Buraco negro - Vumihe Boik

Olhei pelo canto do olho para Heylel, observando sua reação. Desviei minha atenção por alguns segundos, me virando para olha-lo. ㅡ Você não confia em mim, não tanto quanto gostaria. Não te culpo. Melroa, Celes, não me importo com quem acha que sou. Não precisa se abrir pra mim, não agora que é tarde demais. Eu disse aquilo porque se for preciso, use isso a seu favor.

Só terminar de falar ouvi o barulho. Virei minha cabeça de forma brusca para encarar a tela. Mas não deu tempo de ver muito. Só o pequeno buraco feito na porta. Nas duas portas. ㅡ Heylel, pegue as crianças e fique a espera na sala médica. Quando eles chegarem ao Hall leva-as para a nave. Está em piloto automático.

Naquele momento, mesmo a beira de um colapso mental, a única coisa que conseguia extrair ternura e preocupação de mim eram os gêmeos.

Estava prestes a confirmar com Ale'ek quando tomou um susto com a ação do homem que sequer se comunicava com os dois, olhando na direção dele completamente alertada.

— Bom, acho que nossos planos de entrar com calma foram anulados, então... — Murmurrou vagamente, de forma arrastada enquanto ia se levantando. Em movimentos rápidos, escondeu novamente a faca em sua calça e retirou a pistola de seu corpo, que estava escondida um pouco abaixo da região dos seios. Engatilhou a arma, segurando-a com as duas mãos e apontando-a para baixo. — Esse cara é doido. Mas vamos ficar bem, né capitão? As suas ordens. — Definitivamente adorava aquele apelido.

*Seguia observando o dito irmão de Melroa nas cameras estando bastante atento a seus movimentos e quando este sacou da arma e atirou o albino simplesmente ficou pasmo com aquilo que havia atravessado facilmente duas blindagens como se fosse nada. Serrou os dentes e punhos, que diabos de arma era aquela*

-Conversamos sobre isso da confiança depois, ok? Não tem essa de tarde demais, e vai por mim quando digo que temos muito o que conversar. *Olhou sua manopla vendo a mensagem de Ellora e Nelai que seguiam vindo mesmo contra suas ordens. Pensou no que responde-las sabendo que ele querendo ou não elas viriam, então respirou fundo... Tinha que tirar aquele trio da garagem para ser seguro para elas*

-Não dá, o estado de Maya piorou e ela se mantem viva conectada a aparelhos, não tem como tira-la da sala sem fazer uma extração do comodo levando todos os aparatos junto e por isso Jubo está lá monitorando para caso aconteça algo súbito com ela já que seu quadro é um mistério total do porque aconteceu. *Falava baixo e próximo dela para Miyano não ouvir e se preocupar com isso. Aproveitando da proximidade, ele voltou seu olhar para a tela sem se distanciar notando aquele homem observando pelo buraco*

-E eu não vou deixa-la aqui sozinha indo embora, esqueça isso. *Apoiou com leveza uma das mãos no ombro dela e notou algo diferente si mesmo. Ergueu o palmo novamente e percebeu que estava tremendo e sorriu por isso, um sorriso forçado... Nunca havia lidado com alguém que demonstrava tanto perigo*

-Ele está de peito aberto para nós, está brincando conosco e por mais que eu tente ignorar isso, meu instinto está gritando por dentro. *Serrou o punho e sentiu um leve suor frio descer pela nuca, respirou fundo buscando se acalmar, o perigo era maior do que pensou então teria que realmente usar todos seus recursos, tinha que ser esperto, mas e se nem mesmo isso fosse o suficiente?*

Fiquei encarando sua mão trêmula, enquanto duas versões oposta de mim diziam o que fazer. Talvez por ter mencionado Maya eu tenha baixado a guarda. Segurei sua mão, usando minha mão humana. ㅡ Hoeu é meu problema. É minha culpa que a estação foi rastreada. Eu pretendia lidar com isso sozinha desde o começo. Mas não se engane, eu não pretendo morrer, de novo. Não ainda.

Soltei sua mão assim que terminei de falar, me virando pra tela. ㅡ Eu sei quem pode ajudar Maya. Encontre Burnes em Gradopolis e diga a seguinte senha. Eu não sei se ele vai responder a minha senha em outro corpo. Mas vale a tentativa.

Enviei o código de 5 números usando minha manopla. Então levei o dedo ate o comunicador de novo. ㅡ O inimigo está avaliando o campo, fiquem atentos. Evitem uma arma pequena que está com o homem maia velho. Não fiquem em sua mira. Por enquanto é isso.

Hoeu vê tudo que é possível na penumbra. Após alguns segundos analisando não só a estrutura da base mas também seus oponentes - que certamente não estão ausentes pela presença de outra nave na garagem - ele sabe que eles o temem por não aproveitar de sua vulnerabilidade. Analisar o comportamento do inimigo é importante para o andamento da missão.

Diante daquela situação, o sicário levanta uma vez mais o corpo e faz um gesto casual e simples: bate na porta tranquilamente solicitando a entrada.

*Aquele velhote maldito realmente tinha ligação com Melroa, mas não quis unir os pontos e confirmar algo que já havia o enraivecido a dias atrás, agora era tudo novo, ele mesmo já não era mais o mesmo e por mais que antigamente quisesse o cadáver putrefado daquele agente queimando em sua lareira, isso eram águas passadas... De certa forma*

-Nosso problema, se decidiu voltar a ser Melroa e ajudar Vumihe você retornou para a Reconquista e como tal faz parte da família, eu já disse que não vou embora daqui sem vocês, pode esquecer isso de vez, é meu dever ajudar e proteger todos vocês.*Tinha que pensar no que fazer e estava trabalhando nisso enquanto falava... Ele não era bom com isso, não em ficar parado por muito tempo apenas matutando ideias que incluiam outros assuntos que o faziam fazer uma careta indicando desconforto, aparentemente aquela era a unica forma que via de ajudar Mayana, mas veria isso depois. O bater na porta o tirou de seus devaneios voltando o olhar para a garota, o que ela iria fazer em relação aquilo? Era seu irmão ali afinal, praticamente pedindo para entrar*

Tudo teria ocorrido bem. Se não fosse por aquela maldita palavra uma barreira dentro de mim pareceu explodir. Talvez por aquelas palavras me parecerem tão familiar. E ao mesmo tempo tão debochadas. Vesti uma máscara de fúria que até então estava guardada dentro de mim. ㅡ Família? Eu nunca fui parte da sua família, Heylel. Não como você pensava. E não é agora que farei. Por favor continue pensando em mim como a vadia fraca e traidora. Trabalhamos melhor assim.

Coloquei o lenço para tampar minha boca e puxei o capuz com mais firmeza pra ocultar o rosto e então parti para fora da sala. Com alguns breves comandos abri a segunda porta, deixando eles presos na garagem, mas podendo me ver perfeitamente. Me mantive atrás do risco da porta, pronta para fecha-lá. ㅡ Syrah. Piper. Jerad. Diga, irmão, estou te dando uma última chance de honrar nossos irmãos mortos. Renda-se. É meu último aviso.

Mais uma vez, Hoeu tensiona-se por um instante ao tentarem usar a figura de sua irmã falecida. Pensava em ser piedoso de início, mas desistiu da ideia ao ser confrontado com o golpe baixo por parte dos rebeldes. Já não há espaço para brincadeiras após aquele sucessivo desrespeito.

Ele desliza os olhos para Ale'ek e, com uma piscadela sugestiva, indica a granada de som que ele carrega. Em seguida, aponta com o queixo para o buraco que fez na porta.

Ainda em posição vulnerável, apanha seu dispositivo pessoal e envia a mensagem para iniciar derradeiramente o confronto.

Ϟ escreveu:

Abra a porta. Estão mais dispostos a se divertir do que a negociar.

⑇ escreveu:

Vou abrir, mas não faça besteiras. Precisamos descobrir a posições de novas bases, e uma pilha de cadáveres não pode nos contar isso. Priorize a guerra e não a batalha.

E então, em um comando remoto, as grandes portas que separam a garagem do largo corredor de acesso começam a se abrir.

*A expressão de Heylel não podia ser a pior possivel naquele momento para Melroa. Voltou sua atenção para Miyano, abaixou-se frente a ele e o disse algumas coisas e apontou para trás para que ele seguisse o corredor para outros cômodos, já ele olhou sua manopla e digitou algumas coisas ali que mais pareceram comandos já que a escrita não era convencional*

"-Modo manual desligado." *Depois disso ele seguiu atrás do menino que já estava bem mais a frente seguindo com seus digitares ali comandando seu Familiar por texto pedindo para ele simular ainda estar no manual, afinal, a conexão entre ele e Melroa seguia graças o item usado por ela, porém, ele deveria seguir outros comandos para ajudar naquele conflito usando do controle movél que tinha consigo para manter Jubo e Mayana trancafiados naquela sala enquanto ele saia*

"-De acordo com as regras de arquitetura, corredores possuem no maximo 5 metros, todavia, considerando essa ser uma Sede Espacial os corredores devem ter por volta de 15 a 20 metros então calculando uma linha reta da garagem para o armazem a base possui em torno de 80 metros de comprimento, isso ignorando a largura e tudo mais" *Aqueles comentários de Cody vinham escritos para si e com eles também vinham imagens daquela base sinalizando seus corredores e tudo mais e nisso o homem seguiu comandando os outros membros do time para uma distancia ideal onde poderiam estar seguros preservando a precisão*

-Ou seja, será perfeito. *Disse enquanto sua mascara negra se fechava e então seguiu até ultimo extremo da base junto a Miyano e Cody que saia do corredor logo em seguia e os três seguiam andando juntos. Ao chegarem ali, o androide já sabia o que fazer para ser útil a seu mestre que se abaixou aproveitando-se da escuridão para mirar com seu rifle de precisão nos alvos distantes, afinal, ainda eram 80 metros de distancia*

Spoiler:

Amy simplesmente respirou fundo, cruzando os braços ainda com a pistola em mãos enquanto observava Ale'ek jogar a granada, dando um breve passo atrás de antecipação.

Nada. Nenhum ruído. Nenhum sinal de arrependimento. Minhas mãos estavam fechadas e meus ombros tremiam discretamente pela força que fazia para engolir o choro. Mas meu drama pessoal foi deixado de lado quando vi as portas de abrirem. Senti meu corpo ficar frio como um defunto enquanto dava as costas e começava a correr para dentro do Hall. Ouvi o barulho de algo sendo jogado e de imediato joguei meu corpo no chão enquanto erguia a manopla e tentava reassumir o controle das portas.

Para minha decepção parcial, mantive controle só das menores. Levei a mão até o comunicador em minha orelha. ㅡ Atenção o inimigo tem acesso aos corredores principais, mantenham-de nas ramificações. Ao meu sinal as equipes indicadas atacam, por enquanto fiquem atentos.

Com um suspiro, desliguei e fui para o canal privado com Heylel. ㅡ Foque na menina o no outro, por enquanto deixe Hoeu comigo.

A explosão da granada de som é suficiente para atordoar e afugentar qualquer emboscada armada no corredor, e dá espaço para que o sicário adentre a área tranquilamente.

Agora com uma visão mais clara, ele caminha pelo espaço e faz o reconhecimento da área ao seu redor. As ramificações podem tornar a operação mais complicada e dar ao inimigo a vantagem geográfica, mas Hoeu não parece disposto a explorá-las uma vez que o caminho retilíneo já o leva ao destino.

Com a mão repousando no coldre da arma presa à cintura, avança sem pressa pelo perímetro rumando o hall principal. Seus olhos vasculham o ambiente em busca da figura que imitava há pouco sua falecida irmã.

*Recebendo aquela mensagem em sua caixa de mensagens pessoais, Alcatraz seguia parado mirando em seu inimigo mudando a posição para ficar mais escondido buscando cobertura na lateral da entrada aberta ficando deitado e por estar muito escuro, sem luz, sua arma e ele ficavam bem escondidos com ele até mesmo desligando a luz de suas lentes para se manter encoberto. Mudou seu alvo para aquela garota que era a unica exposta já que o outro estava escondido e Hoeu, por enquanto, não era um alvo a ser considerado*

-A garagem será esvaziada, com isso as meninas podem chegar e dar a volta pelas ramificações, isso.... *As ordens de Melroa eram as mesmas que Heylel havia repassado, era incrivel como os dois pensavam parecido quando o assunto era estratégia, enfim, seguia ali quieto esperando o momento certo para atirar, afinal, não queria desperdiçar aquela chance*

-Cody. *Alertou seu Familiar que pegava uma granada de atordoamento e uma seringa especial de seu mestre ficando armado com ela para usa-la caso necessário ficando atrás da parede que estava sendo usada de cobertura pelo Kroyvisiano, ou seja, estava fora de vista por enquanto e dali aplicou uma nele com tudo cravando os espetos daquela ampola no ombro dele fazendo o liquido azul escuro descer pela corrente sanguinea do mascarado*

Spoiler:

Ainda no chão, me virei para ver o corredor. O pior erro que cometi. Novamente o pesadelo que me assombrava por anos apareceu. Eu deitada no corredor da nave, moribunda, e a visa o embaçada de alguém se aproximando. Pisquei algumas vezes enquanto me levantava, deixando o capuz que cobria meu rosto cair para trás. Encarei a figura do meu irmão vindo até mim.

Daqurla vez eu não precisava de ajuda pra levantar. Fiquei com as pernas separadas, pronra pra esquivar daquele tiro, mas ao mesmo tempo peguei o rifle e ergui em sua direção. Meu coração batia como nunca. Novamente me via dividida em apenas acabar logo com aquilo e continuar tentando entender. ㅡ ...

Eu não conseguia falar. Estava com medo de desmoronar como fiz com Heylel. Eu ainda não estava segura o bastante.

Inicialmente, o sicário apenas adentra o grande hall e o visualiza com esmero. Ele parece observador, metódico e calculista. Depois, dá uma singela piscadela para Melroa, apenas para aproximar-se do painel de controle e observar a posição das câmeras. Agora mais próxima esta pode ver o item mencionado pelo Administrador: uma dog tag presa ao seu pescoço com um colar.

Então, toma um instante para utilizar seu technophone para enviar uma mensagem àqueles que estão em missão consigo e ainda não avançaram. Na mensagem, ele mapeia o que conseguiu avistar até então da estação. Informa sobre as ramificações dos corredores, diz que as portas estão fechadas e que há um hall principal no centro da estação. Lá está o painel de controle, e por enquanto ele só havia avistado um soldado. Relata também a posição das câmeras que pôde identificar na garagem e no corredor.

Por fim, sugere que desabilitem o sistema de monitoramento e tentem hackear as portas que dão acesso as alas do corredor para descobrir se escondem alguma coisa lá. Sabe que ⑇, de onde está, não conseguirá controle preciso o suficiente para invadir um sistema pequeno como aquele.

Agora que seu relatório inicial está completo sem dificuldades, Hoeu continua seu caminho pelo interior da nave e segue em direção à estufa.

*Como uma estatua solida feita da rocha mais bruta, Alcatraz seguia ali mirando vendo com perfeição através da lente de sua sniper, afinal, a distancia minima era 120 metros, então para ele era como estar frente a frente com seus adversários, quase que respirando cara-a-cara*

-Modo de restrição Airgetlam 6-1-6 desativar, ativando sistema Jarngreipr Breaker. *Um fino sulco circular surgiu nas costas da mão de protese do Kroysiano começando a girar uma especie de botão que se erguia no meio daquele circulo onde o sinal "616" surgia também girando devagar. Discretas correntes elétricas começaram a surgir no implante seguindo para o rifle de precisão que começava a ter seu projétil tomado por aquela carga*

-Parece que o tal do Hoeu ta recebendo ajuda da Melroa, o que faremos? *Seguindo parado mirando em seu alvo que seguia se aproximando, o olhar apenas se estreitou mostrando desconforto com a situação. O androide seguia observando o sistema de câmeras através de sua conexão com a rede obtida por aquele aparelho movel que seguia controlando tudo, isso sem contar seu acesso a base por ser uma I.A, assim sendo, viu quando aquele homem mexeu em tudo e seguia adiante*

-Me da mais uma injeção, vamos tentar resolver isso sozinhos como nos velhos tempos. *Comentou se perder seu foco no alvo que voltou a ser Hoeu que seguia aproximando-se, não podia se dar ao luxo de errar e por isso o nervosismo seguia batendo mais forte naquele medo a ponto de serrar os dentes quando o androide o aplicou uma nova injeção dessa vez quase que no centro de suas costas*

Spoiler:

Meu coração batia tão rápido a cada passo que ele se aproximava que quando ele finalmente chegou achei que fosse entrar em processo ds combustão espontânea. O encarei, atordoada, enquanto ele olhava ao redor. E só notei o aue fazia tarde demais. Digitei uma mensagem para Miyano tentar segurar o sistema enquanto eu mesma o fazia também. Apaguei a tela para que ele não visse mais do que deveria também.

Mas eu não tinha tempo. Corri para ficar a sua frente, encostando a ponta da arma no seu peito. Minha não mecânica, escondida pela luva, segurava o cano enquanto a humana tremia no gatilho. ㅡ Qual o seu problema? Hã?! Pretende me fazer de idiota por quanto mais tempo?! NÃO HAJA COMO SE AINDA ESTIVESSE POR TRÁS DE UMA TELA! EU ESTOU AQUI! NÃO ME IGNORE COMO FEZ POR TODOS ESSES ANOS!

Quando o cano frio da arma aproxima-se do peito do sicário, algo inesperado acontece: ele o atravessa. A colisão, inclusive, causa algumas ligeiras distorções como se Melroa tentasse atravessar um holograma - muito bem programado e extremamente realista.

A imagem vira-se para ela sem pressa com o mesmo sorriso sarcástico estampado nos lábios finos. Com mais uma piscadela, ela despede-se antes de desfazer-se diante de seus olhos.

A sala está em silêncio absoluto mais uma vez. Não há sinal de Hoeu.

*Mantendo-se focado, o mascarado até mesmo diminuia o ritmo de sua respiração para ficar ainda mais encoberto embora seu coração estivesse acelerando cada vez mais conforme seu inimigo ia se aproximando despreocupadamente, era como se estivesse brincando consigo tendo avida certeza de que não seria acertado por nada, nem ninguém, o apice da confiança*

-Mova os soldados pelas ramificações para terem acesso a estufa, é preciso interceptar o inimigo. *Com o bom e velho "Sim senhor", Cody seguia controlando as portas por dentro abrindo caminhos para os soldados poderem se reposicionar, claro que depois ele trancava e tudo mais. Ao notar a gritaria que seguia pelos corredores não sendo preciso ouvir pelo sistema de vigilância, o Familiar não pode evitar de comentar*

-Acho que é por isso que a Melroa é tão esquisita, sabe, aparentemente ela teve muitos irmãos que se foram e o talvez unico que lhe resta a trata como um monte de nada... Agora da para entender o porque ela ficava louca quando você a deixava para trás se expondo ao perigo, você em algum momento foi tudo o que ela não teve, Boss, você já pensou em fazer algo a respeito disso? Acho que deveria. *Como uma maquina, ele conseguia analisar de forma mais fria o comportamento alheio apenas respondendo a algoritmos não tendo então nunca uma conclusão e sim sempre um auxilio de pensamento tal como fez com Bhailin e Renard*

-Esse não é o momento mais indicado para filosofar e fazer analises psicologias, Cody.*O sintético ergueu suas mãos tipo "Ok então" e seguiu olhando as câmeras para ver como tudo estava indo. Ainda nervoso pelo temor que tinha do SHADOW, o Kroyvisiano suava frio e dava uma breve suspirada, ele não podia errar aquele tiro e com Melroa frente o alvo ficava ainda mais complicado mirar, nunca, em hipótese nenhuma poderia acerta-la*

-Whata ta hell?! Aquilo era um holograma o tempo todo? Mas quando esse porra ativou aquilo?! E não pode ser, ele bateu na porta, ele atirou com uma arma, que tecnologia insana é essa?! *Naquele momento o Atirador se lembrava de quando estavam na sala de monitoramento, em nenhum segundo Melroa tirou os olhos de Hoeu, e ele também não... Como não viram aquilo? Não, aquilo havia sido usado antes dele entrar ali, mas como um mero holograma conseguia tocar nas coisas, avaliar situações? Algo não parecia certo*

-Talvez não seja tecnologia...*O capitão lembrou-se de seus treinamentos com alguns membros da Tropa da Virtude onde um em particular era tão veloz que deixava after-images de si mesmo para trás graças sua movimentação estupenda e se fosse esse o caso, aquilo era muito pior do que pensava. Seu parceiro seguia aos arredores por medo, sim, medo mesmo sem uma maquina do adversário estar ali já, em algum lugar*

Spoiler:

Tropecei alguns passos ao passar pelo holograma. Virei a tempo dé vê-lo de desfazer enquanto processava a informação. Imediatamente fechei as portas dos corredores, caminhando até onde Heylel estava.

Com um olhar sombrio fixo a minha frente, levei uma mão até o comunicador. ㅡ Perdemos um inimigo de vista, fiquem atentos.

Enquanto caminhava até o armazém, retirei o casaco, jogando-o de lado no chão e arrumei o comunicador na minha orelha, falando com Heylel. ㅡ Viu aquilo? Era uma distração. Hoeu tem outro objetivo.

*Devido Hoeu ter sumido e Ale'ek estar oculto, restou apenas Amy como seu alvo de foco para não ter desperdiçado todo aquele tempo, uma pena, não queria usar aquilo nela só que isso parecia ser o unico jeito. Cody seguia ao lado de seu mestre observando os arredores, suas luzes piscavam alterando a cor de azul para amarelo e para vermelho mantendo essa oscilação devido suas emoções conflitantes*

-Resolvermos sozinhos né? Como nos velhos tempos né? Deus, isso não nem perto dos velhos tempos, nunca enfrentamos alguém tão perigoso e bem treinado, deveríamos sair daqui. *Quase que abraçado a granada que tinha consigo, ele seguia ali em sua vigia. Sem saber onde seu inimigo maior estava, aquilo preocupava Heylel a ponto dele ficar em silencio por vários segundos que pareceram um século para o sintético que seguia esperando a resposta*

-Se eu quiser um dia fazer frente a Ellaya que é o auge da habilidade Kroyvisiana eu preciso ser capaz de lidar com um SHADOW, não é atoa que não pedi para Bastião voltar, esse momento é necessário para que eu prove meus valores aos outros, minha coragem para o Centurião, minha habilidade para Bastião e meu controle para a Sacerdotisa, eu nunca poderei ser um deles se não tiver ao menos esses 3 requisitos em ordem... Esse momento é necessário para minha transição e se eu morrer por isso, então eu nunca mereci nada disso vindo deles, nem mesmo delas, Ellora e Nelai. *Quando as portas maiores foram fechadas por Melroa, Alcatraz perdeu todo seu alvo suspirando pesadamente e se erguendo devagar já que estava deitado. Ligou os leds de seu elmo expondo os olhos azuis do capacete e abaixou a sniper, naquele momento não havia mais foco em alvo nenhum, porém, a garota podia notar a luz vindo dos sulcos da protese do Kroyvisiano em um azul vivido, praticamente neon e poderia estranhar aquilo, talvez*

-Seja o que for, ele conseguiu me distrair, talvez já tenha me notado aqui, eu não sei ao certo.*Com o mestre de pé, o Familiar também se ergueu e até mesmo em seu comportamento estava nitido os receios já que ele estava todo amuado, quase que encolhido mesmo estando de pé*

-Vocês dois tem algum plano né? Me digam que sim, porque cara, se aquele homem é uma Sombra mesmo, ele é tipo, a elite da elite da Aliança, mesmo o Boss sendo habilidoso ele ainda não é tão forte, vocês tem certeza que não querem ir embora? A garagem ta meio desocupada agora, é só pegar a nave e vazar, sabe, sei la, sigam a vida de vocês, casem, tenham filhos, essa merda toda, sério mesmo que vale a pena morrerem juntos aqui? A troco de que? O que vocês ganham com esse sacrifício?*Mesmo sendo apenas uma maquina, o tom de Cody era pesado e amedrontado para preocupação de Heylel que nunca havia o visto daquele jeito, sim, já o viu ser meio covardão, mas naquele nível? Nunca se sentiu tão próximo da morte quanto dessa vez e por pensar no que deveria fazer para evitar maiores perdas, acabou não respondendo e sim apenas encarando o velho parceiro de lutas*

Spoiler: