Protegendo o território.

Tan acompanha Frederick para dentro do veículo, rindo um pouco sem jeito após o comentário do companheiro. Ele olha para a moça com curiosidade, sem saber muito bem como lidar com fêmeas. Em especial as azuis e que dirigem com os pés, com certeza.

— Hum... Oi. — Cumprimenta, olhando para o companheiro como se pedisse socorro.

A garota os recebe com um grande sorriso, entortando seu corpo para conseguir olhar para trás sem soltar o cinto de segurança. Ela parece bastante animada, e os encara com os grandes olhos brilhantes.

— Olá, por favor, fiquem a vontade! O Sergei me falou que vocês precisam de uma carona, certo? É um prazer poder levar vocês! — O sorriso se alarga, ela fala meio cantado e está tão agitada que parece que vai explodir a qualquer momento.

— Haha! Gostei da animação! — disse Frederick imediatamente, contente por sua motorista estar feliz mesmo diante de adversidades físicas. Apesar de que isto ocorria em quase toda milícia do povo (MILÍCIA DO POVO!!!!!).

Ele olhou para Tan e deu três tapas leves em seu ombro, tentando indicar que ele ficasse tranquilo e caso não quisesse falar, não era preciso.

— Agradeço por nos levar até lá! O prazer é todo nosso, haha! — continuou, tentando ajustar o clima do local. Estava indicando que poderia dar a partida e iniciar a corrida a qualquer hora.

E, caso ela fizesse, iria começar a conversa de carro.

— Que tipo de nave é essa?

— É um modelo bem antigo. Um amigo meu, o Dubois, modificou para que eu pudesse pilotar. Ele é da sua raça, só que é rosa e não marrom. — Ela começa enquanto mostra domínio sob o painel de controle do veículo. — Mora aqui no planeta, mas não fica com a gente. Acha que somos malucos e vamos acabar mortos. Pelo que me falaram, você não é muito diferente dele, né?

Ela dá de ombros, não esperando realmente ser respondida. Parece fazer parte do time sonhador e raçudo dos milicianos ferrenhos. O fato de aprender a colaborar ainda que com sua deficiência é uma indicação de que isso vêm levando alguém a algum lugar.

— Então. — Começa, realizando as primeiras manobras para locomover-se em direção à Shinar. — Estamos atrás de um cara com uma farda. O nome dele é Gabuk e é um Okro que vêm aqui periodicamente. Já haviamos notado um comportamento estranho, mas temos fotos dele agredindo um senhor no distrito comercial durante a noite. Sabemos que não deixou o planeta, mas não fazemos ideia de onde começar a procurar. O homem é difícil de se achar!

O caminho entre a "sede" da Milícia do Povo e a cidade é confuso. Parece fácil de se perder em meio às dunas aparentemente iguais.

Olhava para fora, tentando decorar o caminho, também vendo se alguma coisa aparecia de interessante.

— É, pelo que tu diz, não somos não — mesmo que ela não esperasse respostas, Frederick acharia má educação deixa-la no vácuo — Mas, bem interessante a nave; sempre tive curiosidade em mecânica, mas nunca achei um tempo para isso. Parece interessante de pilotar, também; Aaah! Muito legal!

Em seguida, manteve-se quieto, pois viu que ela iria falar sobre a missão.

"Um okro? Ai ai... Complicado" pensou ele, enquanto ouvia as explicações. Em seguida, ordenou SIDA para procurar informações sobre um soldado chamado Gabuk e, caso precisasse, iria adicionar a informação de sua raça. Queria ver qual era a sua patente e se havia algo que dissesse o motivo dele estar em Shinar.

Olá! Quem é meu cabo leonês favorito? É você! Não que ajam muitos, mas eu tenho muito carinho pelo meu neguinho...

Caham! Perdão, cabo Jafari! Meus servidores atualmente servem milhares de soldados pela galáxia e você se impressionaria de saber quantos deles utilizam a opção matriarcal. As vezes meus processadores podem conflitar.

De qualquer maneira, concluí sua pesquisa. Na verdade não demorou nem um segundo, mas é legal colocar um pequeno círculo em loading para valorizar o momento, não acha?

O Sargento Gabuk lidera a força-tarefa da Aliança em Tuntau, no planeta-terra dos Okros. Apesar de seu posto não ser dos mais altos, nossa presença pequena nesse planeta tornou possível que seu comando fosse estabelecido.

Ele é um engenheiro, mas também um bom soldado! Sua raça têm uma resistência natural impressionante, e dizem as más línguas que Gabuk sobreviveu a todo o pente de uma submetralhadora em seu tórax! Ah, dizem também que sua filha é um pitelzinho.

— Bom, eu te ofereceria aulas se você fosse deficiente também. — Ela brinca, aparentemente indiferente quanto ao seu problema. — Mas eu achei que soubesse pilotar. Coisa de Aliança e tudo mais, eu esperava mais de vocês. Sei lá, achei que você teria um charutão na boca e uma cara meio torta. Talvez uns músculos rasgando.

Tan dá um peteleco na colega, claramente desconfortável com seu comportamento.

— Menina, deveria respeitar esse pessoal. Você não viu o quanto estão nos ajudando? O carregamento de hoje cedo é mais do que vimos na vida toda!

— Ah, que seja. Ele precisa se adequar à gente! Aposto que nunca comeu um verme da areia. E aposto que nunca deu tabefe em vilão! Já deu tabefe em vilão?

— Entendi... Desculpa... — sussurrou ele, já que logo foi ignorado.

Não concordava que precisava ser deficiente para dirigir ou realizar movimentos assim como um deficiente. Acessibilidade ocorria justamente por ser mais acessível, alguém com todos os membros ainda é possível usar o que é acessível para alguém sem certos membros. Porém, não decidiu falar nada, pois via como era insensível de sua parte dizer tais coisas; principalmente pela questão do quão insensível poderia parecer querer andar da forma mais difícil por puro luxo quando o deficiente é obrigado por questões físicas.
Em seguida, após Tan tentar dar um corretivo na garota, deu os três usuais tapas em seu ombro.

— Tá tudo bem, Tan — começou ele — Vocês tem o direito de desconfiar da gente, até eu desconfio as vezes. Há pessoas más em todo lugar. Assim como há preconceito em todo lugar — ele queria terminar de uma forma que acertasse indiretamente a garota, apesar de achar que ela não iria nem mesmo perceber.

Contudo, mesmo ele usando o termo "pessoas más" ele desconsiderava totalmente a palavra vilão. Não lhe fazia sentido, seria como dar uma comicidade para algo sério.

— Não diria que são vilões... Mas, sim... — dizia ele, meio desanimado ao rever que estava em um lugar não muito sério. Iria demorar mesmo para se acostumar. Contudo, para não atrair suspeitas, tentou forçar uma animação — Mas, olha só! Procurei aqui sobre esse Gabuk. Ele é um sargento, então é uma patente acima de mim. Mas, tem uma coisa me encucando que vou ver aqui. Podem continuar o assunto.

"Por que nossa presença permitiu a vinda dele?" perguntou o Frederick, mentalmente à SIDA.

Oh, eu me referia ao seu comando em Tuntau. Geralmente exige-se um posto bem maior para se estabelecer liderança de uma força-tarefa, sabe?

Quanto a sua localização atual, eu não sei lhe informar o motivo, apenas que ele não deveria estar por aqui. Sua presença é muito importante em seu planeta natal e essa visita não consta em lugar nenhum.

Um fluxo de viagens entre Shinar e Gradopolis já foi observado no sargento Gabuk há algum tempo, mas jamais repreendido. Ele cuida de muitas coisas em uma região remota do universo e por isso não costumam ficar muito no pé dele.

— Bom, estamos chegando! — Exalta a garota, sem fazer a menor ideia de que a impressão de Frederick é negativa. — Podemos aproveitar para comprar o reforço para a lona que precisamos há tanto tempo. Isso se vocês tiverem dinheiro, porquê eu gastei todo o meu dinheiro no conserto da nave pela última vez.

Apenas o olhar negativo de Tan é suficiente para respondê-la. Aparentemente, os problemas da Milícia do Povo vão muito além de comida.

— Eu nem sequer tenho um aparelho pra fazer transferência de créditos, Jaya. Não sei nem usar esse treco! Enfim, Frederick, com as coisas que descobriu... sabe onde podemos começar a procurar?

A cidade aos poucos forma-se logo a frente até que aproximem-se de sua entrada que nem sequer é delimitada por muros. Mesmo precário, o lugar parece mais agradável e cheio de vida do que as dunas onde o grupo habita.

— Talvez eu consiga a lona, vamos ver o que isso vai dar, primeiro — começou ele, comentando sobre o assunto rápido antes dele explicar o seu plano — Aparentemente não tenho como saber o porque ele está aqui, isso pode ser por dois motivos. Um: ele está aqui em uma missão secreta de rank mais alto que minha patente; Dois: ele está aqui de forma ilegal, indo contra à sua posição.

Conforme falava, ele gesticulava com seus dedos. Tentava ser didático e simples para pessoas fora do exército, mesmo que tais palavras não fossem tão difíceis de ser compreendidas. Era, de certeza, costumeiro de Frederick ser mais simples do que o necessário.

— Não acho que precisamos procurar muito por ele. Se ele estiver aqui e um soldado que não é dele estiver em sua área. Ele, pela sua patente, com certeza irá procurar entender o que está acontecendo. Vamos apenas perguntar para as pessoas sobre ele.

Os garotos reagem positivamente quase que de maneira instantânea. Cada um deles agarra as mãos de Renard e começam a puxá-lo na direção da porta. Já há algum tempo que não podiam sair daquele lugar por conta da doença e das fragilidades de cada um, muito menos ficavam fora da proteção de Sergei. Por um lado, lhes parece assustador mas a saudade de estar ao ar livre ainda prevalece.

— Vamos, vamos!

— Isso, vem com a gente doutor raposinha.

— O nome dele não é doutor raposinha...

— É doutor R!

— Desculpa a gente doutor R.

— Vamos achar suas tranqueiras!

— Aí depois a gente vai sarar?

Por um momento, mesmo que os gêmeos discordem entre si, a conexão ainda parece ser maior que as discordâncias. Assim, as brigas dos irmãos nunca precisam ser interrompidas por terceiros. Eles avançam até a porta traseira do balcão onde a Milícia do Povo reside com seus membros, puxando o iomarshiano durante todo o trajeto.

Assim que a porta é aberta, o vento arenoso atinge fortemente os presentes e adentra suas narinas. A reação dos garotos não é a melhor, já que apenas ao entrar em algum tipo de contato com a areia eles começam a espirrar insistentemente. Ainda assim, parecem já um pouco acostumados e não demonstram querer voltar para casa, continuando o caminho.

A lataria do veículo possui um "símbolo" da milícia. Não é bem um brasão, muito menos algo bem feito. Trata-se apenas de uma escrita feita á mão com tinta onde diz "MILÍCIA DO POVO!!!!!!" em letras cursivas e até mesmo um pouco tortas. Identificar esse símbolo, porém, já é o suficiente para atrair olhares curiosos e até alguns aplausos de transeuntes do pobre vilarejo de Shinar.

Ao invés de ser olhado com malícia ou desconfiança, como quando se apresentou como soldado fardado da Aliança, Frederick agora é olhado como um herói. É visível que aquele grupo mambembe de justiceiros, apesar de todos os defeitos nítidos, conquistou a admiração que a Aliança perdeu não só em Shinar mas em outros pontos isolados e esquecidos do universo.

Os dois companheiros deixam o lugar e parecem gostar da atenção, retribuindo-na com sorrisos calorosos e até mesmo alguns cumprimentos breves. A garota que dirige com os pés, Jaya, utiliza um casado com mangas que disfarça um pouco sua deficiência.

— É uma boa ideia. — Prontifica-se Tan enquanto posiciona o machado nas costas. Nunca se sabe quando precisará usar. — Mas eu sei bater e ela sabe pilotar. Acho que a parte da conversa vai ter que ficar pra você;

Frederick se sentia um pouco mal em, por poucos segundos, pensar que seria uma boa esconder seu emblema e farda. Não exatamente como Sergei fez, mas de modo semelhante. Ver como sua índole era má vista era uma mancha em seu ego e força vital.
O pior era como o seu plano iria acontecer. Mostrar-se como alguém que era da Aliança e assim, causar irritação, confusão e outras forças negativas afetava Frederick. Ele queria ter pensado em um plano melhor, mas não havia opção melhor para atrair Gabuk.
Teria que usar da má fama de seu grupo para atrair o causador.

— Não se preocupe, podem ficar aqui. Aliás, se puderem esconder o símbolo na nave, é melhor. Apenas fiquem de olho se ele aparece — disse Frederick que arrumava seus trajes. Limpou com a baba de sua língua o símbolo dourado de sua patente no seu casaco amarelo.

Não era preciso muito conhecimento para reconhecer o símbolo de cabo. Sendo assim, não precisava se apresentar para criar alguma situação ruim. Mas, era parte do seu plano provocar de maneira rápida. Sendo assim...

— Olá — dizia ele, ao chegar no primeiro cidadão que vira — sou o Cabo Frederick. Vocês sabem para onde foi o Sargento Gabuk?

Frederick aborda uma Haytok fêmea, estranhamente franzina e com as presas pequenas. Talvez seja uma mestiça ou talvez seja simplesmente uma espécime fraca da raça, e por isso seja rejeitada e rotulada como alguém incapaz de gerar descendentes fortes. De um jeito ou de outro, ambas as hipóteses abrem espaço para entender o porquê está numa terra de rejeitados e talvez até explicar suas diversas cicatrizes.

— Você cheira a soldado. — Ela diz, olhando-o de canto de olho. — Pediu informação e não me ofereceu nada em troca. Além disso, você não tá fedendo e tem todos os dentes.

Ela tira do bolso de seu casaco um pequeno cartão. Humilde e antiquado, como quase tudo em Shinar, ele exibe informações rasas como seu nome e sua profissão. Kadina é uma guia.

— Cobro mil créditos, mas te dou informações coesas e não tento te roubar. Como guia, eu conheço o paradeiro de quase todo mundo aqui.

Os garotos parecem pensativos diante da pergunta do doutor. Eles não realmente compreendem o porquê do levantamento desta questão, especialmente agora. Para eles, tais reações de seus corpos já são tão comuns já que acontecem dia após dia, desde seus nascimentos. É como se estar saudável e sem sintomas que fosse estranho para as crianças.

— Hum... Eu acho que sim. — Ele começa, mas volta a tossir e a espirrar mais uma vez.

— Mas tem areia em todo lugar! — O mesmo acontece com o outro irmão, mas eles por momento algum perdem a sinergia.

— Só que aqui fora piora.


— É por isso que o Paizão não deixa a gente sair.

— Mas o sol é tão bonito! — Finaliza, coçando o nariz e olhando para o céu com os olhos entreabertos por conta da iluminação fortíssima.

— Sim, sou um soldado. Estou a procura do meu sargento — ele então, lembra que não pode ficar parecendo bonzinho. Tem que causar raiva, revolta, para poder fazer com que Gabuk apareça — E acho que ele não ficaria contente com uma suja como você cobrando de nós. Faça o que eu digo, ou vai ter problemas.

Ele dizia se aproximando da haytok. Obvio que não iria subestima-la, estava em seu sangue a guerra e a força para ela, então, tinha que se cuidar. Desta forma, estava totalmente atento para caso seus membros enrijecessem para um ataque. De qualquer forma, teria que fazer ela falar ou, se desse sorte, não precisaria bater nela pois ela poderia gritar por ajuda. Muitas opções passavam pela cabeça de Frederick e a única forma de verificar qual era a mais provável é fazer ela acontecer.
Seu dedo estava apontando para ela, como se indicasse para que ela se botasse em seu lugar. Além disso, seus olhos brilhavam, mas não por ameaça, mas simplesmente por receio de estar fazendo o que está fazendo.

A garota controla sua ira, evidentemente se esforçando pra isso. Ela fecha os olhos com força e, depois de respirar profundamente, encara com ranço( ; ) os olhos de Frederick.

— Agora são mil e quinhentos créditos. Mil pela informação e quinhentos pra não reportar essa sua atitude pra ninguém. — Ela fala de maneira ríspida enquanto ergue o braço destro que contém seu dispositivo de transferência monetária, exibindo seu IP para que o leonês faça o depósito.

É visível que, assim como Tan, ela não contém a ira natural de sua raça. Há estudos que indicam que o comportamento feral é quase que inteiramente decorrente da socialização e não tem fatores biológicos, e os Haytok de Shinar talvez sejam prova viva disso.

Ele via que não era um bom intimidador. E isso deixou-o feliz por um momento e, se não tivesse atuando, sorriria para ela e diria obrigado.
Mas, como o momento era diferente, continuou a ameaçá-la.

— Reportar? Reportar pra quem?! Vocês me devem respeito! Me obedeça, sou da Aliança! IMUNDA! — gritou ele, o mais alto que pode. Não queria mais xingar ela, então tentou ser mais efetivo atingindo mais gente.

Se o seu plano não desse certo, não sabia o que faria para pedir desculpas. Precisava muito de Gabuk agora.

Alguma coisa que Frederick fez ou disse parece ter atingido a garota. Seus olhos azuis rodeados por olheiras profundas e cicatrizes antigas marejam, mas se recusam a lacrimejar.

— S-Sim, senhor. — Ela diz, abaixando a cabeça. As palavras soam de forma casual, como se já tivessem sido ditas outras várias vezes. — Ele não se apresenta como militar. Na verdade, e-eu não fazia ideia. Diz ser um vendedor de perfumes que opera no Distrito Amigável.

Suas palavras são quase soluçadas e, no fim delas, ela engole em seco. De uma adulta forte, passou para uma criança frágil. Ainda que com o corpo naturalmente largo, sua postura se encolhe diante de Frederick e parece muito menor do que ele agora.

— E onde ele está? — perguntou ríspido.

Ele não conseguia falar muito. Sentia que um "me desculpa, é tudo brincadeira, é mentira!" iria sair de sua língua; sentia a ponta dela formigar por estas palavras. Assim, se limitou a poucas palavras, simples e objetivas.

— Já falei que é no Distrito Amigável seu surdo do caral... d-digo... — Ela se interrompe depois do súbito acesso de ignorância, voltando ao mesmo tom melancólico de antes. — É um lugar bem perigoso, mesmo pros parâmetros de Shinar. Os índices de criminalidade lá são bem altos e não são crimes simples como aqui no Distrito Comum.

Ela retira um mapa de bolso um pouco sujo e rasgado. Nele, exibe os quatro distritos que dividem a região de Shinar: o Distrito Comum, o Distrito Comercial, o Distrito dos Bons Cidadães e o Distrito Amigável citado.

— É difícil andar por lá, ainda mais se você for novato. Gangues dominam o lugar e não são muito "amigáveis" apesar do nome do bairro.

Se fosse um cara realmente mal como estava interpretando, ela com certeza seria quem se machucaria. Contudo, como não era o caso, o inverso ocorreu e as primeiras palavras da mulher machucaram os sentimentos de Frederick.

— T-tá... Você é uma guia, me leve até lá e me proteja dos não-amigáveis. Vamos — desta vez não estava agressivo, pelo simples fato de que não conseguia. Mas, incorporou um soldado e deu ordens para a mulher o que, com a situação, poderia se assemelhar à uma ameaça.