Encontro familiar

Durante toda a interação, Soren recebe uma notificação em seu dispositivo móvel anunciando uma mensagem não lida. Ela aparentemente foi enviada pouco tempo atrás, e seu remetente é um influente e poderoso embaixador Kroyvisiano, que ocupa a mesma bancada que o destinatário.

Alaion escreveu:

Olá, Soren.

Soube que está de volta e, por mais que nunca devesse ter partido, aprecio sua presença. O Conselho convocou uma reunião de emergência para amanhã afim de decidir a posição da Aliança após os ataques recentes, e a bancada de Marmihn não podem ficar de fora.

O encontro, como sempre, ocorrerá na sede governamental de Gradopolis, próxima a praça central onde ocorreu o ataque que abalou nossas estruturas. Te enviarei em anexo a lista de presença e o horário do encontro, mas peço que esteja aqui alguns minutos antes para discutirmos sobre.

Grato.

— O que diabos deu em você, seu arrombado?! — Ela exclama Llyani quando enfim está pisando em algo novamente, não perdendo tempo para dar um forte empurrão em Heylel. —  Não preciso de você pra andar não. E da próxima vez eu vou me certificar de esmagar a sua cabeça usando dedos esfolados e depois usar eles pra comer sushi!


Não poupando sua voz para a gritaria, Llyani certamente alerta o guarda próximo. Através do visor roubado, Heylel pode ver uma notificação que alerta outros oficiais no perímetro sobre a presença de pessoas estranhas nas redondezas, indicando como referência o local onde estão.

No equipamento obtido, o assassino encontra sua ficha criminal que aponta corretamente seus crimes contra os Kroyvisianos e sua relação com a ordem rebelde, todos relatados por autoridades políticas de Kasna. Quanto a Llyani, sua ficha apenas menciona que é de extrema importância de que seja capturada e levada a um lugar desconhecido por Heylel, chamado de Instituto de Tecnologias Ocultas (ITO).

Ao mesmo tempo, Amelie aguarda sua filha e sua nora no transporte chamativo, sem saber que o irmão está mirando no mecha nesse exato momento. A chuva fina de Gradopolis acompanha um choque inevitável, tanto dos dois irmãos quanto dos oficiais com o agente da reconquista infiltrado.

*Ouvindo a gritaria de Llyani atrás de si, Heylel percebeu que aquilo não foi o suficiente para chamar a atenção de Amelie, só que foi o suficiente para atrair todos os soldados do perímetro que com certeza não seriam enganados caso ele fingisse que a mulher é apenas uma estérica qualquer, aqueles aparatos tecnológicos denunciaram eles no momento em que os olhos fossem postos sobre eles, sim, diplomacia, lábia ou similares de nada iriam adiantar ali, só que pelo menos eles tinham uma pequena vantagem, os soldados tinham que subir todo aquele prédio usando os elevadores ou a escada, e claro, sendo treinados provavelmente não iriam todos, alguns esperariam ao lado de fora*

-Bom trabalho, você atraiu todos os soldados para cá, espero que esteja pronta... Espera, você disse sushi? *Aparentemente aquela brutamonte não era tão ignorante assim por conhecer um prato de comida daquele tipo, claro que não seria nada de incomum, mas vindo dela que até então era um experimento que passou a vida toda em laboratório aquilo era curioso, possivelmente Llyani era como Heylel e os demais cavaleiros, um mestiço ou projeto feito depois de certa fase da vida e não algo criado desde berço, sem duvida era algo a se pensar*

-Ok... *Mirando na piloto, o albino desviou seu alvo para o mecha dela começando a concentrar sua energia mistica que seguia do centro do seu corpo e seguia até a base de seus palmos energizando fortemente a arma que usava demonstrando um intenso brilho dourado que poderia ser bem chamativo a quem olhasse diretamente. No final das contas, Heylel novamente não teve coragem suficiente para atirar em alguém querido, todavia, teve o bastante para atirar no mecha, mais precisamente em suas pernas lançando uma grandiosa esfera de energia que embora tenha cruzado 80 metros de distancia, foi tão rápida que pareceu um cometa que atingiu a estrutura solida abaixo do robô a fragilizando a fazendo romper com o peso do mesmo o fazendo despencar de cima do prédio rumo a rua onde talvez, quem sabe, com todo seu tamanho ele acerte outro prédio no processo antes de cair no chão o arrebentando*

-... *Levantou o visor fazendo seus cabelos serem arrastados para trás olhando de longe sua irmã mais velha sorrindo para ela não sendo algo que demonstrava felicidade em ve-la e sim satisfação pura de ter feito aquilo, era cinismo puro. Moveu a cabeça de forma ligeira em sinal de "E ai, curtiu?", deu as costas e saiu do campo de visão da mesma começando a seguir para descer as escadas*

-Vamos Llyani, parece que você vai ter o que tanto queria, sem mais se esconder, agora é linha de frente, está na hora do show. *A nanotecnologia da armadura fez com o elmo surgisse destacando os olhos azuis do mesmo. O Kroyvisiano guardava sua arma e batia os punhos um no outro focando a os metais ali, mais precisamente endurecendo suas manoplas que agora também contavam com garras afiadas e micro "pelos" que também estavam presentes na planta dos pés, algo que serviria para ele conseguir se locomover pelas paredes no maior estilo homem-aranha*

-... *Socou a porta em vez de abri-la com um golpe canhoto arrancando o metal de onde estava fixado o segurando firme para servir como escudo improvisado. Enquanto descia as escadas cruzando os corredores fechados, Heylel sempre estava pronto para se encontrar com seus perseguidores e por isso esperava ouvir os passos deles antes de avançar, inclusive, aproveitou para programar sua moto para ela seguir para ali no piloto automático, assim quando saíssem já teriam um veiculo para saírem em fuga*

Cold sequer precisou receber a mensagem. Assim que ouviu o barulho de alguma coisa se chocando contra o prédio, entrou em estado de alerta, se esgueirando pelas paredes para espiar o que diabos estava acontecendo, porque estava machucando os seus ouvidos e aquilo não era lá algo muito agradável de se acontecer. No entanto, não tinha nada com aquilo.

— ... Mama! — Ela gritou quando avistou a figura tão conhecida descendo do robô, começando a correr em sua direção. Até tropeçou no caminho, voltando a se levantar meio segundo depois com a empolgação. Estava prestes a chegar perto dela quando viu o mecha enorme despencando do prédio, dando alguns passos para trás, completamente assustada. — O robôzão tá caindo! — Avisou, como se a outra não conseguisse ver. — MAMA, O ROBOZÃO TÁ CAINDO! — O grito histérico saiu dos seus lábios, a garota de cabelos pálidos dando saltinhos, dando a entender que estava mais empolgada que assustada.

— Obrigado. Estarei de saída. — Realizando uma breve reverência formal - coisa incomum atualmente, portanto algo a se estranhar -, Wilhelm aproximava-se de seu robô, que atualmente aproveitava da atenção recebida para agir como se fosse uma celebridade intergalática, realizando aperto de mãos e autógrafos como se tivesse sido a estrela da noite. O garoto tecnopata simplesmente tratou de puxar o seu autômato pelo braço, arrastando-o para longe de toda aquela multidão. — NÃÃÃÃO! — Eisen debatia-se como uma criança, em vão. Cinco minutos e toda a sua fama estava indo para o ralo.

Antes de enfim retirar-se do hangar, no entanto, o ciborgue tratou de puxar o seu technophone e tirar uma variedade de fotografias do MECHA que seu pai havia utilizado para chegar até o local. Deu uns tiros maneiros, inclusive tirando foto dentro do cockpit. Apesar daquilo ser tecnicamente um hobby, o objetivo do garoto era reproduzir o veículo num futuro próximo.

Feito aquilo, retirou-se correndo de seus pais.

Miya quietamente ouviu as ordens de Heylel, aguardando com que desse um sinal para que ele agisse com Cody. Mas, antes disso, o homem pareceu ter uma ideia, repentinamente instruindo com que Miyano hackeasse seu visor para ter acesso às informações.

O primeiro pensamento da criança foi algo do tipo "mas para que tanto trabalho?", mas não externalizou-o. Apenas decidiu-se que tentaria fazê-lo, ligando o painel na manopla para invadir a central de dados do dispositivo e, assim, garantir acesso às informações ali contidas.

Enquanto Heylel tentava se decidir quanto ao que fazer em relação ao tal médico, Miyano tentava roubar os dados do visor, até que recebesse uma segunda ordem de Heylel ou de Cody.

O choque de um poderoso tiro com um mecha construído por uma especialista é impressionante. As estruturas do prédio ameaçam ruir, porém a grande armadura metálica mantém-se inabalável. Se não fosse pela infraestrutura evoluída de Gradopolis, um acidente urbano seria certamente causado. Ainda assim, tamanha foi a energia daquele disparo que um grande tremor naquela construção pôde ser sentido pelas garotas que estão nele.

Como se não fosse suficiente o estado de alerta dos oficiais da Aliança, o disparo apenas indicou-os aonde está o elemento desconhecido. Todos os agentes da região são acionados para deter uma ameaça de um novo ataque terrorista à metrópole.

— Atenção, unidade de patrulha ATL-52 pedindo reforços no bairro nobre de Gradopolis. Um oficial não responde, estarei enviando as coordenadas no canal privado da região. — Diz um oficial através da conexão por voz que reflete no visor que Heylel adquiriu.

A situação de repente está caótica. Uma tropa organizada às pressas, ainda contando com poucos soldados rodeia o prédio afim de conter a ameaça enquanto espera pelo suporte requisitado. Pelas ordens de um superior, ninguém ainda sobe a construção.

— Estou começando a me divertir com você. — Diz Llyani, não parecendo se abalar com a situação. — E agora, qual o grande plano?

Ao mesmo tempo, Miyano têm sucesso em acessar a database contida naquele equipamento, mas a quantidade de informações demora a ser processada por sua manopla digital, que não é das mais potentes. Nesta, um painel de HUD mostra um lento progresso de uma barra de carregamento.

Sistema escreveu:

Download de dados: 8%

*Descendo as escadas, os corredores denunciavam passos só que eram apenas deles, algo de errado não estava certo. Heylel então seguiu até uma janela olhando através dela vendo o cerco se formar, só que ninguém invadia o prédio ainda e provavelmente ninguém sairia, apenas idiotas iriam tentar sair do prédio tendo um assassino genocida ao lado de fora de suas casas*

-O plano seria derrubar todos aqui dentro, a área é fechada, então o combate em maior numero tem desvantagem devido os corredores estreitos, só que os soldados são espertos e sabem disso e por isso não entraram ainda, os subestimei. *Pelo visor que ainda tinha consigo, ele conseguia perceber um maior aglomerado de soldados se reunindo naquele local e isso era bom, afinal, era o que queria, distração para facilitar as coisas para Cody e Miyano, e agora que tinha os holofotes em si tinha que fazer seu truque de mestre para executar uma fuga triunfal a la Houdini*

-É padrão de qualquer formação, os soldados vão se focar na unica saída que existe que é frente o prédio já que não existe nenhuma saída traseira, poderíamos enfrentar se eles entrarem, do contrário isso não vai acontecer, então uma das alternativas é esperar, só que quanto mais soldados pior para sairmos depois, mesmo lutando dentro do prédio e derrubando vários, vamos nos fadigar e eventualmente o resto nos derruba, então só resta uma alternativa viável já que não podemos explodir nada por falta de recursos. *Seguiu até uma parede de final de corredor e começou a socar a parede com sua prótese quebrando o concreto facilmente com sua força descomunal naquele punho em especifico e quando a estrutura já estava bem fragilizada finalizou com um chute que abriria um buraco ali e por não estarem tão alto por já terem descido uma boa gama de degraus, dava pra pular dali mesmo*

-O que resta é criar uma saída, vamos rápido, o som dos tijolos caindo pode atrai-los direto para aqui atrás. *Saltou por trás do prédio caindo frente o muro que o separava da rua segurando na beirada com as mãos e fazendo certa força para subir nele e saltar já podendo ver sua moto ao qual ele mesmo já havia planejado ficar ali, não tão cedo, claro, mas dada as circunstancia teria que adiantar sua saída. Já atrás do muro ele chama Llyani com gestos para ela ir logo antes que alguém percebesse algo de errado e decidisse investigar*

-Cody, acaba logo com isso, estaremos partindo em breve e só vai faltar você. *Subiu na moto tirando ela do piloto automático que a trouxe até ali só esperando que a outra viesse para subir ali e poderem irem embora. No fundo, o piloto torcia para ninguém ter percebido nada e ficarem só que nem idiotas esperando o cerco no prédio que por não ter saída aos fundos, seria sem sentido fazerem marcha por ali, mas vai que?*

— Você já pode parar de tagarelar sobre coisas que eu não entendo. Vamos bater neles ou não? — Bufa a mestiça com os braços cruzados, claramente desinteressada em toda aquela baboseira tática. A única coisa que compreende é que o plano de Heylel não foi como esperado.

A manobra é criativa e poderia ter funcionado se dois dos quatro soldados que compunham a infantaria de emergência não tivessem se alertado e percebido o som da parede se quebrando. Em uma rápida comunicação, todos os outros se locomovem para a área por onde Heylel tenta escapar.

Apesar da proximidade dos dois soldados mais atentos em perceber a fuga, o ciborgue é mais veloz e consegue chegar ao seu veículo antes que o alcancem. Através do visor que ele pegou, porém, percebe que os oficiais ainda não desistiram da perseguição.

— Atenção! Perseguição na área nobre de Gradopolis, localização no mapa portátil. Solicito suporte motorizado e aéreo!

*Ao notar que haviam soldados patrulhando ali atrás, Heylel se surpreende uma vez mais por ter subestimado os Aliados que sempre pareciam ter um as na manga para todas suas ações, bem, no final das contas era isso que tornava divertido enfrenta-los. Quando os dois soldados vieram, ele executou novamente o hookshot em um o segurando com sua mão bionica e então o puxando e saltando no processo o fazendo ir de encontro ao outro fazendo ambos cairem no chão, assim eles não o pegariam durante aquele trajeto*

-Agora não, vamos para uma arena mais adequada onde teremos vantagem, segure-se! Ativar GPS! *Acelerou então sua moto, mas antes fazia o pneu de trás "cantar" e simplesmente saiu dali em alta velocidade empinando a moto no processo por causa do "coice" e então seguiu pelas ruas saindo dali apenas como um vulto*

Conforme desliza seus pneus pelas ruas largas de Gradopolis, Heylel é capaz de cortar o trânsito movimentado do local, o que bloqueia alguns veículos terrestres que tentam alcançá-lo. O maior problema vêm anunciado pelas fortes sirenes que soam não atrás mas acima dele.

Os modelos de veículo de patrulha SR-0014 são de origem Kroyvisiana, criados para ter eficiência em todo tipo de cenário. Com seu sistema de rodas modificável, podem se ajustar para missões terrestres, aéreas e até mesmo marinhas uma vez que no planeta natal dessa raça, os três ambientes são de vital importância.

Desacostumada com a velocidade e o balanço de um veículo como aquele, Llyani ameaça desequilibrar-se da garupa do ciborgue. Ainda assim, devido a grande qualidade dos acentos traseiros da época, ela é capaz de manter-se no lugar e lançar uma das pequenas esferas negras que arremessou em Heylel durante o confronto na nave.

Um dos três veículos que tentam encurralar a dupla têm sua janela quebrada pelo projétil que explode em uma energia azulada uma vez que está dentro do veículo, derrubando-o imediatamente.

— Eu não sei quem diabos estamos enfrentando, mas entendi que são inimigos. — Ela diz já zangada com a dificuldade daquela tarefa. — Não tenho muitas dessas então é bom que você trabalhe aí na frente também!

*Seguindo pelas ruas cortando o transito e faróis indo simplesmente a milhão, Heylel tem todo seu foco no GPS para saber para onde estava indo com precisão não sendo então uma corrida totalmente cega já que além de ser um ótimo piloto, tinha noção das ruas já que mesmo o programa denunciava o transito e outras coisas como meios de transporte publico, programação essa que já era existente no seculo 21, agora então, a coisa evoluiu muito*

-CARALHO, QUE FODA!! *Devido a voz ser modificada pelo modulador, pareceu muito que tinha sido o piloto que tinha dito aquilo, só que não era bem assim. Um pequeno HUD se abriu no vidro frontal da moto mostrando Cody*

-Vocês estão mesmo em uma perseguição? Isso é demais, cara, como eu queria estar ai! *Agora Llyani percebia que aquelas falas eram do androide que havia ajudado ela em outro momento e não do motorista, ainda bem, já pensou o albino falando daquele jeito? Acho que nem sobre efeito de fortes drogas*

-Cody, presta atenção, como estão as coisas? Não posso ficar dando voltas com esses palhaços, eu preciso de resultados. *O androide ficou um pouco sentido, mas explicou a seu mestre que iriam começar o tratamento dos doentes mesclando a técnica de Renard e do doutor maluco traumatizado com encanadores negros, então aquilo poderia demorar um pouco o que sem duvida alguma irritou o Kroyvisiano*

-Seu foco é capturar essa raposa e não salvar essas pessoas, de um jeito de cumprir sua missão ou eu mesmo vou até ai terminar o que você começou! *Sabendo que seu atual dono estava sendo perseguido e que ir até o hospital seria no minimo desastroso, o Familiar apenas deixou um "Sim senhor boss!" escapar e bateu continência desligando a chamada que já iniciava com outra*

-Miya, qual o status do hacking? Você conseguiu fazer algo com esse visor? Espero que me de boas noticias. *Não sabia que o processo iria demorar para ser concluído e por isso perguntou já que supunha que tudo ali funcionava no instantâneo por não ter habilidade alguma com sistemas tal como o menino tinha*

Ao ver o "8%" na tela, Miya logo deixou o corpo cair para trás, afundando na cama com um longo suspiro.

Enquanto a manopla terminava de transferir os arquivos, a criança utilizava do technophone para jogar Angry Birds, mantendo o dispositivo em frente à própria cara, porém para o alto. Qualquer vacilo e o technophone cairia bem na cara da criança.

Depois de vários minutos e com a porcentagem ainda não concluída, Miya já cansado do jogo apagou a tela do technophone e dobrou o lençol em espiral, arremessando e balançando o tecido para que Rex tentasse agarrá-lo. Não importava o que a criança fazia para se distrair nos últimos, sempre parecia desanimado e entediado, como se apenas fizesse aquelas atividades por cotidiano. Mas não deixava isso transparecer, e, de qualquer forma, os outros estavam ocupados demais com coisas mais importantes para ter que se preocupar com a criança.

Apenas parou de brincar com o grifo quando Heylel chamou por seu nome, fazendo-o se concentrar no dever novamente, levantando as costas da cama e sentando com as pernas cruzadas.

- Ainda não. Vai demorar um pouco. - Respondeu de maneira simples e direta. Apenas fazia questão de detalhar os termos técnicos ao seu alcance quando se tratava de Melroa, que entendia do assunto.

Mas Melroa não estava mais ali.

Sistema escreveu:

Download de dados: 15%

Em uma manobra hábil, os dois motoristas das viaturas flutuantes cruzam entre si para confundir Heylel e dão um breve impulso de velocidade, apenas suficiente para encurralá-lo em um PIT bem executado. Quando os dois estão enfim ao lado do ciborgue, ativam as rodas terrestres do veículo apenas para cruzar novamente e prender a moto entre seus veículos.

Devido a boa aceleração que Heylel consegue atingir, a manobra é apenas parcialmente bem-sucedida. O veículo na direita apenas rela na traseira da moto, abrindo brecha para que o da esquerda a aceite em cheio e a desequilibre totalmente. O ciborgue, já acostumado com o veículo, é capaz de se manter firme neste. Sua aliada, porém, não têm a mesma sorte.

Em um piscar de olhos, Llyani está rolando pelo chão áspero das ruas de Gradopolis, mas é hábil o suficiente para realizar uma acrobacia rápida e erguer-se de pé novamente. Partes de sua roupa agora estão rasgadas, mas não há um ferimento sequer em sua pele.

— Parece que você curte muito andar nessa porra aí. Por quê diabos não aprende então, caralho?! — Exclama irritada quando se vê encurralada pelas viaturas.

Ao longe, Heylel pode ver mais veículos se aproximando por todos os lados, ao mesmo tempo que a cidade toda em breve estaria em alerta e seria bem mais difícil ele alcançar sua nave. Teria que escolher entre se arriscar para salvar Llyani ou deixá-la ser capturada.

*Ele olhava pelo retrovisor para tentar se despistar dos carros que vinham atrás de si e por isso procurava um tunel, só que diferente do esperado, novamente, os Aliados agiam sempre com precisão descendo seus carros ativando o modo terrestre para não baterem no topo do que estava por vir e não bastando isso, faziam com tamanha astucia que além de evitarem o perigo ainda buscavam encurralar o albino que não viu escolha a não ser apertar um botão especial do veiculo que o fez pegar mais velocidade do que deveria, o famoso nitro, só que naqueles tempos não era puramente "fogo" vazando do escapamento e sim um impulso maior de eletricidade que literalmente jogava o veiculo para frente*

-Merda! *Buscando tentar para-lo, o veiculo da direita bateu mesmo que bem de leve no pneu traseiro da moto que pela velocidade conquistada perdeu sua estabilidade muito fácil o fazendo virar com tudo escoando o som do pneu no asfalto que ficou com uma marca preta profunda e não sendo o bastante o parceiro daquele que já havia o acertado se aproveitou da perca de velocidade da moto para atingi-la na lateral com mais força que o golpe anterior o fazendo rodar na pista e para não cair ele teve que fazer um "cavalinho de pau" brusco e foi nesse momento que Llyani simplesmente foi "cuspida" de seu lugar caindo rolando no chão*

-Eu ainda estou aqui, porque você não experimenta segurar direito? *Virado de frente para a mulher, o Kroyvisiano pode perceber mais viaturas vindo pelo solo já que sabiam que estavam indo de encontro a um túnel e seguir por ali voando seria bastante inviável. Naquele momento ele teve que fazer sua escolha e essa foi seguir até sua aliada novamente por mais que no fundo achasse que aquilo fosse um erro*

-Não vou te largar aqui, somos parceiros agora, sobe e segura muito firme em mim, eu vou fazer algo e se você cair de novo eu não vou ter como voltar e te buscar, segura! *Cantou pneu novamente depois que ela voltou a montar na moto e seguiu disparado para fora daquele lugar com diversos policiais em sua cola e foi ali que ele apenas seguiu reto, exatamente de encontro a um prédio que não era lá tão alto e isso era o suficiente*

-Segura! *Empinou a moto, soltou o volante segurando apenas com a destra e fez o hookshot com a esquerda indo rumo ao prédio agarrando em sua estrutura solida cravando os dedos ali como um firme gancho em um rochedo e então executou o puxar como das outras vezes, só que agora a corda metálica puxava a dupla junto do veiculo causando um certo desconforto no rebelde, afinal, era seu braço ali. Graças ao movimento ele literalmente estava indo pra cima dirigindo sobre o prédio e quando chegou em sua beirada superior usou sua maestria no volante para executar uma especie de rolamento no ar que os fizeram cair sobre a estrutura*

-Realmente vou precisar beber depois dessa. *Com a mão de volta no lugar logo durante o salto acrobático mesmo, Heylel sacou de sua arma de forma canhota mesmo e atirou algumas vezes no parapeito a sua frente abrindo um buraco nele que fosse o suficiente para a moto passar e então lança-los em meio ao que seria o nada, só que mesmo aquilo foi planejado pelo piloto que pelo GPS viu que ali embaixo haviam caminhos em pontes onde várias pistas se cruzavam uma sobre a outra para destinos distintos e foi ali que ele caiu na superior diminuindo e bastante o impacto e por ali seguiu tendo que improvisar um caminho de retorno para sua nave*

O caminho de Wilhelm de volta para casa é tranquilo, já estando relativamente próximo desta. A residência da família atualmente fica em um local bastante favorável para os pais do garoto, estando tão próximos quanto possível do centro empresarial da cidade e de grande parte das embaixadas.

Ainda que na cidade hajam inúmeros oficiais monitorando as ruas, nenhum deles volta a pará-lo. Provavelmente SIDA já atualizou seus dados e limpou sua ficha depois da revelação das memórias de Eisen e da intervenção de seu pai.

O adolescente não demora muito para chegar em seu destino: um apartamento moderno e muito grande. O prédio em si segue o modelo de arquitetura da cidade e é completamente espelhado. Um lugar tão luxuoso, conseguido principalmente pela notável posição do patriarca.

Por um momento, Llyani congelou. Demorou alguns segundos para perceber que ele havia de fato voltado para ajudá-la, uma vez que ela entende que a vida funciona pela lei do mais forte. Jamais imaginara um ato como aqueles, especialmente vindo de Heylel. Diante desse confronto interno, apenas subiu no veículo e manteve-se em silêncio por alguns instantes, refletindo sobre o último acontecimento.

O movimento audacioso e improvisado de Heylel funciona bem com a noite escura e a escolha de localização. Ao deixar a pista, foi capaz de despistar as viaturas que o seguiam e seguir para sua manobra arriscada sem interrupções.

— Atenção: perdemos o rastro do suspeito em fuga. É necessário o patrulhamento aéreo na região... um novo ataque é inaceitável. — Diz uma voz feminina vinda do visor. Ela parece controlar as ações dos oficiais.

Sistema escreveu:

Download de dados: 21%

*Com tudo mais calmo, Helyel fez seu traje mudar de forma voltando a seu aspecto casual, afinal, um ser armadurado de preto com olhos azuis chamativos seria reconhecido em qualquer canto, então permaneceu ali como se fosse um motoqueiro comum daquela época... Ainda bem que existe nanotecnologia. Agora em paz depois de ter se salvado dos policiais, o albino seguia até a nave pensando no que fazer, não podia voltar e arriscar o bem estar daqueles que estavam consigo, tudo bem que seria por Cody, mas tudo já estava arriscado demais, teria que deixar o parceiro para trás e eventualmente decidir o como resgata-lo posteriormente*

-Que dia. *Era quase sua fala padrão já que boa parte de seus dias era daquela forma, afinal, quem mandou ser procurado? De qualquer forma, enfim havia voltado a sua nave e sabendo que uma patrulha provavelmente iria ser iniciada, bateu bem de leve nas mãos de Llyani para ela solta-lo*

-Chegamos, a missão não foi como esperado só que pelo menos conseguimos mais coisas para a Ordem. *Disse e abriu o HUD onde estavam as fotos dos mechas tiradas pelas memorias de Cody e pelo visor do elmo de Heylel, agora haviam ainda mais provas de que a Aliança estava fortemente armada e preparada para vencer a guerra, aquilo seria de suma importância para futuras negociações com o lado pacifista*

-Embora eu não seja um espião, até que fui bem em coletar informações, bem, vamos, por mais que não tenha sido um completo sucesso você fez sua parte então irei cumprir a minha, iremos para Tuntau. *Sendo algo que Melroa odiava, o Kroyvisiano ali não percebia direito emoções alheias e por isso não percebeu o silencio e calma esquisitos de Llyani. Através do piloto automático, a moto do rebelde foi sozinha para dentro da nave e agora de volta ali ele seguiu até o volante para poder dirigir começando a ativar tudo que faltava para então decolar através da rota segurada mostrada por Sirius mais cedo*

Após o longo silêncio, Llyani apenas bufa e segue o ciborgue. Aparentemente ninguém os segue na redondeza, e dentro da nave Miyano continua com os downloads da lente. Essa, por sua vez, ainda torna audíveis as manobras da Aliança à procura de Heylel.

— Suporte aéreo se aproximando do raio de busca. Não podemos deixar que os suspeitos escapem! — Incentiva a mulher do outro lado da escuta.

A mestiça posiciona-se longe dos outros, ainda emburrada, mas certamente mais pacífica. Certamente achou que seria abandonada em Gradopolis e agora, por mais que não compactue com os propósitos de Heylel, ela o respeita. Miyano, através de seu conhecimento, sabe que aquele visor precisa estar conectado à rede central da SIDA para funcionar daquela maneira, e provavelmente o download vai parar quando deixarem o planeta.

Sistema escreveu:

Download de dados: 32%

A criança, já entediada com a longa espera, decidiu alertar Heylel caso ele levantasse qualquer suspeita para nave - já que ele parecia estar bem próximo de fazer isso -, uma vez que todo o trabalho seria em vão se tivessem que fugir repentinamente do planeta. Como o visor estava diretamente ligado à SIDA, perderiam a conexão assim que deixassem o local.

Deveria arrumar um dispositivo melhor para não ter tantos problemas com arquivos mais pesados, especialmente por que era a única utilidade da criança, mas não queria incomodar Heylel com um pedido desses. De qualquer maneira, o albino estava ocupado tentando... hm, sobreviver?

Além do mais, Heylel parecia ansioso para partir o mais breve possível.

-32%. - Falou de maneira lenta e automática, como que se concentrando na informação que viria logo a seguir. - Se deixarmos o planeta sem finalizar o download, perderemos todo o progresso...

*Estando pronto para sair de lá, Heylel ouviu o que Miyano tinha a dizer e apenas suspirou pesadamente, poderia sair dali? Sim, mas tudo seria em vão, ou não no caso, já que ter acesso a todos os registros da SIDA só seria importante para o menino mesmo já que aquilo ajudaria com o assunto envolvendo a insignia, ainda assim, sentia que deveria fazer aquilo já que o próprio disse que era algo importante para si*

-C-06, sua missão é tirar Llyani, Miyano, Rex e até mesmo o Cody daqui quando ele voltar, se voltar quando o arquivo chegar a 100%. *Se levantou da cadeira, ajeitou o visor e começou a caminhar para se retirar da nave e mesmo sendo apenas um robo, o maior ali ficou sentido com a decisão de seu jovem mestre*

-Mas senhor, não podemos deixa-lo aqui, isso seria suicídio, sua mãe... *O albino levantou a mão para o androide se silenciar, colocou a capuz sobre a cabeça e ajeitou sua protese que mais parecia seu braço de verdade e seguiu caminho para sair da nave*

-Não importam os ditos hipócritas de minha mãe já que ela faria o mesmo, Miyano, quando dar 100% avise para que C-06 os tire daqui e os leve para Tuntau cumprindo a parte do acordo, eu não vou voltar, mas todos vocês precisam estar seguros, ENE, repasse todos os arquivos salvos por mim e por Cody para a central dos Cavaleiros, enfim, estou indo.*Não iria se despedir ou tornar aquele momento devidamente melancólico, sabia que suas chances eram baixas, não tinha duvida, mas pelo menos iria durar o suficiente para aquele downloading ser completado. Seguiu até a moto e mesmo querendo impedi-lo a maquina ali presente nada podia fazer, afinal, tinha que seguir as ordens*

Ao longe, Heylel poderia ver uma nave que emite uma forte luz abaixo de si sobrevoando Gradopolis a sua procura. No solo, viaturas rondam a área seguindo um mandato de busca de acordo com sua descrição física, ao mesmo ritmo que a coordenadora através do canal de chat por voz continua a coordenar o rastreio.

Llyani parece ligeiramente apreensiva com a situação, mais com seu destino do que com o de Heylel. Apesar de agora tê-lo como um aliado em potencial, sente uma insegurança difícil de se explicar quando o assunto são os oficiais da Aliança. Aquela situação toda apenas a desperta uma vontade que até então era inexistente de saber mais sobre seu passado.

A nave de busca continua rondando o bairro e em breve estará logo acima do prédio sob o qual o grupo se encontra. A noite escura de Gradopolis impede que eles sejam vistos naquela distância, mas é uma questão de tempo até que sejam encontrados.

Sistema escreveu:

Download de dados: 43%

Miya já balançava as perninhas apressadamente, claramente ansioso com a lentidão da transferência de arquivos.

Entendia que a pressa de Heylel poderia significar que ele estava sendo seguido, e a única coisa que o segurava naquele planeta era o fato de Miya estar invadindo a central de dados da SIDA.

E quanto menos tempo tinham, mais o download parecia demorar. Heylel parecia estar disposto a ganhar tempo sozinho.

Era arriscado demais, aquelas informações não valiam a vida de Heylel.

Miya engoliu sua saliva, soando frio. Realmente queria as informações, mas se isso fosse colocar o albino em risco... era simplesmente um preço caro demais a se pagar.

- Não, Heylel. Esqueça isso, não vale o risco. - Declarou firmemente, apesar de claramente receoso. Era bem óbvio que a criança não queria abandonar aquela oportunidade, mas acabara por fazê-lo. - Vamos logo embora. ENE, você consegue copiar os arquivos já baixados e transferir simultaneamente até que o download cesse?

*Heylel seguia e subia na moto e apenas olhava para Miyano por cima de seu ombro, o albino sorria fino para o garoto e nesse momento a nanotecnologia de sua armadura agia fazendo o elmo se formar sobre a cabeça ocultando de vez o rosto. As luzes azuis acendiam e o rapaz então acelerou e saiu de lá tão rapido quanto fez para chegar ali e agora em seu lugar, C-06 seguia a ordem fechando o veiculo e começando a coloca-lo para decolar para saírem dali tal como foi pedido pelo líder*

-Desculpa Miya, mas não se preocupe, a mãe vai cuidar bem de você, melhor do que eu jamais cuidaria. *A mensagem de voz veio pelo comunicador do garoto antes do sinal parecer ser cortado, ao que parecia o próprio Heylel tinha feito aquilo para quem sabe não ser convencido do contrário quando já estivesse la fora e assim cumprindo suas ordens o androide levou o pessoal embora enquanto o piloto segue para sobre um prédio deixando sua moto pra trás, ela que graças a I.A segue outro destino, ela provavelmente seria usada mais tarde, só que agora iria apenas atrapalha-lo*

-... *No alto daquele imóvel, o atirador apontou sua arma para a nave que estava por ali sobrevoando e atirou bem onde estava a "luz" que a mantinha em vigilância olhando cada canto daquele bairro e depois de fazer isso ele simplesmente corria em direção a ela, saltava, executava um hookshot em sua parte inferior a usando como "trampolim" para chegar no outro prédio e então seguir correndo mesmo sem botar muito esforço para que ela o acompanhasse indo em sentido contrário da nave que estava indo embora*

Parou por um breve momento e analisou a mensagem que havia recebido. Torceu o lábio de leve, mas logo em seguida, permitiu que um breve sorriso se manifestasse. 

- Então tudo está certo. Os assuntos aqui parecem ter sido resolvidos. - Ele disse, enquanto despedia-se de seu filho com um gesto rápido e sem muita pessoalidade. Com menos pessoalidade ainda girou sobre o calcanhar aos oficiais ali presentes e com uma humilde reverência, agradeceu-os por seu serviço e retornou ao seu mecha. 

Aguardou o afastamento da escada de suporte e dos demais aparelhos de infraestrutura relacionados ao estacionamento do grande robô, assim como também esperou que os funcionários da área dispersassem-se pacientemente. Então, tratou de ligar o grandioso mecha e rapidamente ascendeu aos céus, direcionando-se à Base Militar de Gradópolis, onde poderia guardar o mecha em seu local apropriado e de onde direcionaria-se ao centro do Conselho.