma foto de fato*

-Essa menorzinha aqui não parece com o Boss? Ta que ela tem olho azul, mas pode ser da mãe, você não acha? Igualzinhos bicho, bem, eu acho né. *Virou o quadro para si mesmo para poder olhar melhor aquelas duas, então se virou e começou a andar para voltarem até o contêiner onde estava a dupla ainda esperando provavelmente bem ansiosos.... Só que não*

-As duas são albinas, talvez sejam irmãs, o que você acha? Será que o Boss teve duas filhas? Aquele danadinho, devia ter me contado poxa. *O familiar acenava positivamente com a cabeça e em seu tom de voz havia certa tristeza, algo bem de leve, afinal, seu melhor amigo havia o escondido sua vida secreta... POR MAIS QUE ELA NÃO EXISTA E NÃO FAÇA SENTIDO NENHUM ELE TER DUAS FILHAS, mas não tinha como Cody saber disso, inclusive, ele sequer sabia a verdadeira do seu mestre*

Miya fez uma expressão confusa com a pergunta de Heylel, respondendo um pouco nervoso, quase de imediato:

- Ela... não estava com você? - Os olhos da criança, já cansados, agora demonstravam um pouco de ansiedade e medo.

Estava ouvindo ao fundo a conversa entre Heylel e Cody, mas preferiu fingir que não devido ao cunho daquele diálogo.

Voltou sua atenção para Heylel.

- Ela disse que eu deveria descansar um pouco. Eu achei que ela tinha ido atrás de você, já que ela parecia bem irritada...

O caminho até os corredores está estranhamente quieto. Enquanto Wilhelm pode ouvir algumas conversas e movimentações na nave enquanto os tripulantes percebem que estão seguros nos outros locais do veículo, o corredor que leva ao container está totalmente quieto. 

Ele realmente não está do jeito que o ciborgue deixou, uma vez que as portas estão totalmente abertas, e algumas armas estão claramente faltando. O único que está ali, acuado de medo e erguendo os braços pra cima em rendição, é Sirus.

— E-Eu não tive nada a ver, juro! — Ele lacrimeja, desesperado. — Foi tudo coisa dela. Eu disse que seria uma péssima ideia se virar contra vocês, todos poderosos meio robôs meio lagartos meio gente! Eu mesmo era um pouco rebelde quando tava no colégio. É sério cara, aquela coisa em Honuos não foi legal! V-Vocês parecem legais! Hehe...

*Como sempre, Melroa e suas imprudências faziam Heylel suspirar de frustração embora não pudesse ser mais explicito que isso para não preocupar Miyano que estava cansada e o mesmo provavelmente se aplicaria a sua irmã, então apenas pegou a criança no colo, apenas mantendo-a em um de seus braços mesmo como se fosse sua filha legitima e seguiu até o quarto em busca da outra para fazer o mesmo e tirar as duas dali*

-Vai ficar tudo bem, eu vou levar vocês duas para um lugar seguro, apenas descanse, ok? *Não iria entrar em detalhes com a criança embora já desconfiasse do que havia acontecido, sim, se recusava a falar com a menor sobre o como aquela mulher provavelmente tinha fugido e o abandonado junto a irmã, isso o albino iria evitar o máximo para não trazer ainda mais pequenos traumas a infância daquela dupla*

-Estamos em casa agora. *Sim, estavam, ao menos para Heylel já que foi naquele lugar em que sua mãe começou as articulações para o plano que o tornou no que ele é hoje em dia, consequentemente aquele mundo era sua segunda casa. Caminhando com as crianças no braço, o rebelde ficava pensando em suas escolhas até ali, queria de coração poupar a vida de sua até então capitã por ter sentimentos por ela, só que nessa altura do campeonato e com aquela fuga suspeita junto daquele homem da Aliança que o venceu em combate, não restava opções, teria que se livrar dela assim que a visse e isso o corroía por dentro por mais que buscasse não demonstrar para não preocupar as meninas*

-Hmmm, desculpe, mas esqueci de perguntar, está com fome? *Como um pai solteiro normal, por mais que não fosse um, ele seguia andando para sair da nave-mãe encontrando alguns aliados no meio do caminho, mas não se importava com eles por enquanto, seu foco era encontrar o ou a líder para poderem conversar sobre o que houve e claro, ir para sua moradia antiga por mais que muito provavelmente sua mãe não estivesse lá para recebe-lo como sempre, ao menos era o que sentia em relação a isso*


-Que bom te rever novamente, já faz um bom tempo não é mesmo? *De volta ao lar, Heylel cumprimentava quem recebeu sua mensagem antes de ir para lá, esse ou essa mesma quem agora estava ali ajeitando as coisas com os soldados oferecendo auxilio e tudo mais, realmente o albino demonstrava algo que nunca tinha exposto até então... Calma, relaxar, enfim estava de volta com aqueles ao qual cresceu desde muito jovem, então finalmente poderia ficar sossegado, ao menos era o que pensava*

— Ô. — Dispensou comentários muito longos. Saberia que, caso os fizesse, ele iria eventualmente apanhar. De um jeito ou de outro, independentemente de quem fosse o responsável pelas bicudas no cu que tomaria. Continuou a acompanhar o androide pelos corredores.

Até ele decidir mostrar uma imagem hologramática no meio do caminho; duas figuras que Wilhelm conhecia bem. Ao reconhecê-las, ele sentiu uma náusea imediata e quase foi ao chão. Ver a sua irmã e sua namorada como foras da lei intergalática lhe instigavam os seus sentimentos mais profundos de vontade de cometer suicídio.

Se recompôs, sem nem mesmo ouvir direito as baboseiras que Cody estava dizendo. — Essas aí são a minha irmã e a minha namorada. Não tem nenhum parentesco com o Heylel. — Ele apontou respectivamente para cada uma de suas figuras, voltando a seriedade habitual. Já imaginava que Cold estava se metendo em confusão enquanto lidava com os terroristas de Gradopolis, mas não fazia a menor ideia que ela iria arrastar Stellae junto. Excelente.

E as frustrações do jovem ciborgue não pararam por aí; ele estressou-se mais ao observar que a porta do arsenal estava aberta. Ao adentrar a sala, viu que um dos cadetes ainda estava lá dentro. A partir daquele ponto, ele não sabia quem era mais burro; o maluco que decidiu ficar porque estava se cagando todo, ou a idiota que quis escapar de um local - que agora era - fortemente armado e protegido. Ao menos era o que Wilhelm esperava de uma base da Reconquista.

— Cuida dele aí, Cody. Vou procurar a exibicionista que se encontra provavelmente nua enquanto ruma pelos corredores. — Irritado e acompanhado do robô-bolinha voador, Wil não fazia a menor ideia de como reagir quando encontrar a outra. Ela provavelmente seria a primeira vítima de homicídio do garoto, já que ele não aparentou hesitar em nenhum momento de perigo que se encontrou.

O garoto estava se sentindo foda, por mais que não fosse nem um pouco o caso. Parecia um veterano de guerra, maluco.

*Ao ter a informação de que aquelas garotas na realidade se tratavam da irmã e namorada de Wilhelm, Cody ficou surpreso, afinal, como assim aquele nerd otakinho tinha namorada? Aquilo era mesmo muito impressionante embora ele ainda ficasse com uma pulguinha atrás da orelha já que a irmã daquele moreno sem duvida alguma tinha traços muito semelhantes a de Heylel, mas deixaria isso de lado por hora*

-Caraca moleque, você tem namorada?! Vou pedir para te nerfarem quando chegarmos na base, tu é foda demais bicho! *Ao notar a seriedade de seu atual parceiro, acabou calando a boca quase de imediato por aquilo também faze-lo lembrar de seu mestre, é, pelo visto a coisa estava feia e tinham que voltar o quanto antes para Gradopolis para resgatar as meninas*

-Sim senhor! *Bateu continência para o garoto e o deixou ir sozinho apenas seguindo sua ordem mesmo. Foi até o outro ali que havia restado e ficou ainda mais surpreso ao notar que sua galinha de estimação estava ali*

-Frederica! *O sintético correu até a ave que pulou em seus braços o permitindo pega-la e ergue-la começando a girar com a mesma em um momento tocante de reencontro... Tocante para ele, para o outro ali deveria parecer loucura total, provavelmente. Cody colocou Frederica debaixo do braço e ficou encarando o outro*

-Calma garoto, calma, vai ficar tudo bem agora, ta ok? Você está seguro, garanto isso pra você, irei te provar que nós rebeldes não somos esses monstros que pensam que somos, beleza? Senão você já teria virado presunto, estaria a 7 palmos debaixo da terra. *Se aproximou do outro limpando suas lagrimas com um lencinho que tirou do nada e depois jogou fora também pro nada tal como da outra vez quando limpou o nariz de Wilhelm. Depois disso ele algemou o outro por questões de segurança mesmo*

-Nada pessoal cara, agora vamos lá que tu precisa de um banho e também de comida, né? *Foi então o levando sob escolta buscando tentar acalma-lo no processo sem se dar conta que talvez seu parceiro kroyvisiano mirim pudesse fazer alguma besteira enquanto o mesmo estava longe de quaisquer supervisão, afinal, se não fosse a interferência de Heylel provavelmente Llyani já teria morrido.... É mesmo, Llyani!*

-Ei meu consagrado, saberia me dizer onde vocês estão levando os feridos? Eu gostaria de ir ver uma amiga. *Perguntou para um dos aliados aleatórios que estavam em seu caminho enquanto seguia segurando o "réfem" da Aliança que por estar sem uniforme não seria devidamente identificável só restando saber quem sabe o porque dele estar sendo segurado algemado*

O soldado permanece encolhido no canto do arsenal durante todo o tempo, e assim fica por alguns instantes depois de a sala ter sido deixada por Wilhelm e Cody. Mas no fundo, sente-se aliviado por ter sido poupado. Não tem toda a determinação da companheira, e certamente não sacrificaria-se pela Aliança como ela. Medroso do jeito que é, não vai sair do lugar até que o ordenem a fazê-lo. No fundo, Sirus só espera que sua crush agressiva não esteja morta.


Por mais que o androide procure por Nyla por todo o perímetro da nave, ele não encontra um sinal sequer de sua presença. Alguns metros depois do Arsenal, em direção a garagem, ele encontra um tripulante da nave desacordado e com um braço aparentemente quebrado.


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O aliado abordado por Cody é um zathriano de semblante deprimido. Ainda que tenha um rosto jovem, seus olhos parecem mais profundos que o normal, provavelmente devido ao estresse e ao cansaço que sucedeu o ataque da Aliança. Além disso, sua postura não parece com a de um recruta e ele está encarando um ponto aleatório, distraído.  Quando sua atenção é finalmente chamada pelo androide, ele volta seu olhar para o mesmo.


— Na enfermaria, é claro. Se seu criador tivesse te ensinado a ler as placas descobriria que temos uma. — Responde com as palavras carregadas de acidez antes de virar-lhe as costas mais uma vez, claramente mal humorado. Ninguém está contente com o sequestro de alguém tão querido como Ghil.


----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Já Heylel é recebido por uma jovem kroyvisiana. Ela empilha alguns entulhos e recursos recém retiradas do interior da nave com uma expressão séria e focada, curiosamente coordenando os recrutas a serviço com gestos ou ordens simples através de um dispositivo em HUD que está sempre sendo exibido a sua frente. Quando o ciborgue se aproxima o suficiente, ela automaticamente dá um passo para trás. Isso até retirar as madeixas loiras da frente de seu rosto e o reconhecer.

Lore caso interessado:

Mora esboça um leve sorriso de canto quando reconhece Bryphis, contente por ver que ele está vivo. Cortesã como sempre, reverencia-o com um cumprimento tradicional da ordem rebelde, fechando o punho a frente do peitoral e depois  abrindo as mãos em direção ao companheiro. A saudação significa "tudo que é meu, é seu também".

— Olá, Bryphis. Você está bem? — Diz uma voz sintética após um rápido comando da garota em sua manopla. A linguagem é bastante robótica e serve apenas para comunicação simples, mas quebra um galho quando Mora quer ter uma interação mais complexa.

*Porra viado, o que diabos tinha feito para receber aquele tratamento? Mas bem, pelo menos agora sabia que haviam sinalizações ali para seguir até a enfermaria e faria isso acompanhado de Sirius, seu atual refém ao qual ele havia algemado -acho que nao fui claro o suficiente no turno anterior, desculpe-. E assim seguiu observando o comportamento dos outros percebendo que realmente estava um clima bem merda com o sequestro do Comandante*

-Somos todos como vocês da Aliança, uma família que quer apenas fazer o certo, Sirius não é? Veja, não te parece familiar? Provavelmente foram essas expressões que você viu nos soldados e vitimas daquele ataque em Gradopolis que não foi nossa culpa, nos fomos incriminados falsamente e espero que entenda isso pois sua vida é a prova mais pura de que não somos os vilões como muitos fazem parecer que sim. *Puxou-o e para caminhar mais rapido e enfim encontrar Llyani, não havia passado muito tempo, nem mesmo meia-hora, entao provavelmente ela ainda estaria recebendo cuidados e adormecida, o sintetico realmente espera que tudo tenha dado certo*

-E não se preocupe, sua amiga será encontrada, a proposito, como foi passar esse tempo todo com ela? Os dois nus, juntinhos, rolou transferência de mana? Nao, pera, RPG errado.... *Enfim chegou no local batendo na porta antes de entrar, porque vai que o pessoal tava fazendo algum procedimento onde não poderiam entrar, nunca se sabe, por isso bateu e anunciou sua entrada em vez de já chegar chegando*

Sem dúvidas, Miyano transparecia uma expressão de cansaço, ou melhor, de exaustão. Tanto física quanto mental.

Normalmente teria chorado e se desesperado, mas os últimos anos estavam abrindo tantas feridas que Miyano nem teve tempo de fechá-las. Naquele ponto, apenas estava se acostumando com a dor, pois já havia percebido de que teria que conviver com ela e com as próximas.

Se realmente quisesse ver seus pais novamente, abriria feridas ainda maiores, fossem elas físicas ou emocionais. Se matar cinco homens já havia sido suficiente doloroso, Miyano já estava constantemente se recordando de que mataria bem mais, gostasse disso ou não.

No fim, a Aliança era sua inimiga. Também não confiava na Reconquista, mas foram seus ideais pelos quais seus pais lutaram a vida toda; contra a Aliança.

E também tinham Heylel e Melr... Heylel. Miyano ainda tinha Heylel e Maya ao seu lado.

É óbvio que a criança estava mudando aos poucos, mas enquanto Heylel e Maya estivessem com ele, continuaria sendo um bom garoto e permaneceria agarrando cada vestígio de esperança que tivesse.

Voltou sua atenção para Heylel.

- Estou sem fome. Eu vou voltar para o lado de Maya, não quero deixá-la sozinha. Boa noite...

*Chegando fora daquela nave, Heylel coloca Miyano sobre uma caixa grande para ficar ali sentada e deixa Maya sob seus cuidados já que como sempre a outra seguia eu seu sono profundo, a partir daquele ponto o albino prometeu a si mesmo que não iria deixar mais aquela dupla sujar suas mãos, eram novos demais para isso e ficava bem estampado na face de Miyano o quão desgostoso e exausto ela estava*

-Tudo bem, eu vou pedir para levarem vocês duas para casa. *Move então a manopla para chamar o "empregado" da casa que iria chegar ali em breve após a mensagem para poder levar as crianças onde o rapaz morava, ou melhor, sua mãe. Olhou então para o lado e sorriu para Mora bastante aliviado por enfim estar em sua "terra natal", até mesmo se desfez do manto preto que o cobria, este que sumia como se o tempo todo fosse apenas uma projeção holográfica, agora o albino estava apenas vestindo as manoplas, botas, calça e a regata negra justa ao seu corpo, essa que normalmente passa despercebida -ou quase- por causa do sobretudo [https://d1u1mce87gyfbn.cloudfront.net/media/artwork/reaper-concept.jpg aqui oh, so imaginar sem o manto q]*

-É, não foi dessa vez que eu morri... *Riu graças a seu pouco senso de humor, era notável que tal apenas fez isso por estar acabado, eram visiveis os sinais de cansaço em seu rosto e sinais de luta não só nele como em seu traje que estava ligeiramente queimado por causa dos golpes de aura de Llyani tendo um foco maior na manopla esquerda por causa da energia exagerada liberada pelo próprio Heylel durante esse mesmo confronto*

-Eu não consegui ajudar o Comandante, infelizmente eu acabei sendo traído por minha parceira que se uniu a Aliança, fui irresponsável, eu sinto muito por isso. *Estava sinceramente abatido com aquela falha, afinal de contas, pelo pouco que entendeu da situação, Melroa havia os traido e fugido com aquele veterano da Aliança, ou seja, se Bryphis não tivesse voltado para ajuda-la, provavelmente, quem sabe, Ghil estaria ali com eles são e salvo, consequentemente era total culpa daquele Kroyvisiano o líder ter sido levado, ao menos era o que o próprio acreditava, chegou até mesmo a olhar para o chão e abaixar a cabeça em busca de algum tipo de perdão*

Enquanto procurava pela fugitiva, o garoto ciborgue acompanhado de seu robôzinho via claros rastros de que ela havia passado por onde procurava. Um único, na verdade, que se tratava de um dos tripulantes reconquistadores. Desacordado e com um braço quebrado, pobre homem.

Pegando o visor, ele aproximou o microfone do objeto na boca e contatou por Cody, sem parecer muito interessado em ouvir a sua resposta. Afinal de contas, estava com pressa. — Cody, tem um colega nosso desacordado e com uma fratura aqui, no caminho para a garagem. Poderia vir levá-lo à enfermaria? Estou apressado. Não posso deixar que ela faça isso com outro.

Inexpressivo mesmo depois de ver um homem desmaiado e todo fodido possivelmente por causa da menina, ele prosseguiu correndo em direção à garagem. Era o local mais provável para ela ir. E imaginava que ela traria reforços... e a Aliança estaria ciente da localização de uma das bases Reconquistadoras. Mais uma vez, um peso relativamente grande era depositado nas costas de um otaku seboso que gostava de mechas.

Sirus apenas permaneceu calado durante o caminho, ainda atônito depois dos acontecimentos das últimas horas. Se tivesse sido mais corajoso ou até tentado acompanhar Nyla, não estaria numa posição tão difícil. Ele duvida que deixarão-o voltar vivo depois de ver o interior de uma base da ordem rebelde, ainda mais uma escondida como a de Vumihe Boik. 

A situação toda é muito surreal para o jovem. Achou que sua parte na missão seria tranquila, afinal ele é apenas parte da equipe de engenharia das naves. Sua colega foi quem de fato o "convenceu" a ajudar no trabalho de campo, o que acabou o metendo na merda toda em que está. E sabe-se lá aonde está a Nyla.

— Nyla é complicada. Sabe mais sobre artilharia do que de romances. — Ele lamenta, já mais confortável na presença do robô. Apesar de ser um sintético, ele é estranhamente bom com as palavras. — Vocês vão me machucar?

Enquanto o jovem mal percebia seu caminho, os dois chegam a uma sala improvisada para lidar com os feridos, que são em um número maior do que o imaginado. No fundo dessa sala, enquanto todos recebem atendimento médico, Llyani está numa maca sem identificação e totalmente desacordada. Por mais que nenhum ferimento seja grave, todos precisam de atenção médica.
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Agora sem o traje, Mora pode dar uma boa olhada em Bryphis, e sua feição automaticamente torna-se de extrema preocupação. Apesar de não ser a mais próxima a este, ela sempre foi muito preocupada com todos ao seu redor. Pelos mais novos, a garota é sempre vista como irmã mais velha, diferentemente de sua vizinhança antiga onde sempre tinha uma fila de pretendentes. As queimaduras severas certamente diminuíram o interesse romântico que todos tinham próximos a ela.

Subitamente, Mora empurra Bryphis com suavidade até que ele se apoie numa pilha de containers que vinham sendo separados da nave-mãe. Sem nenhuma indicação prévia, ela levanta a regata do colega e apanha um pequeno spray em um dos bolsos de sua calça e o borrifa no local atingido pelos golpes do capitão e de Llyani. Esta última deixou um hematoma quando atingiu o disparo místico no ciborgue, que realmente carregava uma energia inigualável.

Trata-se de um medicamento de ação rápida, possuído por praticamente qualquer dona de casa nos tempos atuais. Com delicadeza, a loira desliza seus dedos com carinho pelos ferimentos na pele de Bryphis, até que a dor alivie-se. Depois disso, digita uma rápida sequência de comandos em sua manopla.

— Pode contar comigo. — É tudo que a voz robótica diz enquanto Mora exibe um sorriso terno. Ela não demonstra intenção romântica, apenas carinho pelo colega.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

A garagem está estranhamente vazia, não só em relação a pessoas mas também a veículos. Wilhelm se lembra de que haviam duas naves estacionadas quando chegou, e uma delas estranhamente sumiu. Sendo uma grande nave de carga, dificilmente estaria perdida por aí.

Numa análise minuciosa, ele observa que há um rastro de sangue no chão, percorrendo um longo caminho pela garagem. Pela grossura do rastro, o ferido certamente não está nada bem, tampouco pode ser visto. Essa pista leva até os controles da garagem, num andar superior, e depois voltam para passar pela nave de Melroa e rumar até aonde havia antes uma enorme nave de carga.

*Seguindo com Sirius, Cody entrava na enfermaria que apesar de ser de uma, entre aspas ne, sede da Reconquista era um lugar bem improvisado, chegou a ficar surpreso com o pessoal sendo tao simples estando em um ambiente tao importante e bem posicionado, mas é, fazer o que, discrição era tudo ali já que não podiam fazer nada grandioso para não chamarem a atenção*

-Você está ferido? Se fosse para te machucar já teríamos feito, não concorda? A proposito... *Segurando o "refém", o sintetico se aproximava do leito de Llyani e durante a caminhada seguiu observando os demais feridos, aquele lugar estava lotado e nem havia acontecido nenhuma guerra... Eventos grandiosos como esse devem ser simplesmente horriveis de se ver, piorou presenciar ao vivo, estar lá, realmente não se sentia pronto para tamanho feito, sentia-se sensível demais embora fosse uma maquina*

-Você acredita em Deus? Sabe, eu creio que tudo nesse universo tem um proposito para existir, eu, você, seus pais e superiores, até mesmo Nyla, nada é por nada ou para nada e não acreditar em Deus é o mesmo que acreditar que viemos do nada e voltaremos a ele durante nossas mortes, bem, no meu caso eu vou né, sou apenas um androide, uma maquina que quando desligar é isso, acabou, mas você Sirius, você é humano, possui alma e como tal sua existência não é por nada, um mundo sem Deus onde tudo veio apenas por reações supostamente naturais não faz nenhum sentido para mim, porque se for assim, se viemos do nada e voltaremos ao nada, qual o proposito de nossas vidas? Nascer, crescer, reproduzir e morrer voltando pro vazio em um ciclo continuo sem sentido? Por isso eu acredito em algo maior e é por essa crença que não apenas eu, mas muitos aqui lutam, entende? Não é uma questão de sermos vilões, é uma questão de mostrar para todos em cada canto da Galaxia que nós simplesmente não somos vazios, que nossa existência tem diferença e não é apenas um monte de pó que vai se esvair retornando para o mesmo nada de onde veio. *Enfim chegou ao leito de Llyani, e percebendo que ela ainda estava desacordada, apenas a pegou nas mãos com gentileza, para aquele garoto da Aliança talvez fosse totalmente incompreensível um robô ser tão emotivo, possuir tanta empatia, como poderia um ser sintético ser daquele jeito, ter personalidade, ideais, sonhos, aquilo apesar do ano futurístico era simplesmente surreal, nitidamente aquele Familiar possuía algum diferencial por mais estranho que fosse*

-Eu sou uma maquina, Sirius, quando eu morrer meu corpo vai se fundir a natureza como todo o material desse mundo, mas você, você não é como eu, você não é apenas um monte de matéria que anda, fala e pensa, você é um ser humano, então não seja vazio, foque nos seus propósitos e seja alguém direito, pois seu legado será passado as próximas gerações que caso você queira que seja com a Nyla, terá que ser mais forte e essa força está dentro de você, pois se tem uma coisa que Deus nos deu e devemos usar, isso é a liberdade, o livre arbítrio que é destruído pela Aliança que vira as costas para aqueles que creem, os deixam para trás, todos vocês são humanos, uma unica raça, um único povo e por isso devem andar lado a lado sem preconceitos ou julgamentos injustos só porque alguns são menores, alguns são azuis e outros são peludos, Sirius, encha sua alma de boas coisas que isso com certeza te recompensara, não seja vazio, não seja um nada... Alguém por favor poderia me informar o estado dessa mulher? Eu sou o Familiar C-01 de Bryphis, filho de Syga, por favor, alguém me de uma resposta! *Depois de toda aquela reclamação, Cody simplesmente se levantou e ergueu o braço buscando chamar a atenção de alguém para responder sua duvida sobre o estado de Llyani que graças a deus teve sua vida poupada por Heylel*

*O albino realmente possui fortes marcas das batalhas que teve até chegar ali, com marcas roxas aqui e acola que ficavam bem evidentes devido sua pele tão clara, mas graças ao traje grosso e negro isso não ficava tão evidente assim, embora houvesse uma nítida marca em seu rosto que provavelmente foi a que denunciou seu estado para Mora que o empurrou o fazendo sentar-se numa pilha de conteiners, a primeira reaçao do Kroyvisiano foi estranheza e isso só piorou quando ela forçou-o a erguer sua roupa que por já estar alta ele acabou a retirando de vez mesmo, confiava nela, por isso não relutou nem nada do tipo*

-... *Ficou em silencio e percebendo que ela só iria tratar de seus ferimentos, fechou os olhos e permaneceu daquela forma, quieto, sem se mover embora o toque dos dedos em certos pontos acabassem estimulando a dor que logo passava, ainda assim ele não gemia ou se contraia, no máximo apertava os olhos fazendo careta. Depois dos cuidados, abriu os olhos e encarou a loira sorrindo de canto para ela, ele também demonstrava uma forte amizade pela mesma por mais que isso pudesse ser facilmente confundido por quem via de fora*

-Você não vai mesmo brigar comigo não é mesmo? E eu sei... Você também pode contar comigo. *Antes ele havia se achado indigno de retribuir o cumprimento, mas agora com a situação apaziguada ele fez o mesmo gesto de Mora, coisa que antes não o fez justamente por isso, pela culpa de ter comprometido o Comandante. No momento em que Bryphis ofereceu sua mão a Mora, sua manopla recebeu uma mensagem de voz e ao perceber de quem era o albino olhou com estranha, só que a deixou rolar, era para Cody, só que devido a I.A do androide estar ligada ao traje, o rebelde acabou recebendo também aquilo que o destinatário original provavelmente não percebeu por distração*

-Ela? Outro? Parece que um dos dois reféns do Cody se soltou e agora está fazendo vitimas dentro da nave. *Abaixou o braço, suspirou e se levantou devagar sacando um pequeno rolinho de gaze que usou em si mesmo para ir enrolando sobre os ferimentos cuidados por sua companheira; nesse momento ele começava a lembrar de Melroa e isso fazia com seus olhos e tatuagens ficassem com um forte tom de amarelo brilhante, era a manifestação de sua energia residual que não era o suficiente para ser dispara, mas o suficiente para acender esses pontos, e bem, já conhecendo Bryphis, Mora saberia que ele voltaria para dentro da nave mesmo naquele estado*

Sirus parece profundamente aliviado ao ouvir que aparentemente não está nos planos dos rebeldes de machucá-lo. Ainda assim, seus olhos ainda revelam toda a preocupação que sente quanto a Nyla. Mas pro primeiro momento, já parece o suficiente permanecer vivo e inteiro. O garoto parece abalado diante do discurso do androide, não conseguindo evitar que seus olhos fiquem marejados. A situação daquela sala reforça isso, pelo jeito a Reconquista não deve ser tão ruim como acreditava, tampouco a Aliança tão boa.

— Talvez você esteja certo, sabe? Espero que não seja tudo em vão, é tudo tão triste... — Ele se emociona, analisando cada ferido pelos quais passavam. — Você é um androide bem diferente, não é? Acha que o sumiço de Nyla foi minha culpa? Talvez eu devesse tê-la impedido... Ela pode não estar bem por minha causa.

O chamado de Cody é atendido em alguns instantes, uma mulher humana aproxima-se dele. Ela é baixa e tem cabelos escuros e presos, mas não parece uma militar. Ela parece preocupada e estressada com toda a situação caótica no local, mas tenta oferecer um sorriso ao robô.

— Ela se encontra estável agora. Conseguimos parar o sangramento, mas ela já havia perdido muito sangue, então provavelmente continuará desacordada por algum tempo. Você a conhece? Não sabemos nem o nome dela. — Suspira, olhando brevemente para a mulher deitada na maca antes de voltar seu olhar para eles novamente. — Pra falar a verdade, não temos nem registro dela, e nenhum dos tripulantes que entrevistamos a conhece.
---------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Mora mostra-se muito preocupada com Heylel, em especial quando ele faz menção de voltar à nave. A mulher suspira, sabendo que a teimosia do homem seria maior do que qualquer um de seus argumentos. Então, apenas tocou seu ombro, acariciando-o levemente com seus dedos antes que ele fosse, para chamar sua atenção. Ela oferece-o um sorriso caloroso buscando fazê-lo se sentir melhor.

— Descanse. —  É tudo que a voz robótica diz antes que Mora dê comandos em seu aparelho.

Em poucos instantes, três oficiais de segurança da pista de pouso rumam a ponte para entrar na nave-mãe, os dois armados. A loira parece ter se tornado uma líder importante dentro da ordem desde a última vez que Bryphis a viu, o que combina com sua personalidade terna e protetora.

*Ouvindo o que Sirius tinha a dizer, Cody seguia olhando para Llyani observando que ela estava bem, ao menos nao houve preconceito em cuidar dela, ainda bem, chegou a emitir um ruido que sinalizava seu suspiro de alivio e então novamente pegou uma das mãos dela usando as duas próprias*

-Eu fui criado como um protótipo, aqueles que vieram depois de mim são bem mais avançados, de acordo com o Boss eu sou diferente deles porque me foquei em trabalhar as minhas emoções, diferente deles que apenas se fixaram em suas obrigações... *Olhou para o lado ao ver aquela mulher que o trouxe as informações que queria o deixando mais otimista, era em momentos como aquele que agradecia por ser uma maquina, afinal, graças a isso poderia ficar todo o tempo com a mestiça a acompanhando em tudo*

-Obrigado por cuidarem dela, seu nome é Llyani, ela não tem registros pois como muitos de nós ela é uma fugitiva, espero que entenda.... A proposito, Sirius, essa mulher lutou com meu mestre e acabou dessa forma, agora eu te pergunto, analisando a situação, você acha que é minha culpa? Que eu quis que os dois lutassem quase até a morte acabando nesse estado? Por muito, muito pouco os dois não se mataram e eu não pude fazer nada. *Seu semblante embora metálico conseguiu inacreditavelmente tomar aspecto de tristeza, o mesmo valendo para sua voz sintética que expunha bastante seu estado emocional naquele momento, o que era incrível por se tratar apenas de um androide e não de uma pessoa de carne e osso*

-Nós, infelizmente, não podemos direcionar as pessoas para onde achamos certo, mesmo aquelas que amamos, então a unica coisa que podemos fazer nesses momentos não é brigar, não é enfrentar e sim estar ao lado delas e tentar fazer dar certo ou pelo menos entender por mais que discorde, essa é uma das chaves para um bom relacionamento. *Liberou um de seus palmos para poder fazer carinho no topo da cabeça da mestiça, realmente por estar distraído com ela e Sirius acabou não se dando conta da mensagem que recebeu de Wilhelm, ainda bem que a vida do menino não estava em risco*

*Ao receber o toque em seu ombro, Heylel olhou para Mora e depois percebeu os irem lá para dentro provavelmente auxiliarem Wilhelm, é, tudo parecia estar muito bem, o que era um milagre dados os dias que estava tendo até então, dias que o obrigaram a voltar para aquele lugar mesmo depois de tanto tempo*

-Obrigado... *Seu sorriso era raríssimo, então era plenamente genuíno e até mesmo belo. Um pouco depois daquele momento, um grande robô bigodudo aparecia saindo de dentro de um carro que para caber ele dentro era devidamente grande*

-Senhor Bryphis, eu vim como me pediu, são essas as crianças aos quais se referiu? *Aquele androide era como Cody, só que bem maior, até mesmo as vozes eram parecidas só que obviamente aquele ali possuía tom mais grave, só que tao gentil quanto*

-Sim, por favor, leve-as para casa, de banho e as coloque para dormir, as duas estão exaustas e sem fome. *O Familiar acenou positivamente com a cabeça e seguiu até a dupla as pegando no colo para em seguida ir até o carro e deixar as duas no banco de trás em devida segurança e conforto. Após isso olhou para o Kroyvisiano*

-Você não vem? Essas são suas filhas? *Naquele momento o rapaz estava colocando novamente sua regata e retirando seus equipamentos que graças a nanotecnologia se tornavam uma mala ao qual ele carregava sobre seu ombro dobrando o pulso em consequência disso*

-Quase isso, e não, faz um tempo que eu não vinha para cá então vou ver como estão as coisas, mas prometo não voltar tão tarde, ok? *O mordomo robótico deixou apenas um "ok" escapar, entrou em seu carro e seguiu de volta para casa, apesar de seu estilo meio rockeiro tal como o veiculo que estava, era visível que  tal era bem bonzinho, bem, ao menos quando não está irritado*

-Bem, acho que você tem novidades para me contar, não é mesmo? Como vão as coisas? Você sabe algo da minha mãe, onde ela foi? Está? Quem sabe? *Bryphis estava tão descontraído que nem parecia o homem por trás das histórias, mitos e lendas, ninguém iria acreditar que ele é o tal dito assassino genocida por estar sendo tão simpático e relaxado, a quem diga cintilante já que está com feições calmas e sorrindo mesmo que bem de leve*

Spoiler:

Correndo imediatamente até a sala de controle da garagem, Wil pôde observar através dos registros do terminal que a nave que estava faltando já havia sido desconectada há um bom tempo. Seja lá onde a recruta está, é um lugar bem longe agora. O ciborgue ao menos relaxou, uma vez que ela escapou muito antes do Acelerador ser ativado. Ninguém estaria comprometido, além dele. Mas isso não era um problema.

Observando as constelações através da janela do local onde estava, o garoto pôde contemplar a paisagem que as estrelas lhe proporcionavam. Ponderativo, ele imaginava se os seus entes queridos estavam bem. Mas não se preocupava com mamãe. Mamãe com certeza estava ótima, já que dificilmente ela considera as enrascadas do cotidiano como "perigosas". Foda.

Talvez por ironia do destino, ele acabava recebendo uma mensagem de uma das pessoas com quem mais se preocupava em seu technophone. O remetente era "Kanojo-chan (♡´౪`♡) （ﾉ´∀`）". Apesar dele normalmente usar Eisen como meio de comunicações, a sua namorada era a única pessoa com a qual dispensava aquilo. Apenas a contatava pelo seu celular, por motivos de privacidade. rsrs

Pôs o celular próximo à boca após ouvir o que ela havia lhe enviado. "Já estou sabendo da 'escorregada' que fizeram... mas eu com certeza não posso opinar porque acho que fiz pior. Hehe" A risada foi certamente para descontrair, mas foi uma das mais forçadas que já fez em sua vida. Chegava a ser hilário porque ele continuava inexpressivo. "Cold está contigo? Me mande suas coordenadas, porque estou indo buscar vocês". Respondeu. Após guardar o dispositivo em seu bolso, disparou em direção à única nave restante na garagem além da de Melroa. Ele não pretendia incomodar Heylel com os seus problemas, pelo menos, não com aquele. Sabia que o homem estava todo fodido.

Adentrando ao veículo, utilizou do visor que trajava atualmente para conectar o pendrive de ENE mais uma vez e também contatar Cody. "Irei em busca das meninas que você me mostrou mais cedo e eu volto daqui a pouco. Diz pra base que vou pegar a nave que sobrou aqui emprestada como recompensa por ajudar a trazer a nave-mãe".

Mora continua seu trabalho enquanto Heylel conversa com o mordomo robótico e o orienta a enviar as crianças para casa. Quando ele chama sua atenção novamente com milhares de perguntas, ela volta a sua atenção para ele novamente, apreensiva quanto às respostas.

Por um momento, a loira fica completamente sem-graça ao ser confrontada com tantas perguntas e ser incapaz de respondê-las devido a incapacidade de falar. Aquele é apenas um dos momentos em que ela sente que poderia ter uma interação melhor com alguém, mas é barrada pelo maldito estilhaço que atingiu sua garganta anos atrás.

— Já faz um mês desde a última notícia sobre sua mãe. Sinto muito. — É tudo o que a voz sintética diz, resumindo todas as respostas em apenas uma que provavelmente era a que interessava ao ciborgue.

Utilizando de Eisen como meio para hackear tanto a porta quanto o controle da nave de carga, Wil enfim adentrava o veículo e ia diretamente até o seu cockpit. Apesar de se tratar de um trambolho gigante, largo e extremamente lento, ele não estava com luxo o suficiente para escolher a sua potente carroça.


O garoto tecnopático enfim inicializava os sistemas de sua poderosa CAPIVARA SENIL, removendo o seu tapa-olho e utilizando em seu lugar o visor de Heylel (que até agora havia roubado) para ter uma melhor comunicação com ENE.

Abrindo minimamente a porta da garagem para que sua tartaruga metálica pudesse passar, Wilhelm e seu esquadrão composto apenas por inteligências artificiais partiam ao resgate.

*Ao ouvir sobre sua mãe ele não se preocupou quase em nada, afinal, para uma mulher que ficou ANOS fazendo uma missão, fora de casa, longe da familia, tudo para conseguir o necessário para permitir uma revolução aquilo de um mes era bem normal, mas ai ficava a duvida... O que diabos ela foi fazer? Onde se meteu dessa vez?*

-Entendi, muito obrigado Mora, é muito importante para mim. *Não quis seguir com o assunto perguntando onde ela foi, quando e com quem já que percebeu que aquele aparelho era simples, só falava poucas coisas em pouco tempo e ainda com um certo delay, logo, não ia forçar a barra mais ainda*

-...? *Recebeu novamente a mensagem que era para Cody e tornou a ler e ao ver o conteúdo acabou estranhando um pouco... O que diabos era aquilo? Que meninas? Consultou então o histórico de pesquisas do androide e ficou ligeiramente boquiaberto ao ver aquelas duas figuras albinas ali estampadas*

-ENE me mantenha informado de tudo que Wilhelm fizer, Mora, uma nave vai sair agora, é uma das nossas, deixe ir por favor. *Aquela forte semelhança não podia ser mera coincidência, só que aquela garota era "velha" demais para ser sua filha, então se ela não era sua sucessora, quem era ela? E quem é a outra? Mesmo com as duvidas sobre Wilhelm e aquelas garotas, simplesmente o deixaria ir já imaginando que tal não voltaria, bem, a promessa era de faze-lo se reencontrar com sua família, e se ela fosse aquelas duas, já tinha feito sua parte e não precisava mais agir*

"-Boa sorte, garoto, volte em segurança, se cuide direito, ok? Vocês três são procurados então podem acionar mercenários para caça-los, vocês estarão seguros aqui, não se esqueça e se precisar pode me chamar, já sabe como me ligar." *A mensagem surgiria no visão do Kroyvisiano que agora partia em sua missao pessoal de resgate para orgulho daquele albino que até conseguia se ver um pouco naquele moreno*

-Bem... Você está ocupada não é? Precisa de ajuda? *Iria chamar ela para sair, dar uma volta para relembrar um pouco daquele lugar, porém não queria atrapalhar, ser um estorvo, então iria oferecer ajuda e em caso de recusa voltaria para casa para enfim ter seu devido descanso*

Sirus observa a face sintética do androide, finalmente compreendendo o porquê de um androide ser tão... humano. Ele sorri com as palavras de conforto que são dirigidas a si, e espera de todo o seu coração que a companheira esteja bem, onde quer que ela tenha ido parar.

— Eu só quero que ela esteja bem, sabe? É difícil não poder fazer nada e... ás vezes me acho um pouco fraco demais. Talvez não devesse ter virado um soldado mesmo... — Ele suspira. — Mas seu criador tem muita sorte de tê-lo sempre por perto, você parece um bom amigo. — Por fim, sorri.

A mulher, ao receber a informação do nome da garota, pressiona um pequeno botão preso a pulseira que usa e um painel de HUD é projetado a sua frente. Nele, ela aproveita para puxar a ficha de Llyani e registrar ali os primeiros dados que acabara de obter sobre a paciente.

— Muito obrigada pelas informações, não sabíamos absolutamente nada sobre ela. Não se preocupe, ela ficará bem. — Ela sorri, antes de virar-se e voltar para verificar o estado de outros pacientes.