Conflito entre criações

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Até mesmo o holocausto começou como uma ideia. Ideias demais trazem à tona a verdadeira origem do ser humano: uma criatura bestial, gananciosa e sanguinolenta.

O planeta Terra é sobrevoado por uma nave de modelo imponente e preenchida por tecnologia de ponta, que é guiada apenas pelo piloto automático. Dentro desta, está Valkyr, que a mando de seus superiores tem uma nova missão no planeta.

Ela pode ver o planeta azul recentemente descoberto pelo restante da galáxia se aproximar aos poucos. A aterrissagem é tranquila e ocorre próxima ao seu destino: a Silver Enterprise. A enorme e imponente fachada da empresa já está diante de si e o local parece estar em pleno movimento por conta do horário. Ainda é começo do dia e está no pico do horário de trabalho, então é a oportunidade perfeita para conversar diretamente com o dono da empresa, devido ao nível dos "negócios" que precisam ser feitos.

Todas as histórias que não tem um fim acabam voltando a tona uma hora ou outra.

Dor.
Sentia o objeto se apossando do seu próprio sangue, tomando-lhe os nutrientes que um dia deveria ter tido e se alimentando de sua força vital, brigando pela sua consciência e pelo controle de seu corpo.
No entanto, sabia que ceder agora significaria o fim.
Brigou pelos segundos mais longos de sua própria vida com o ser que agora ia sendo liberto dos cantos mais obscuros de sua mente, o monstro robótico que ansiava apenas por uma coisa: sua morte.
Mas, uma outra realidade ia tomando voz, uma outra identidade. Clamava por si, pela sua reação; dizia-lhe não ter o direito de fraquejar naquele momento. Implorava que prosseguisse, que não cedesse ao monstro que tentava roubar-lhe suas memórias, que vencesse. Talvez não tivesse servido de muita coisa fazer algo que ela mesma não aguentaria; de qualquer forma, já estava ali, e não podia ceder naquela altura do campeonato. Como lhe dizia o seu grande amigo — agora mesmo, na verdade —, não podia desistir do que sequer havia começado.

"Operadora, como está se sentindo hoje?"

[...]

O corpo metálico descansava na poltrona da nave, parecendo levemente irritado ao arremessar repetidamente uma adaga no ar, o cômodo em silêncio total. A única coisa que dava para ouvir era o respirar incessante e irritado da única unidade presente no lugar, que na verdade parecia mais com uma sala de luxo de um avião — bom, só que pra uma única pessoa — do que qualquer outra coisa, afinal as paredes transparentes davam uma bela visão de todo o universo, uma vista incrível.

"Operadora, estamos quase chegando na órbita do Planeta Terra. Temo que deva se aprontar logo."

— Obrigada — Foi a única coisa que saiu da máscara, uma voz baixa e estranhamente controlada que perdurou por todo o ambiente. A adaga foi arremessada com precisão em algum lugar do cômodo enquanto o corpo finalmente se movia, "desligando" a transparência das paredes assim que se levantou da poltrona e revelando um ambiente até que sem graça, mesmo com toda a sua mobília excêntrica, de paredes acinzentadas e totalmente diferente de antes, mais ou menos o que se esperava do interior de uma nave. O ser, denominado Valkyr, lembrava brevemente um gato em sua aparência e modo gracioso e de certa forma cuidadoso de agir, guiada pelas palavras do ser que estava dentro da sua mente ou do HUD que estava em seu rosto.
Uns momentos depois, já estava na garagem da nave acompanhada de suas duas "seguranças", esperando pacientemente pelo momento de descer. Permanecia pensativa por saber que, infelizmente, todos os seus movimentos naquele maldito lugar poderiam fazer tudo dar terrivelmente errado; naquele dia, ela vinha de forma pacífica. Assim que a porta da nave se abriu, a garota gato saltou para fora da nave, observando com certa curiosidade o brilho de sua visão diminuir a luz do sol. Inteligente de sua parte. De qualquer forma, não demorou muito para que ela estivesse se direcionando para dentro da empresa, o rabo robótico balançando atrás de si com certa velocidade, denunciando seu estresse. Sentia o olhar das pessoas em sua aparência e tentava ignorar aquilo no momento, concentrada em seu objetivo enquanto olhava ao redor, procurando encontrar algo que fosse ameaçar o seu trabalho.

"Não se preocupe, operadora. Estamos em um lugar aberto, não faria sentido começar uma luta aqui." Comentou o computador, notando a diferença de temperamento.

A Silver Enterprises, empresa que já se encontra há muitos anos no mercado com a criação de androides idênticos a seres humanos, fica no centro de Detroit, uma das grandes metrópoles terráqueas. Mais especificamente, no centro empresarial da mesma, que é extremamente tecnológico e movimentado por conta da quantidade de grandes indústrias perto. Mas diferente do que Valkyr está acostumada, a cidade é bastante poluída e até um pouco suja, tendo por si só um ar carregado que apenas por respirá-lo, já poderiam afetar os pulmões da menina gato e fazer com que eles ardam por dentro.

A fachada da empresa já está diante de si, enorme e imponente. Se trata de um prédio altíssimo, completamente revestido por espelhos escuros e acinzentados. Acima de si, um grandioso letreiro está aceso, com letras em neon vermelho: Siver Enterprises. A rua atrás de si está movimentada, com várias naves voando de cá para lá sem parar. Os olhares para si são de fato insistentes por conta do traje exótico, nunca tendo sido visto algo parecido anteriormente por aquelas pessoas.

A pessoa que parece mais intrigada, entretanto, é um segurança da empresa. Ele está parado ao lado da porta principal, que é automática e de vidro. O homem é na verdade um Iomarshiano, que a olha com mais interesse do que preconceito, como é visível nos outros olhares. Ele se aproxima um pouco da mulher, observando-a.

— Miau, prrecisa de ajuda gatinha? — Pergunta enquanto arruma o próprio terno de coloração escura, com seu forte sotaque.

"Alerta de choque. Presença não indesejada se aproximando."

Assim que ouviu a mensagem, o corpo se virou na direção do homem que se aproximava em um giro quase que perfeito, mas ainda assim especialmente esquisito, afinal um gato branco com dourado nunca deixaria de ser um gato branco com dourado. Uma rápida e pequena análise fora realizada pela IA que comandava aquela armadura, procurando pelo perigo e descartando a possibilidade no exato momento que ele começou a falar. Naquele momento, pôde-se ouvir um chiado de deboche vindo da IA, que aparentemente havia achado a situação muito engraçada (ou apenas estivesse com desgosto).

Por segundos — frações deles — ela analisou o que deveria fazer naquele momento. Talvez o homem fosse mesmo útil quando se tratava de falar com seu chefe, o que custava tentar? Não deveria julgar um livro pela sua capa, certo?
— Tenho... uhm... uma reunião marcada com seu chefe, preciso chegar até ele. Pode me levar? — Soltou após a sua "reflexão", o encarando. Os olhos por debaixo da máscara, mesmo que não desse pra ver, olhavam ao redor com certa inquietação, impaciente pela espera e por ter que lidar com pessoas no geral.

Sem dúvidas, o segurança demonstra atração pela figura misteriosa. Provavelmente seja por conta dos traços felinos de seu traje, uma vez que poucos Iormashianos habitam o planeta Terra. Ainda assim, lembra-se do seu dever quando Valkyr menciona seu superior.

— C-Caham, clarro, meu chefe. — Ele recompõe a postura. — Comprreendo, mas não posso te levar até ele assim. Digo, eu sou só um segurrança e não tenho autorrização parra resolver esse prroblema. Você prrecisa se dirrigir à Tina, a secrretárria deste Hall.

Ele aponta para a mulher, uma humana de meia idade que opera alguns computadores na recepção. Mas ainda não desistiu de seu flerte.

— Mas eu dirria que sou uma pessoa bem mais interressante! Se quiser, podemos marcar uma reunião também.

O desconforto em estar na presença daquele homem só aumentava conforme a conversa progredia, e para piorar, ele ainda não serviria para nada. Assim que seus olhos pousaram na mulher, a voz do homem ecoou pela sua cabeça, tomando um guincho assustado da garota gato, que disfarçou com maestria de imediato. Definitivamente não estava acostumada com aquele tipo de interferência, mas era seu chefinho e não podia reclamar, infelizmente.

— Certamente. Mas temo que não venhamos a ter outra conversa — Respondeu ao homem, parecendo um pouco pensativa antes de simplesmente dar as costas a ele, mudando drasticamente de atitude ao caminhar na direção da senhora. Felizmente, as novas informações mudavam bastante a situação, e ela já sabia exatamente o que fazer.

Assim que se aproximou do balcão, pousou as mãos de cada lado do computador, encarando a senhora com certa impaciência.
— Eu sou a Agente da Aliança Nºinsira um número aqui, Valkyr. Tenho um mandato contra o seu chefe e esta empresa e preciso entrar em contato imediatamente, esteja ciente de que ir contra as minhas ordens é ir contra a Aliança. — Bradou a garota gato, sentindo o seu pobre coração bater mais rápido com a adrenalina. Nunca havia feito algo do tipo antes e com certeza estava achando um máximo.

A secretária é de meia idade e os cabelos tingidos de loiro já mostram algumas falhas na pintura e denunciam seu grisalho natural. Ela arrasta pesadamente os olhos em direção à figura, desvencilhando-se só por alguns segundos de sua conversa no grupo de família.

Ao ver sua figura, porém, ela quase pula da cadeira. De fato, a aparência estranha de Valkyr chama a atenção de todos os funcionários deste hall principal, que observam-na de canto de olho. A tecnologia em si não é o mais impressionante e sim o contraste entre seu traje e os homens de terno que geralmente frequentam a empresa.

— S-Sim, senhora. — Ela pigarreia, apenas para fazer uma breve pesquisa em seu computador e confirmar a informação. — Dirija-se ao elevador central e liberarei a cobertura. O dono da empresa têm uma reunião em breve, mas deve ser adiada diante de algo grave o bastante para requisitar sua presença.

*Preparando-se para uma reunião de suma importância já sabendo com quem ela tinha haver devido o convite formal, o homem que cobria todo seu rosto e boa parte do pescoço com um elmo dourado bastante excêntrico ajeitava seu termo se olhando numa especie de espelho que mostrava todo seu corpo e notando que estava tudo em ordem simplesmente seguiu rumo sua imensa poltrona de CEO onde se sentou e uniu os dedos apoiando os cotovelos nos braços do assento. O espelho logo parecia entrar na parede sumindo de vista*

-Aquela mulher realmente gosta de um show, não é mesmo? Mas tudo bem dona Mascara, eu aceito o convite, espero me divertir. *Comentou liberando uma das mãos para apertar um botão em sua mesa abrindo um compartimento onde havia um pequeno cubo que se abriu em cima expondo uma bola de tênis, um item devidamente jurassico se forem assumir o século em que estão*

-Anotação mental... Nunca marcar duas reuniões pro mesmo dia, detesto atrasos. *Havia se organizado para aquele dia ser perfeito, porém, imprevistos podiam acontecer e bem... Não queria passar por um então teria que ser preciso naquela reunião. Jogou a bola no chão que quicou indo para a parede batendo nela e voltando direto para si que pegou e seguiu jogando num ritmo bastante harmônico*

-Mas quem sabe isso pode ser... Interessante.*Estando de lado para a mesa e por consequência para a porta de entrada e saida daquela sua sala na cobertura, Daniel apertava um botão na mesa sem deixar de ficar jogando a bola a fazendo quicar indo e voltando*

-Deixe nossa convidada subir, estou no aguardo em minha sala. *Comentou e tirou o dedo do botão desligando a chamada. Seguindo com seu jogo particular, o empresário olhava pela janela que por dentro era transparentemente o permitindo ver boa parte de toda a cidade numa visão panorâmica, inclusive, era notável um notebook hightech em sua mesa virado para ele onde haviam várias imagens do que pareciam ser as câmeras da empresa, assim sendo, foi dessa forma que ele viu Valkyr chegando e pelos traços de seu corpo supos ser uma mulher*

— Muito obrigada.

Por já ter feito uma breve análise do lugar, já sabia exatamente onde ficava o elevador a que ela se referia, se dirigindo a ele enquanto era seguida pelas duas mulheres fortemente armadas que a acompanhavam, afastando as pessoas que se dirigiam ao elevador naquele momento pelo susto. Conforme andava, um ícone de carregamento rodou no canto de seu HUD, como se estivesse procurando por algo.

"Procurando pelas câmeras presentes no lugar, Operadora. Todas roub- dominadas. Como tirar doce de criança, ha ha.
Gostou dessa brincadeira, operadora?"

Como se fosse algo de segundo plano em sua visão, Valkyr agora tinha a visão de todas as câmeras do lugar — e até agora se perguntava como o computador havia tomado aquela decisão sozinho —, e uma breve inspeção conforme esperava no elevador lhe revelou a posição de praticamente todos os soldados presentes naquele prédio, robóticos ou não. Não fez questão de bancar a burrinha, então simplesmente apertou logo no botão da cobertura e cruzou os braços, assoviando uma musiquinha amigável enquanto esperava que chegasse logo ao andar.
Assim que as portas se abriram, a garota irrompeu por ela, adentrando o andar junto com as duas mulheres que lhe acompanhavam, olhando ao redor. — Você já sabe por que eu vim aqui, não sabe? — Exclamara a voz robótica, visando o homem no centro da sala.

*De frente para a parede e de lado para a visita, o empresário seguia jogando a bola que quicava no chão, batia na parede e voltava para sua mão e seguia nesse ritmo mesmo quando a porta se abriu e três mulheres entraram*

-Podem me deixar a sós com a visita, estão dispensadas. *O indicador moveu sinalizando para as seguranças saírem elas que apesar de estranharem apenas seguiam já que aquele homem era um senão o mais excêntrico de todos os cosmos, logo, era normal ele agir de forma tão imprudente*

-Não sei os detalhes, está nervosa? Não é preciso, pode se sentar e relaxar, não vou abrir nenhuma escotilha com um botão secreto que vai te fazer cair 50 andares rumo uma piscina de espetos. *Virou a cadeira e jogou a bola na direção de Valkyr. A esfera felpuda quicou no chão e foi direto contra aquela figura que chamou a atenção do CEO, afinal, ela era tão esquisita quanto ele externamente, senão mais*

-Aceita alguma bebida, um lanche talvez? *Apertou outro botão na mesa a fazendo abrir e expor um outro cubo "transparente" que abriu em cima e de dentro o mascarado tirou outro cubo que também era um item jurássico para aqueles tempos, este que era todo colorido e tinhas suas cores misturadas. Daniel então começou a resolver o cubo mágico com extrema calma*

Uma risada descrente e robótica saiu de dentro do capacete da robô, que assim que as mulheres deixaram o lugar se sentou na poltrona que estava de frente para o homem, segurando a bola que havia sido jogada em sua direção sem sequer olhar para ela. Agora, a mulher arremessava ela de um lado para o outro entre as suas duas mãos, ouvindo o que ele falava.

— Sinceramente... esse tempo todo e você não mudou nada. — Conforme a fala ia progredindo, a voz ia mudando para algo mais humano, algo mais feminino. O capacete que cobria o seu rosto se retraiu para dentro da armadura e, de alguma forma, desapareceu, fazendo com que as mechas esbranquiçadas e lisas do cabelo de Rhys Larren descessem livremente para cobrir uma parte da armadura felina, os olhos rosados brilhando como uma lâmpada de LED enquanto o encaravam, um estranho e irônico humor rodeando as suas ações. — Dale.

A garota, agora finalmente revelada, arremessou a bolinha na direção do homem que resolvia aquele cubo mágico novamente e cruzou as pernas e os braços, se recostando na cadeira e tomando uma postura mais relaxada.
— Não quero nada pra beber, não — Respondeu a pergunta antes feita para si, lambendo os lábio inferior para umedecê-lo. Aquela seria uma longa conversa. — Mas que bela empresa você criou aqui, né? Pena que pra fazer ela precisou me roubar. — A amargura em sua fala era escondida por um toque de ironia que era quase impossível de decifrar, mas talvez não para ele, que já a conhecia a um bom tempo.

*Ficou em silencio resolvendo seu cubo mágico mesmo quando ouviu o riso daquela mulher, afinal, pensou que ela havia rido de sua piada sobre a piscina de espetos. Se manteve resolvendo aquela peça enquanto ouvia aquela voz que ia se alterando tomando um timbre cada vez mais familiar que o fazia mover os dedos mais devagar*

-Dale.*Comentou depois dela e resolveu o cubo, sim, precisou de segundos para aquilo. Ergueu uma de suas mãos pegando a bola de tênis que foi jogada em sua direção e na sequencia colocava o cubo resolvido sobre a mesa e a esfera felpuda ao lado permanecendo em silencio*

-Esse detalhe é mesmo bem importante... Não posso dizer o mesmo de você, está bem mais bonita do que da ultima vez que a vi, o tempo fez muito bem a você. *O tom de voz dele havia mudado totalmente, antes era algo que exalava cinismo, agora estava devidamente sério mostrando que aqueles 8 anos haviam mudado ao menos isso naquele homem que tinha sutis sinais de irritação em sua fala*

-Nada mal para quem deveria ser apenas um defunto, mas é como dizem, gatos tem 7 vidas. *Apertou dois botões de sua mesa que revelavam aqueles cubos "transparentes" e colocou os brinquedos que tinha pego dentro deles que voltavam a entrar de onde vieram. Depois ele apoiou-se melhor em sua poltrona, apoiou os cotovelos nos braços do assento e uniu os dedos frente o peito sem responder absolutamente mais nada permanecendo naquele clima sério*

— Muito obrigada — Ainda que agradecesse ao elogio, o seu timbre de voz não parecia lá muito sincero. Seus olhos não se desfocaram da estranha figura que o encarava, a tamanha frieza com que o encarava provavelmente sendo algo novo para o homem. — Fui muito boa não morrendo, não é? As pessoas me acham realmente admirável, hoje em dia. Uma pena que você não conseguiu.

— Eu poderia mandar você ir se foder, mas não acho que você mereça tamanha dádiva. Seria muito gentil. — Continuou a albina, movendo impacientemente o seu pé em sinal de irritação. A IA, mais conhecida como Tony, murmurrava algo como "Se acalme" em sua mente, mas fora completamente ignorada pela mulher. — E eu vou ter que ficar falando com você com essa cara, mesmo?

De certa forma, era libertador para si começar a ter aquela conversa. A traição sempre fora um tópico que lhe perturbava a cabeça, e acreditava que fora por conta disso que o seu chefe havia lhe dito para resolver seus problemas do jeito que preferisse; na verdade, estava se controlando para não voar no pescoço dele naquele exato momento, mas sabia que não deveria se rebaixar ao mesmo nível do seu antigo parceiro. — Falando nisso, onde está o meu Cody? O que fez com ele?

As memorias vinham fragmentos de 8 anos atrás onde a amizade com aquela garota a sua frente havia sido forte o bastante para compartilharem coisas um do outro, algo sincero que acabou quando ele teve que cumprir sua missão, infelizmente e agora pagava por isso com a frieza dela que sem duvida nunca havia sido assim consigo.

-Não acho uma pena, fiz o que fiz porque você se recusou a expandir seus horizontes, essa empresa poderia ser nossa, mas você preferiu abraçar seu notebook excêntrico e não dividi-lo com mais ninguém, o que eu fiz mudou o curso da humanidade e isso é o mais importante, porém, fico feliz que esteja viva, porém, me irrita saber que agora somos inimigos, lamentável. Abaixou suas mãos colocando elas sobre a mesa e seguiu observando a albina a sua frente que havia conservado bem sua juventude parecendo uma garota nova embora sua idade, caso estivesse se lembrando bem, beirasse aos 30 tal como ele. Acabou rindo brevemente com o comentário nada dócil dela.

-Essa cara? Ah, você quer ver meu rosto? Bem, diferente de você o tempo comigo não foi tão gentil, sem contar que andei brincando com certas coisas que não deveria, enfim, só um momento... Moveu o pescoço como se quisesse o estalar e agora seu elmo ia se retraindo numa velocidade considerável até expor totalmente o rosto daquele homem que chegou a suspirar pesadamente, aparentemente usar aquilo tudo na cabeça dificultava sua respiração e agora estava mais livre.

-Melhor? A proposito adorei a roupa, tecido justo, dourado, ficou bem sensual, eu particularmente gostei, porém, devo confirmar... Você não é algo da minha cabeça, é algo real pois caso não fosse estaria sem roupa e ofegando em cima dessa mesa, então me diga o porque depois de tantos anos veio visitar justo a mim, é só para saber do Cody? Se mudou de ideia e quer se unir a mim como socia da empresa, aceitarei de bom grado também, gosto de você Rhys, mas você é muito cabeça dura. Olhou para o lado ajeitando o espelho que tinha ao lado de seu notebook. Começou a se olhar nele como se fizesse muito tempo que não via o próprio rosto, chegou até mesmo a por a mão em seu queixo barbado sentindo os pelos com certo zelo, inclusive, sua voz agora estava bem diferente, bem mais humana e cheia de vida.

Spoiler:

— Ah, que ótimo. Agora eu sou a egoísta aqui, Daniel? — O nome dele foi pronunciado com total escárnio, o ultraje lampejando nos olhos incrivelmente rosados. — Que eu me lembre, você não conversou comigo sobre nada ou sequer tentou me convencer, nunca houve um "nós" para você. Caso tenha tentado, me perdoe, minha memória não é lá das melhores desde que o meu parceiro que eu infelizmente confiava tentou me matar e roubou minhas coisas. Incrível história, não é mesmo? E não se autointitule meu inimigo, nem isso eu tenho com você. Não somos nada.

Nada comentou sobre a revelação do rosto do homem, ainda que o observasse com certa curiosidade. Ele realmente havia sido completamente desgastado com aqueles oito anos, mas lhe irritava que aquele pirralho parecesse ser mais velho do que si no momento; talvez devesse agradecer por ter a genética boa, no final. Ainda assim, se sentia mais confortável em falar com ele assim do que com uma mosca intergalática.

Um baixo grunhido saiu dos lábios da albina quando ouviu a "brincadeira" e análise do homem, sentindo o seu rosto esquentar — e provavelmente ficar vermelho —, e dessa vez não era de raiva. Lamentou por alguns segundos não ter adicionado uma função de ocultar, mas sabia que uma hora ou outra deveria passar por algo do tipo; somente não achava que seria com ele.
— Por favor, não me faça querer atirar no seu pau de novo. E tenho certeza que dessa vez eu não vou errar se o fizer — Disse a garota, analisando a sala para não ter porque olhá-lo. — De qualquer forma, obrigada. Demorei para pensar no design, precisava ser perfeito pra mim; e olha que eu não achava que fazer algo do tipo fosse possível. — E novamente voltou a encara-lo quando qualquer resquício de vergonha sumiu de seu rosto, sobrando somente uma expressão serena, talvez um pouco triste por trás de toda aquela irritação. — Não lhe odeio também, mas temo informar que vim para fazer o exato contrário. Eu tenho comigo uma ordem da Aliança de que os serviços de sua empresa precisam ser parados neste exato momento, para um exame.

*Ouvir seu nome foi uma pontada sentimental de leve que o fez mover os olhos reagindo a isso, afinal, Rhys SEMPRE esquecia seu nome e o perguntava novamente e ele sempre tinha que responder com exceção dos últimos dias que passaram juntos, nele, por algum motivo que ele desconhecesse ela enfim se lembrou e não perguntou mais*

-Faz tempo que não escuto meu nome vindo da sua boca, que nostálgico. *Começou a pensar no que Rhys havia esquecido, pequenos detalhes, talvez fosse o tiro na cabeça que ela tinha recebido dele, uma certeza de que havia a matado... Então como ela estava de pé em sua frente? Pensando nisso ele observou que ela havia ficado envergonhada e acabou sorrindo demonstrando uma ligeira felicidade e gentileza*

-Eu não duvidaria do quanto sua mira deve ter melhorado em todos esses anos. *Riu de forma boa de se ouvir, ele parecia estar mesmo se divertindo com aquela situação e em seu olhar agora carregava uma sensação forte de nostalgia, algo tipico de quem visualizava um velho amigo de longa data. Daniel estava genuinamente feliz de ver Rhys de novo, apesar de tudo*

-Gosto do dourado, por isso meu elmo é dessa cor, mas... Acha que um traje sensual de gato combina perfeitamente com você? Olha, sempre te achei uma gatinha só que isso é um pouco longe demais, sabe? Ser literalmente uma gata. *Embora as falas da garota fossem algo incomodo para um empresário, afinal, era seu trabalho, seu lucro em risco, ele se mantinha bem humorado como se aquilo fosse simplesmente nada demais*

-Um exame é? Os Aliados sempre temerão a evolução da robótica e por isso implantes tecnológicos são proibidos com exceção de casos de dano ou perda de um membro, mas mesmo nesses casos os usuários são bastante mau vistos pela sociedade Aliada então é natural examinem para ver se está tudo sob controle, mas eu me recuso a cessar minhas maquinas para deixa-las serem examinadas por esses preconceituosos que vivem no século passado, a não ser... *Curvou o corpo para frente e ergueu as mãos com os dedos ainda juntos onde quase, apenas quase, apoiou seu queixo. Daniel olhava para Rhys sorrindo dócil a vendo mais de perto*

-Que você me peça, que seja um pedido seu para mim, ai eu abro mão, mas quero que seja algo seu, se quiser carimbar a intimação com um carimbo de gatinho para combinar com você eu posso providenciar um, que tal? Só me pedir, eu te dou, mas só se você pedir. *Apoiou o rosto numa das mãos, mais precisamente a direita, a esquerda apontou o indicador para a albina e ele abriu o sorriso batendo a ponta do dedo bem de leve na testa da garota*

Mais uma vez, Rhys nada comentou sobre o que ele dizia. Encarou Daniel se aproximar — e ainda aparentando estar feliz —, estreitando os olhos mas ainda assim não se movendo um centímetro sequer como se estivesse esperando para ver o que ele ia fazer; a testa se franziu quando foi tocada, um sorriso irônico e pequeno mais uma vez dominando as feições da albina, que não tirava os olhos do homem. E, tão rápido quanto chegou, a velha Rhys acabou se apagando e se perdendo mais uma vez naquele rosto bonito, com apenas um suspiro.

— Sinto muito, mas não vai ser possível. Sei exatamente como funciona cada um desses seus robôs idiotas e não estou muito interessada em mexer neles, embora meus superiores estejam completamente interessados em destruí-los. — A mesma frieza de antes estava presente em seus atos, como se fosse natural para ela agir daquela forma. — O que tenho é uma intimação e, caso você não queira concordar, será meu maior prazer lhe levar e vê-lo apodrecer em uma cela em alguma prisão intergalática, enquanto meu rosto é exibido em sites e mais sites dizendo que prendi o homem que destruiu a minha vida.

Assim que terminou de cuspir tudo o que tinha direito, Rhys se levantou, ficando de costas para o homem e virada para a porta. Mas, ainda assim, o encarou de canto de olho.
— Quando eu acordei naquela porra daquela maca depois de semanas em coma, eu só queria te matar e pegar de volta tudo que era meu, mas eu acabei percebendo que não valia a pena e por isso eu não vim falar com você por todos esses anos. O nojo que eu sentia era muito maior do que todos os meus pensamentos, felizmente, então espero que tenha aproveitado bem o tempo que conseguiu olhar pra mim, porque não acontecerá de novo. Agora, pela última vez, se você não quiser que eu, Rhys Larren, te odeie pelo resto da sua vida... onde está o meu Cody? — A pergunta foi feita ainda mais rudemente, expressando algo um pouco diferente; talvez preocupação, a dor de não saber onde estava algo que lhe era importante. O robô sempre fora algo muito importante para si, tanto que fora uma das primeiras coisas que ela havia se lembrado.

*O CEO se mantinha sorrindo só que unia os lábios afinando seu sorriso. Sua expressão não mudava e ouvindo que ela dizia que sabia exatamente como funcionavam suas criações ele acabou dando um breve riso de escarnio e para isso não aumentar para uma possível gargalhada ele cobriu a boca com o punho serrado simulando uma tosse*

-Sabe exatamente como funcionam minhas crianças e os Aliados tem interesse em destruí-los, perfeito. *Girou sua cadeira ficando de lado para a albina e voltou a apoiar os cotovelos nos braços do assento e unir as mãos frente o peito começando a olhar para a enorme janela que tinha atrás de si, esta que era escura por fora e transparente por dentro e dessa forma ele via tudo, mas ninguém via nada ali dentro*

-Me prender? Nasod parece um ótimo lugar para se estar e eu realmente estava precisando de férias.*Voltou o olhar para ela a vendo de costas e naquelas roupas justas, logo acabou olhando um pouco mais para baixo e tomando uma expressão de "not bad", até mesmo fez um sinal de "top" com os dedos, sem duvida alguma ele não estava tão sério quanto a albina sobre aquela situação mesmo tendo sido ameaçado de prisão*

-Olha, vai por mim quando digo que estou aproveitando muito bem isso, até tiraria uma foto e colocaria uma moldura na minha mesa apesar de que você está falando igual minha ex-esposa, urgh, mulheres são seres tão... Petulantes.*Da bunda de Rhys ele olhou para o quadro que tinha com Morgka, a dita ex-esposa dele onde ao lado havia um quadro dele com seus filhos adotivos Heylel Fahrenheit, um rapaz albino que estava ao seu lado esquerdo e Uriel Fahrenheit uma mocinha ruiva de oculos ao lado direito. Na foto ele estava com a mão no ombro dos dois que faziam poses discretas com sorrisos discretos tal como ele*

-Se não somos nada e nunca mais irei ve-la, porque eu, Daniel Silver, deveria me importar com seu ódio? Apesar de que já que sabemos o nome um do outro e nos conhecemos a mais 8 anos, então não diria que somos nada e sim que somos conhecidos e sendo conhecidos acho que posso responder a pergunta, concorda comigo? Conhecida, senão, seu ódio será indiferente para mim, afinal, seremos nada um para o outro. *Apertou um botão na mesa e começou a falar com um de seus criados sobre o voo que estava preparado para ele ir rumo uma outra reunião que ironicamente ele já não achava mais importante que aquela que estava tendo com sua "velha amiga" mesmo que o destino da guerra entre Aliança e Reconquista estivesse ali, na palma de sua mão*

O nojo de Rhys ao ouvi-lo pronunciar o nome de sua ex-esposa fora um sentimento tão forte que quase se tornou palpável, ainda que muito rápido, os olhos se estreitando. Tinha evidentemente ignorado a brincadeira em relação a sua bunda. — Gostaria que não guardasse nada meu, se possível.

— Então, Daniel Silver... — Ela começou a terminar, a voz dessa vez mais baixa e calma, como se estivesse falando com uma criança de 10 anos de idade. Mais uma vez ela se virou para ele, o capacete mais uma vez se erguendo para cobrir o rosto da albina novamente; a voz se tornou robótica, menos dela. — Parece que me expressei mal. Nós somos sim alguma coisa, mas não amigos. Não mais. O sentimento de carinho que um dia eu senti por você já desapareceu faz um bom tempo, junto com as minhas memórias sobre um dia termos algo que não fosse a pura indiferença mútua.

— E talvez você venha a me ver, sim, mas não tão próximo quanto agora. Sou uma pessoa muito ocupada, sabe? Não posso ficar vindo em empresas o tempo inteiro, cobre muito do meu tempo como alguém importante pra sociedade. — E novamente, ela transbordava ironia como se fosse algo comum para ela. A aparência somente fazia a situação ainda mais absurda, ainda mais quando ela limpou a garganta para continuar, como se precisasse. — De qualquer forma, está avisado. Sua empresa teve a produção e funcionamento de produtos completamente bloqueada, caso peguem algo fora do comum, vai ser nosso prazer fazer com que pare.

*Terminando sua conversa com seu criado, Daniel tirou o dedo do botão e ficou olhando para o que parecia ser o nada, estava pensando sobre seus próximos passos e agradecia internamente pela Mascara traze-lo tanto divertimento, o mesmo valendo para Rhys Larren ali, só que ainda assim outra coisa o intrigava, algo tão importante quanto*

-Colocando dessa forma fica bem melhor, vem aqui que quero te mostrar algo. *Falava calmamente mantendo um semblante totalmente diferente, parecia ter cansado de ficar brincando com a paciência da garota muito provavelmente porque ela voltou a esconder seu rosto, assim sendo, não tinha mais graça nenhuma já que não conseguiria ver as expressões dela. A chamou com a mão e virou o notebook para mostrar uma tela já familiar para ela que assim como ele lidava com robótica, I.As e diversos assuntos relacionados*

-Isso é uma tela de monitoramento que serve para identificarmos se uma maquina está seguindo sua programação corretamente e para sabermos disso analisamos os algoritmos que são feitos de forma binaria, sempre 01010101, só que disso você sabe, só estou explicando porque veja bem, essa tela é a do Cody a cerca de uns 6 ou 7 dias terráqueos atrás, agora olhe isso... *Clicou numa tecla especifica que mostrava a atual tela de monitoramento daquele robô e ela estava simplesmente uma zona fugindo do padrão binário sendo diversos códigos aleatórios, ou seja, estava um completo caos*

-Quando esse fenômeno acontece pode significar duas coisas, ou a I.A foi afetada por um forte vírus e está deteriorando perdendo suas funções ou ela sofreu forte dano, tipo quando alguém bate na cabeça de um androide usando um taco, só que bem, olhe essa outra tela. *Tirou da tela de códigos e mostrou uma nova que havia o desenho de Cody em sua forma atual, algo abstrato por se tratar de uma figura em matriz [Tipo assim https://img.ibxk.com.br///2015/05/21/21084341404024-t1200x480.jpg] e ali Rhys poderia ver assim como Daniel que todos os sinais e funções de Cody estavam normais*

-Está vendo? Todos os sinais dele estão normais, mas como se sua I.A está uma bagunça? Pois agora entra algo que você não sabe pois envolve medicina humana, nada a ver com mecânica que sabemos, enfim, seres humanos também possuem sinais em sua mente muito parecidos com esses das maquinas, logo, o processo que danifica a I.A também ocorre conosco quando sofremos um trauma na cabeça como o tiro que você levou ou em casos de transtornos mentais como a demência, porém, seja um vírus, seja uma batida de taco, seja um tiro, tudo isso gera danos ao resto do corpo como perda parcial ou total das funções monitoras, mas existem duas exceções no caso dos humanos que gera uma bagunça nas sinapses, que prejudica nossa capacidade logica sem danificar o corpo... A ira e o medo.*Teclou então numa nova tecla acionando um novo comando que mostrou diversas outras I.As de muitos outros androides que demonstravam aquele mesmo "defeito" do Cody, só que em menor escala como se tivessem o tido num espaço curto a mediano de tempo diferente do xodó da albina que aparentemente estava MUITO tempo naquele quadro*

-Esses dados são de outros androides que foram denunciados por seus donos que reclamaram de comportamentos impulsivos das maquinas e por isso pediram reembolso, troca ou destruição dos mesmos, mas caso veja o histórico desses donos, seus antecedentes, vai perceber que todos eles tem algo em comum. *Começou a teclar devagar para dar tempo dela ler se quisesse, cada uma daquelas pessoas fossem homens fossem mulheres tinham históricos envolvendo atos agressivos fosse xingamentos, fosse agressões físicas e em casos mais extremos havia até mesmo violência sexual não só contra outros humanos como também maquinas, sim, pessoas abusando sexualmente de robôs que atualmente eram muito parecidos com humanos o que tornava isso algo possível, horrível, mas possível*

-Todos são abusadores de alguma forma, todos em algum momento agrediram seus robôs com ofensas ou de forma física de fato, existem até mesmo relatos de abuso sexual contra esses sintéticos que não tem o menor direito a defesa, afinal, não são pessoas, não são cidadãos, são apenas... Como foi que você os chamou? Ah sim, robôs idiotas que cada vez mais demonstram raiva, demonstram medo de sofrer, medo de morrer, bem muito parecido com povos escravos, sabe? Humanos que não são pessoas, não são cidadãos, são apenas escravos idiotas, logo, não possuem direitos, são apenas propriedade de alguém. *Mesmo naquela época tão futurista ainda existiam escravos, inclusive, Morgka veio de um lugar assim, abusador e escravagista. Daniel fechou seu notebook apoiando a mão no topo dele e depois se levantou de sua cadeira para seguir para sair dali e ir para a nave que estava o esperando*

-O conselho previu o avanço das maquinas e temiam que esse dia fosse chegar, o dia que maquinas e humanos seriam semelhantes e sendo os sintéticos melhores que os orgânicos será uma questão de tempo para uma Terceira Grande Revolução Tecnológica aconteça e com ela ou você se torna um deles ou você será erradicado e sobre isso eu gostaria de te fazer uma revelação pessoal que tive quando vi aquele ser, sabe, 8 anos atrás, aquele homem que era uma maquina quase que totalmente, só tinha o cérebro humano, esqueci seu nome, mas foi graças a ele que eu parei para pensar nisso minha querida Rhys... *Colocou as mãos para trás e voltou o olhar para a janela onde podia ver quase toda a extensão de Detroit e ali tal como a garota seu elmo começava a retornar vindo a partir dos outros tomando forma e se ampliando até cobrir totalmente sua face novamente o que alterou ligeiramente sua voz*

-Analisando os humanos buscando entender o proposito da teoria da evolução, eu percebi que nossa raça não pode ser categorizada no reino animália porque todo o animal instintivamente desenvolve um equilíbrio natural com o meio ambiente do qual vive naturalmente, mas os humanos não, nós seguimos para uma área, nos multiplicamos até que todas as reservas naturais sejam consumidas e assim a unica forma de sobreviver é mudando o habitat ou migrando para uma outra área e sabe Rhyss, existe um outro reino, uma outra categoria que se encaixa perfeitamente nisso... Os vírus. *Ele ergueu seu braço, puxou a manga da roupa que usava expondo o antebraço que se abriu revelando que provavelmente boa parte do corpo de Daniel atualmente não era mais tão humano e sim maquina já que cada junta, cada detalhe daquele membro era devidamente mecanizado como se ele fosse um robô mesmo*

-Logo, os seres humanos sejam eles Terráqueos, sejam eles Garesianos, sejam eles Zathrianos, Kroyvisianos ou o que for, todos são uma doença, um câncer que se espalha por toda a galaxia e como tal deve ser erradicado ou evoluir, já passou do tempo da humanidade ter um upgrade, algo além do Homo Sapiens. *Fechou o punho e seu antebraço voltou ao normal. Voltou a deixar as duas mãos atrás das costas e seguiu para sair daquela sala caminhando devagar, afinal, aquela reunião de "família" havia aparentemente encerrado e ele tinha outro lugar para ir*