Buraco negro - Vumihe Boik

*Com tudo mais calmo, Cody só faltou sorrir só que não o fez por questoes obvias... Mas ao menos emitiu som semelhante ao de um sorriso por mais simples que tenha sido. Sem retirar a mão de onde estava, ele voltou o olhar para seu irmão mais novo e acenou positivamente com o indicador para o mesmo sinalizando que estava tudo bem, ao menos por enquanto*

-Chame o Boss. *O maior então acenou positivamente com a cabeça e contatou Heylel para que ele fosse para lá o mais rapido que pudesse por mais que tivesse que passar primeiro com Mora para pegar tanto a insignia familiar a Miya e Maya quanto para pegar seu bracelete de volta, faria isso no meio do caminho confiando em deixar a menina mais velha responsável por tudo até que C-06 voltasse, esse que olhava para Sirius*

-Fique aqui, ok? Vai ficar tudo bem, meu irmão já tem tudo sob-controle, e por favor, não faça nenhuma gracinha, não queremos prejudicar sua imagem perante nosso conselho. *Deu alguns tapinhas no ombro do garoto que pelo tamanho sentiu um peso considerável ali, sem duvida alguma caso enfrentasse aquele androide iria levar a pior, dava para sentir só no pesar daquele punho o quão forte aquele bigodudo era. O grandalhão então sinalizou para a equipe que estava ali ficar de olho em Sirius e então partiu*

-Pronto, seu piloto está a caminho, chamei o melhor que conheço e o que mais confio, assim não teremos risco nenhum, tudo bem? Só tenha um pouco mais de paciência, podemos ir pegar suas roupas e irmos para a nave para irmos adiantando as coisas? *Mantinha a mão gentil sobre o ombro da mulher sem mudar em nada buscando faze-la se sentir o quão segura pudesse. Heylel agora seguia até ali de moto tendo que encontrar Mora no trajeto para pegar de volta o bracelete e a dita insignia*

Enquanto o clima permanece tenso na ala médica, nenhum dos enfermeiros tentou contatar a divisão de inteligência da base. Isso porque o local é consideravelmente menor do que outras bases da Reconqusita e ninguém sabia exatamente como agir perante a uma ameaça interna. Talvez levar um experimento para perto de um médico não foi uma ideia tão boa assim.

A nave mãe já está em ordem novamente. Após um intenso trabalho da equipe de inteligência de Vumihe Boik, chefiada por Mora, a nave está limpa e operante. Nenhuma morte sequer foi causada, mas ainda assim o próprio veículo carrega cicatrizes da captura de Ghil. Este, por sua vez, não é muito conhecido por seu caráter pacifista e por vezes controverso. Mas é exatamente isso que o faz tão querido por sua tripulação.

A loira está preenchendo um relatório em sua manopla digital sobre a situação da nave. Ao mesmo tempo, têm a insígnia em sua mão e tenta tirar uma foto em melhor qualidade desta para acoplar aos arquivos.

*Chegando ao local montado em sua moto que foi nada mais do que uma herança deixada por sua mãe, tal como os demais Familiares aquele veiculo possuía I.A que era a responsável por guia-lo ao caminho correto mesmo depois de tanto tempo de ausência daquele motorista que apenas exclusivamente graças a isso conseguiu chegar enfim. Estando ali, Heylel estava diferente, não em sua aparencia e sim em jeito, suas roupas pretas e cumpridas eram padrão, bota, luva, sobretudo, oculos, tudo como sempre, só que seu semblante era bastante diferente de quando chegou, afinal, a noticia de que sem duvida alguma Melroa havia o traído e abandonado as crianças para se unir a Aliança sendo ela a principal suspeita de ter entregue a localização da nave de Ghil apenas o deixava ainda mais irritado... Realmente só podia confiar em Cody já que tal não o trairia por absolutamente nada nesse mundo não apenas pela gratidão, mas por tudo o que já viveram e aprenderam juntos*

-... *De cara fechada ele pensava sobre Sirius, aquele garoto era um traidor em potencial então se havia hesitado em matar Melroa quando teve chance, esse garoto não podia ter vez, não podia errar uma segunda vez, então iria se livrar dele assim que possivel, mas deixando isso de lado, após estacionar a moto o albino seguiu retirou o goro que estava sobre a cabeça e seguiu caminhando até onde Mora estava não conseguindo disfarçar aquela sensação tensa sob seus ombros, a sensação de ter deixado seu emocional falar mais alto comprometendo toda uma missão por mais que não fosse de fato sua obrigação*

-Bom dia, desculpa interrompe-la tão logo, é que você é a unica que confio para isso. *Comentou chegando a mais uma conclusão, ele também confiava em Mora e não apenas em Cody... Seria uma boa ideia fazer isso? Sim, afinal, aquela mulher não teria motivo algum para ir em prol da Aliança ou dos mercenários, bem, ao menos tudo indicava isso e ela jamais demonstrou o contrário e graças a esse pensamento que tinha sobre ela que Bryphis conseguiu relaxar um pouco*

-Descobriu algo sobre essa insignia? A proposito... Ellaya está viva, você sabia, não é? *Falou com bastante pausa dada as duvidas que sentia naquele momento, não conseguia pensar em muita coisa, sua "ex" morta voltou das cinzas, sua mais atual "ex" fugiu com um membro da Aliança sabe sei lá pra onde, sem duvida alguma a relação de Bryphis com as mulheres era simplesmente uma porra, só Mora foge disso... Por enquanto*

Spoiler:

Como de usual, a garota tem pressa para atender o amigo. Calorosa, ela trata de recebê-lo com um caloroso abraço e, quase como um ritual, ativa uma função em seu dispositivo que escaneia o corpo de Bryphis. Disso é revelada uma fisionomia aparentemente saudável e já parcialmente recuperada dos ferimentos da batalha anterior.

Quanto a primeira pergunta, ela apenas assente negativamente com a cabeça, triste por não encontrar o verdadeiro dono daquele item. Por mais que a esse ponto ele provavelmente pertença a alguém da Aliança, Bryphis sabe que não há espaço para maldade no coração de Mora. Ela se importa com todas as pessoas igualmente, e vê as que estão do outro lado do espectro político como gente boa que está doutrinada por uma elite. Assim, ela gostaria de devolver o item ao dono seja quem quer for.

— O sangue encontrado não está na nossa database. Eu não tenho acesso a database da Aliança. — Diz a voz robótica após um rápido comando. 

Bryphis pode notar um pequeno tubo de ensaio coberto que está em cima de um contêiner ao lado de Mora, agora ao lado do almejado item de metal. Também é notável que o metal não é algo parecido com nada que o ciborgue conheça.

— Não vá atrás de Ellaya. Ela é boa gente.

*Ao receber o abraço, por não ser acostumado aquele tipo de ação ele travou por momentos, chegou a se lembrar de sua mãe que era a unica que chegava dessa forma para com o rapaz ali que acabou consequentemente relaxando ainda mais demorando poucos momentos para retribuir aquele gesto, enfim estava em paz novamente... Por hora*

-Então pode ser de alguém da Aliança? Entendo, é que uma das crianças que eu trouxe teve uma reação bem forte sobre essa insignia, creio que pertença a ela ou a pessoas importantes para ela, não sei muito de sua familia, como pais e tudo mais, só que ficou bem claro pra mim, aquele olhar não me deixou duvidas. *Falando em olhar, o de Bryphis se voltou para aquele tudo esquisito o fazendo tomar uma nítida expressão de duvida sobre aquilo, afinal, porque diabos ele estava coberto como se Mora estivesse o escondendo de alguém?*

-Ir atrás dela? Bem, não fui eu que coloquei a cabeça dela a premio não é mesmo? A proposito, o que é aquilo ali? *Apontou para o dito item misterioso. Mora poderia não saber exatamente sobre o passado da lider Kroyvisiana, mas tinha noção de que havia sido ela a responsável por colocar Bryphis na lista particular daqueles que devem ser perseguidos e capturados pela Aliança, agora o porque e o para que, muito provavelmente ela não saberia*

Mora está acostumado com pessoas sempre em alarme, principalmente quando se trata de alguém rancoroso como Bryphis. Ela apenas solta um riso leve, como um dos poucos sons que ainda pode emitir, e apanha o objeto destacado pelo ciborgue.

— Amostra de sangue do dono. — Diz a voz robótica enquanto Mora gesticula e alterna entre o item e a insígnia. — Não quero que ninguém vá atrás. É perigoso e desnecessário.


Suas intenções são das melhores. Todos sabem que a loira seria incapaz de causar sofrimento, mesmo que indiretamente, para qualquer tipo de pessoa. Até por isso ela jamais recebeu qualquer tipo de treinamento militar, e está mostrando a amostra para Bryphis apenas porque confia o suficiente neste.

— Todos sofremos algum tipo de trauma, Bryphis. — Como sempre, Mora gesticula para reforçar a voz sintética, e dessa vez desliza os dedos pelas queimaduras em seu rosto que devastaram a beleza única que ela tinha antes da explosão. — Não deixe o passado se tornar o seu futuro.

*Ouvindo sobre aquilo envolvendo a amostra de sangue, Heylel se lembrou dos assuntos envolvendo o Experimento Alpha, será que haviam coletado sangue o suficiente dela? E bem, será que caso ele fizesse o teste de DNA haveria parentesco entre Miya, Maya e aquela amostra? Pensando sobre tudo isso ele chegou a conclusão de que não deveria colocar aquelas meninas em perigo novamente, devia cuidar delas por mais que a ação genocida de Miyano tenha o salvado a vida, só que podia viver assim? Deixando uma criança sujar as mãos para salva-lo? Não, o melhor era deixa-lo em casa mesmo*

-Entendo, você tem razão. *Ao ouvir sobre a questão de não permitir com que seu passado se torne o futuro, Bryphis apenas voltou a expressão de quando chegou com um acréscimo dos olhos amarelos brilhantes que sinalizavam sua raiva, sua frustração*

-Vou precisar do meu bracelete de volta, por favor. *Estendeu a mão para Mora para ter seu item dado de volta para si, o mesmo que ele deixou no braço dela para tal seguir monitorando as atividades de Wilhelm através do visor que ele se encontra usando nesse exato momento ao qual tinha todas as informações necessárias que o garoto passou mesmo que sem querer ou saber até então*

Temerosa quanto ao destino de Bryphis, Mora titubeia enquanto abre um contêiner para apanhar o que o ciborgue pediu. Apesar de ser parte da mesma ordem, a loira está em um espectro muito diferente de seu colega, e certamente está surprese dele ainda estar vivo.

— Tome cuidado, Bryphis. Você precisa estar vivo se quiser lutar por liberdade. — É o que a voz robótica diz enquanto Mora estende sua mão com o bracelete.

Por vezes, essa voz falha e torna difícil compreender o que Mora está realmente querendo dizer. Isso porque muitas estações da Reconquista, especialmente uma pequena como Vumihe Boik, são sucateadas. Em Gradopolis, pessoas mudas já conseguem cirurgias reconstrutoras ou até aparelhos bons que conectam-se com pulsos neurais, mas a loira conta com uma tecnologia praticamente primitiva para conseguir se comunicar.

*Observando Mora, Bryphis pensava sobre seu lider maior, aquele atualmente por trás dos Cavaleiros Virtuosos, alguém cujo tecnologia e inteligencia poderia dar um jeito em tudo aquilo, não apenas na voz da mulher como também em seu corpo, afinal, os Ultra-Genes foram capazes de torna-lo novo em folha mesmo em situações criticas o mesmo se aplicando a seus superiores onde apenas o maior deles, o mais bruto, possui cicatrizes por resultado das lutas que ele não quis apagar por opção tal como as tatuagens do próprio Heylel, consequentemente, quem sabe, se ele conseguisse subir de patente o suficiente ele poderia conseguir essa cirurgia para ela devolvendo tudo o que a mesma perdeu um dia por mais que isso custe a ela boa parte de sua humanidade tal como foi ele*

-Não tema, ainda viverei o suficiente para ve-la sorrir mais uma vez. *Tocou no lado queimado do rosto dela com a ponta dos dedos de forma bem gentil, era como se estivesse analisando aquilo com devido respeito já que seu olhar exalava uma ternura esquisita, esquisita por vir de Bryphis, alguém cujo comportamento é normalmente bem fechado, silencioso e até quem diga irritadiço. Depois do breve gesto de carinho, o rapaz pegou seu bracelete que em resumo era seu tecnophone e olhou para ele notando que estava perfeito tal como havia deixado com Mora antes de mais nada*

-Caso veja a minha mãe, diga para ela cuidar bem das meninas como se fossem suas netas legitimas, boa sorte e obrigado por tudo, até. *Se virou esvoaçando seu sobretudo e começou a caminhar para fora dali e a cada passo ele remoía ainda mais suas falhas, seus desleixos, se tivesse deixado Melroa pra trás, Ghil ainda estaria ali, tudo estaria melhor, só que caso quisesse ajudar Mora e os outros fazendo com que os Cavaleiros dividam sua alta tecnologia com os mais necessitados da ordem como os que ali vivem, precisava subir de cargo, precisava se tornar mais forte, precisava ser o que um cavaleiro deve ser, mais maquina, menos humano*

-Hora de voltar para onde tudo isso começou. *Subiu na moto e olhou para frente fazendo com que seus olhos voltassem ao aspecto agressivo e tom amarelo brilhante, colocou então o oculos escuro por cima para cobrir tamanha intensidade e acelerou rumo onde Cody estava depois de sincronizar o bracelete com a moto para poder ter acesso as informações de Wilhelm e saber como ele estava se saindo*

-Mas que droga hein garoto, bem, ao menos aquele imbecil da Aliança vai ser util. *Comentando após ver que Gradopolis agora era bem mais vigiada a ponto de verificarem quem entra ou sai do planeta, aquilo seria mesmo um baita dum problema. Chegando ao ponto final de encontro, Heylel seguiu até a nave de Melroa que agora era sua, ele nem sequer sabia por onde começar a mexer ali, afinal, seus gostos não batiam com os da garota então muita coisa ali iria mudar começando pela I.A. Ao notar os controles complexos usados pela ex-capitã para mexer naquele dispositivo, o albino deixou para lá já tendo certeza que o unico que poderia ajuda-lo naquela empreitada seria Wilhelm, garoto este que ele tinha que ir dar um auxilio, só que para isso, antes, precisava encontrar os membros da sua nova tripulação e para isso seguiu a pé mesmo até a ala medica onde Cody estava com Llyani, ambos aguardando sua chegada junto a Sirius*

-Parece que você acordou muito bem, mulher. *Retirou os óculos escuros ao encara-la, provavelmente ela não se lembraria que havia sido ela que a derrubou e até mesmo quase matou, o que era bom embora talvez fosse notável que a aura dos dois "misticos" ainda ressoava entre si, quase como se embora os donos não se lembrassem, elas sim se recordavam a ponto de dar uma certa sensação de dejavu*

-Bem, eu serei o piloto da nave como solicitado, Cody. *Olhou para o Familiar que olhou para a mestiça fazendo um sinal positivo para a mesma sinalizando que estava tudo na mais perfeita ordem, que ela podia confiar que tudo daria certo no final, era só uma questao, de novo, ter a devida paciencia*

De fato, a garota não faz a menos ideia de quem é o ciborgue que chegara ali, mas sua atitude inicial já a traz desconfiança. Em um rápido movimento, ela larga o médico e se aproxima dessa vez do robô com quem conversara.

— Abaixa tua bola ou eu coloco isso aqui abaixo. E pelo jeito não tem atmosfera aqui, então isso compromete toda a instalação. — Diz, firme, enquanto ameaça Cody.

Em um toque de sua manopla, o médico abre todas as portas para liberar a passagem de Llyani, na esperança de que ela fosse enfim embora dali.

— Me leve até sua nave. Quero ser deixada em Tuntau.

*Cody apenas acena positivamente e segue rapidamente até Heylel, parecia estar feliz da vida. Bryphis encara Sirius como sempre não oferecendo nenhum clima de hospitalidade para ele, já o androide que percebe isso acaba voltando seus passos para pegar na mão daquele garoto, o albino então dava as costas com a morena já ao seu lado e juntos seguem na frente até a nave, possivelmente em silencio*

-Relaxa, ok? Qualquer coisa eu estou aqui também! Bora! *Euforico apesar de ser uma maquina, o androide segue guiando Sirius atrás da dupla de adultos logo a frente até que a pé mesmo eles chegam na nave onde a moto que Heylel trouxe estava estacionada e andando mais um pouco chegam enfim a cabine onde poderiam começar a viagem*

-Sentem-se e coloquem o cinto, ENE, inicie os procedimentos. *O albino então se sentou onde normalmente ficava se recusando mentalmente a sentar ao lado que pertencia a Melroa, lugar onde Cody ofereceu a Sirius*

-Você pode não ser um co-piloto, mas você disse que sabe pensar em planos, então vamos precisar do seu cerebro daqui em diante, ok? Pode se sentar. *Depois de oferecer o lugar ao rapaz, Cody voltou com as roupas de Llyani, todas devidamente limpas e as ofereceu para ela*

-Os danos que você recebeu danificaram bastante suas vestimentas, então eu tive que fazer uns ajustes depois de falar, o vestiário fica no final do corredor a direita. *A nave então começava a entrar no processo de decolagem com a IA dela fazendo todo o processo ligando-a por inteiro obviamente lacrando areas especificas para enfim poderem sair dali. Heylel olhava Llyani por cima do ombro, os ferimentos dela haviam sido totalmente curados? Aquilo não fazia sentido algum para si, a não ser que ela de fato fosse como ele, um mestiço criado em laboratório*

Durante todo o caminho, Llyani mantém-se em silêncio absoluto. Olhando em volta, é visível que as pessoas daquela estação parecem muito mais pacíficas do que as que ela se lembra, mas ela definitivamente não pode se dar ao luxo de confiar em ninguém. Pessoalmente, não se lembra exatamente do que houve em sua infância ou adolescência, e absolutamente todas as suas memórias são negativas.

Já na nave, ela parece ter pouco conhecimento sobre coisas tecnológicas. De fato ela parece um pouco primitiva para alguém que vive no século XXIII, principalmente pela maneira que age, anda e até mesmo pelo seu corpo musculoso. Sua escolha, Tuntau, é um dos planetas menos tecnológicos e perigosos que existem devido a sua fauna agressiva e suas constantes chuvas ácidas.

— Tá olhando o quê, palhaço? — Ela dispara de maneira grosseira, de olho no ciborgue.

Sirus, como sempre, é um palhaço. Constantemente olha em volta procurando por uma saída, e como a instalação é de pouca segurança ele de fato encontra algumas, mas não tem coragem para tentar nenhuma. Se fosse alguém com mais bolas e com o mesmo intelecto, poderia colocar a base inteira em risco sozinho. 

— B-Bem... eu estava pensando, hehe. — Começa, enquanto coloca os cintos de segurança. — Será que eu não posso ficar lá em Tuntau também? Sabe, eu não sou muito útil pra vocês... não que sejam perigosos!

*O piloto simplesmente olhou para frente com a frase daquela mulher sem responde-la, já havia analisado o suficiente para tirar suas próprias conclusoes, enquanto o garoto da Aliança ele apenas ignorou por hora, não valia a pena responde-lo no momento. Depois de completar tudo o que era necessário, Heylel partia com a nave olhando pelo vidro sentindo um leve aperto no coração por deixar Miya e Maya para trás, aquelas duas meninas eram quase que suas filhas e mesmo as deixando com uma baba devidamente poderosa e prestativa, ainda era de se incomodar deixar as pequenas para trás, mas não tinha escolha, sem Melroa para olha-las era perigoso seguir agindo, então era melhor deixa-las onde era seguro*

-Não iremos para Tuntau, garoto. *Prevendo uma possivel ação agressiva de Llyani com aquela resposta, Heylel deixou a nave no piloto automatico que graças a ENE que era conectada a Ariete tal como Cody, esta estaria muito bem indo para o destino ao qual reservou. Já haviam saido do planeta nessa altura do campeonato*

-Iremos para Gradopolis, tenho uma missão lá da qual vou precisar de vocês dois e lá você poderá voltar pra sua amada Aliança já que é o que mais quer não é mesmo? Ou acha que eu não percebi você olhando, analisando cada canto buscando uma escapatória? Seu olhar garoto, era o mesmo que o meu antes de eu me tornar um rebelde. *Ao ouvir aquilo, por mais que fosse um androide, Cody se encheu de tristeza voltando seu olhar para Sirius e apesar de ser uma maquina, era extremamente notavel em sua voz a melancolica*

-Si, você quer mesmo voltar? Você não quer ser nosso irmão? Eu... Eu fiz algo errado? *O albino apenas voltou seu olhar para frente sem nada dizer sobre aquilo, não iria se intrometer nos assuntos de seu Familiar, não dessa vez*

—... você me enganou. — É o que a mestiça diz enquanto fecha seus punhos e levanta-se de seu assento

Apesar de pequenas formas azuladas partirem de partes randômicas de seu corpo, Llyani parece fazer muito esforço para manter-se consciente, fato evidenciado pelo forte fechar de seus olhos e pelo tremer de seus punhos. Ao julgar pela situação na nave-mãe, porém, Heylel sabe que ela não demora muito para perder seu temperamento.

— Me leve para onde eu mandei agora se não quiser que eu exploda a nave. Não quer mexer com alguém que não tem nada a perder. — Murmura enquanto luta para manter-se ponderada.

Sirus está mais uma vez em alerta. O Experimento Alpha é apenas um mito na Aliança, ao qual ele têm conhecimento apenas pela alta influência de sua família de engenheiros e intelectuais. Diante daquela situação, ele sabe bem que a mestiça é bastante volátil.

— S-Senhor, com todo o respeito... eu acho que é melhor deixar ela em segurança do que morrer todos juntos aqui. Não subestimaria o poder disso.

É notável que, assim como os soldados na nave-mãe, Sirus teme o Experimento Alpha. Não é para tanto, visto que ela lutou com Heylel e Wilhelm ao mesmo tempo de igual para igual, e um exército de cinco homens teve que ser acionado como reforço para contê-la.

*A surpresa foi evidente na face de Heylel, achou que Llyani iria pra cima de si com tudo que tinha logo de cara, logo, ela se conter daquela forma realmente o deixou perplexo a ponto de questionar se realmente Cody tinha tido algum efeito naquela mulher... Seria mesmo possivel mudar alguém dessa forma? Não conseguia acreditar nisso, por mais que ele fosse seu parceiro mais proximo, era apenas um sintético, não podia ser que tinha conseguido fazer aquilo*

-Você... *Cody então se agitou, e se colocou entre Llyani e Heylel apontando a mão para os dois como se pedisse calma para ambos, sabia que a colisão de energias derrubaria uma nave como aquela em um só instante já que na nave-mãe que era muito maior isso quase ocorreu*

-Calma os dois, por favor! O Boss não mentiu para você, né? *Olhou para o atual capitão que se levantou de seu lugar e caminhou para proximo sem quebrar a zona de segurança imaginaria que o androide havia feito entre ele e aquela mulher*

-Você tem toda a razão mulher, afinal, aquele que não tem nada a perder não tem nada a temer, certo? Eu sei bem como é isso, só que você está errada, você tem sim muito a perder... Cody, mostra pra ela. *Bastante tenso com a situação, o Familiar pareceu "travar" com o dito de seu mestre, o que ele deveria mostrar? Não tinha nada que pertencesse a Llyani para convence-la de que ela estava perdendo algo e percebendo essa duvida no semblante de seu servo o rapaz complementou*

-Mostre para ela e para o garoto o porque eles estão aqui, em segurança. *Cody olhou para Sirius e depois para Llyani, estava muito hesitante, não por ter coisas a ocultar só que aquilo era um tanto... Vergonhoso, principalmente envolvendo a mestiça*

-M-m-mas.... *Heylel então largou apenas um "Agora!" e sem escolhas o androide se conectou a ENE, a inteligencia artificial da nave que desligou as luzes e na frente do enorme vidro que dava acesso a visão do lado de fora da nave uma tela holográfica se formou mostrando as lembranças de Cody, de quando ele falou com Wilhelm para irem buscar Sirius e Nyla em segurança porque não podiam deixa-los morrer; de quando ele mandou mensagem para seu irmao C-06 pedindo para ele ficar de olho em Heylel sabendo que ele não seria legal com Sirius e por isso caberia ao mais novo tentar deixar o clima menos tenso; de quando após ser derrubada por Heylel, ele junto ao Familiar se viraram para salva-la dos soldados da Aliança usando granada de fumaça para leva-la para dentro da ala do Acelerador em vez de deixa-la para trás, e dali em diante ela ficara sob os cuidados do sintético que em momento algum saiu do lado dela, buscando se manter junto cuidando dela exceto no momento em que o próprio Bryphis a levou nos braços até a ala medica onde acompanhou seus cuidados antes de trocar de lugar com seu parceiro metálico que acompanhou tudo até ela acordar, aproveitando para falar com Sirius e tudo mais e quando retornou pegou as roupas dela que estavam avariadas e ficou ali costurando, corrigindo os danos depois de conseguir material com seu irmão que trouxe de casa quando buscou Sirius para leva-lo para casa onde o permitiu descansar o dando uma cama, cobertor e todo o conforto que podia para que o rapaz dormisse bem, coisas simples que Cody fez por aquela dupla sem que ambos provavelmente não lembrassem*

-Devo dizer que com o conhecimento que o garoto tem, até mesmo você Llyani, ambos sabem que não se pode modificar as memorias de um androide sem comprometer parte de seu sistema, por isso essa fonte é 100% segura e é usada como prova maior em resoluções de crimes ou situações, é um dos métodos mais seguros do nosso século, de qualquer forma, vendo tudo isso, vocês dois acham que não tem nada a perder? Acham que Cody fez tudo isso por vocês por que? Seguindo minhas ordens? Por mim, pelo Wilhelm ou qualquer outro os dois estariam mortos, mas esse robo, esse androide tem algo que eu e qualquer outro não teria... Ele tem empatia, uma maquina tendo empatia com dois humanos que na primeira oportunidade vão abandona-lo, e vocês acham que em qualquer outra galaxia, em qualquer outro mundo, vocês vão encontrar alguém assim? O mundo está cheio de aproveitadores, assassinos e de pessoas como nós que faram de tudo pela liberdade, para sobreviver, mas eu garanto pra vocês que embora todo o Universo tenha suas figuras repetidas, em nenhum canto dele vocês vão achar alguém que mesmo sem ter poderes, mesmo sem ter força, usou tudo o que tinha para agora, nesse momento vocês dois estarem de pé, plenos, completamente bem. *A tela então sumiu e as luzes começaram a voltar para aquele lugar e envergonhado pela situaçao Cody apenas abaixava sua cabeça e braços, não tinha mais o que falar ou fazer já que sabia no fundo que Heylel estava certo, ninguém ali iria ouvi-lo, todos com exceção do albino iriam destruí-lo ou livrar-se dele quando pudessem tal como seu criador fez*

-Não peço para que sigam o resto da vida conosco, mas ao menos, antes de abandona-lo depois que ele fez por vocês, o ajudem a cumprir um dever em prol da causa que ele acredita, peço apenas que façam essa unica missão e quando ela terminar, se quiserem ir para Tuntau ou qualquer outro canto da Galaxia eu os levarei com toda a certeza, e isso é uma promessa que eu faço em honra desse meu Familiar que tanto ajudou nós três... Como pode um sintético ter mais empatia do que três humanos não é mesmo? *Em meio aquelas filmagens extraídas da memoria de Cody, foi possível ouvir os planos do sintético que sonha em ter uma familia grande por mais que isso seja ridiculo para um sintetico sem alma, desabafo que fez para Llyani enquanto ela dormia também a questionando sobre isso, do que ela faria com sua liberdade, se era o sonho dela ter familia, alguém ao lado, que era desejo te-la junto a eles porque Heylel precisa de alguém semelhante a ele para estar ao lado, alguém que Melroa infelizmente nunca conseguiu ser e que muito provavelmente Sirius seria também muito importante para o crescimento de Bryphis, pois um inimigo que se torna amigo é a prova mais pura de que as pessoas podem mudar ou pelo menos se unir em prol de uma causa nobre, nem todo mundo é mal, todos tem sua versão da história e é por isso que não se deve simplesmente matar uns aos outros sem hesitação, para Cody é possível criar um mundo onde toda a raça humana esteja unida e livre em prol do bem de todos*

-Llyani, quando você acordar, se importa se eu levar o Boss junto? É que eu na verdade não recebo pelas coisas que eu faço diferente dele, então eu não tenho dinheiro! Mas promessa é promessa não é mesmo? Nos iriamos beber juntos quando tudo acabasse, só que precisamos de alguém para pagar não é? É, ainda bem que você não está ouvindo isso... Nem ele! *Essa fala foi apenas um dos audios vazados naquelas memorias expostas, audio esse onde o Familiar ria enquanto tecia as novas roupas de Llyani, permanecendo sentado ao lado dela a observando dormir, isso sem contar os momentos onde afagou o todo da cabeça dela sussurrando que ficaria tudo bem, inclusive questionando enfermeiros sob o estado dela para ver se estava tudo normal, e claro, sua comemoração quando viu que ela estava totalmente bem, chegou até mesmo a puxar uma valsa improvisada com um enfermeiro de tanta felicidade, bem, isso antes dela acordar e usar o coitado de bola de beisebol*

A garota fica em silêncio durante toda a projeção, por mais que seus instintos a digam para derrubar aquela nave no soco. Sentia-se usada, obrigada a realizar uma tarefa que não queria em troca de um favor pelo qual não pediu. Certamente acabaria com o ciborgue se o encontrasse mais uma vez no futuro.

— Eu vou trabalhar pra você em troca dos cuidados que não pedi por honra. — Ela diz, ríspida. — Mas depois disso você é meu inimigo. E você deveria ter mais medo de mim do que qualquer um que queira que eu destrua em Gradopolis.

Apesar de raramente ter medo, Llyani sente-se insegura em relação a Gradopolis. Não se lembra exatamente o porquê, mas ouvir o nome da metrópole a assombra, e a ideia de ir até lá a perturba ainda mais.

Sirus está em um dilema. Certamente foi bem tratado ali e as atrocidades sobre a Reconquista não pareciam ser regra, apesar do albino parecer bem amedrontador, mas não podia trair a Aliança uma vez que seus familiares e amigos vivem desta. No momento, porém, ele se vê sem a opção de discordar.

— Hehe, claro. Eu sei uma coisa ou duas sobre a inteligência de Gradopolis, mas se me permite perguntar... o que estamos indo fazer lá?

É evidente seu nervosismo pelo suor excessivo em seu rosto, mesmo com o estabilizador de clima da espaçonave. Em sua visão, o correto ali seria dar um jeito de resgatar o sintético e dar o fora dali. A coragem para fazer isso, porém...

*Mantendo-se em atenção, Heylel se recordava de sua ultima luta envolvendo Llyani, ele sabia que não podia resolver na bala já que boa parte do dano ela absorvia, logo, teria que contar unica e exclusivamente com seu implante tecnologico que acabou não sendo necessário, aparentemente aquela mulher era muito mais racional do que parecia o deixando ainda mais suscetível aos ideia de Cody, pois sim, parecia possível mudar o coração das pessoas por mais agressivo que este fosse e aquela mestiça estava sendo a prova mais clara disso*

-Que seja, e eu não tenho medo de você por um único e exclusivo motivo... *Lembranças vagas de um tempo onde aquele albino sempre matou todos seus alvos a sangue frio, sem perguntar, sem questionar, apenas fazia sem qualquer distinção, isso até conhecer aquele Androide que o fez começar a ter piedade pelo menos pelas crianças e assim seguiu, e falando em crianças...*

-Quer saber sobre sua parte na missão não é mesmo? ENE, sincronize com as informações do visor e as exponha. *O rebelde então dobrou seu braço mantendo seu antebraço erguido e a partir de seu bracelete surgiu o holograma que expunha tudo a partir da visão de Wilhelm mostrando as coisas que ele passou até chegar onde está*

-Como podem ver, após o ato do Starcaller, a Aliança reforçou a segurança em Gradopolis e provavelmente fez o mesmo em todos os lugares onde está colonizada, agora então temos que ter cadastro da nave junto uma identidade segura do piloto para podermos entrar, agora não é só ir e sair como da primeira vez, nisso é onde você entra garoto, vamos usar sua identidade para entrarmos no planeta, depois disso você pode cair no abraço com seus aliados da Aliança. *Cody ficava ali apenas observando, simplesmente não conseguia compreender seu mestre e sua atual rival, afinal, como podiam se considerar inimigos e se ajudarem naquele momento? Estavam em paz com aquela conclusão? Parecia que sim*

-Iremos usa-lo para evitar entrar na base da força, o plano é entrar e sair do planeta sem causar absolutamente nenhum dano, seja em soldados, civis e etc, essa missão é de resgate e não de ataque, agora quem iremos resgatar não é importante para vocês, alguma duvida ou sugestão? E antes que pergunte, Llyani é apenas uma garantia, eu percebi que eu e ela somos mestiços e temos capacidade mistica semelhante, então eu acredito que se unirmos nossos poderes poderemos passar pelos problemas mais pesados, inclusive, Cody será o responsável pelas abordagens para evitarmos ainda mais conflitos desnecessários. *Sinalizou para Cody que então pegou mantos negros que normalmente eram usados por outros membros da tripulação que não estavam mais ali e com base em nanotecnologia conseguiam se ajustar aos novos corpos, os entregando então para Llyani e Sirius, ele e Heylel já estavam usando*

-Esses mantos só vão nos cobrir, proteger do mal tempo, mas não são escudos, o uso deles é necessário para cobrirmos o rosto, afinal, tanto eu como Llyani estamos na lista VIP da Aliança provavelmente, então vistam por gentileza... Sirius, Cody, vocês são a mente e eu e Llyani o corpo, se vocês fazerem a parte de vocês com maestria nós não vamos precisar machucar ninguém, certo? Estamos sem peritos tecnológicos, então hacking está fora de questão, teremos que resolver ou na Diplomacia ou na Força, conto com vocês para manter a diplomacia acima de tudo. *Ficou então esperando as duvidas e sugestões que supos que viriam de Sirius não acreditando que Llyani iria surpreender mais dando ideias boas para aquela missão, imaginou então que aquele seria o momento do jovem medroso brilhar e mostrar a que veio, seus verdadeiros talentos como estrategista, todavia, ainda não deixava tanto hype nele já que o medo poderia faze-lo travar e buscar não questionar o que já foi estipulado*

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤVocê aceita a água, ainda meio que impressionado com o "nada" diante dos seus olhos. Ao ponto em que bebe e nota a expressão triste da garota; você não sabe como consolar-la, então apenas dá dois tapinhas - na verdade encosta duas vezes - na cabeça dela. Como um "fica bem". Fecha os olhos, pelo cansaço da viagem e começa a roncar.

Já de longe, a Okro pode perceber que aquela base é minúscula, provavelmente uma das menores da Reconquista. Isso porquê ela está localizada em uma lua de Marmihn, planeta natal dos Kroyvisianos e um dos locais de maior influência da Aliança. Qualquer erro naquela base pode significar o fim dela.

A pista de pouso é imediatamente liberada para Kitty quando sua nave é avistada pelos operadores da base, e um hangar é destinado a seu pouso. Na plataforma, ela pode observar que uma imensa nave-mãe está pousada e muitos trabalham para consertá-la.

Próximo ao hangar liberado para seu pouso, Mora a aguarda enquanto digita alguns comandos em um tablet holográfico, sempre com um sorriso terno apesar do momento tenso.

A puta merda, eu nem vi que era Marmihn.

Voltei a fechar a cara, como de costume. Nem parecia mais a pessoa quase-emotiva de antes. Mas ainda sim, me sentia agradecida pela tentativa de consolo do Haytok.

— Preciso verificar algumas coisas. Já volto. E cuidado.

A sai da nave, tranquei-a e segui em direção a moura. Meu andar era tenso, como o de um soldado.

— Bom dia, Mora.

Mora vira-se em direção a Kitty e, por mais que não a conheça bem, se aproxima para um abraço. Ela é conhecida por ser uma das agentes mais pacifistas e carinhosas da ordem, sempre disposta a ajudar alguém. Seu nível de benevolência chega a tal ponto que nem sequer sabe usar uma arma.

Depois do cumprimento terno, Mora esboça um sorriso enquanto, sem sequer olhar, digita alguns comandos rápidos em uma manopla tecnológica. O silêncio pode parecer estranho até que enfim uma voz robótica em seu aparelho se pronuncie.

— Olá, Khty A’isath. Seja bem-vinda a estação espacial de Vumihe Boik. — Diz a voz sintética um tanto quanto mal programada para os padrões da época, com muitas pausas e nenhuma emoção.

Mora é muda, e aquele dispositivo é sua única maneira de se comunicar.

Lore caso interessada: